Daniel Campos

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Encontrados 278 textos. Exibindo página 6 de 28.

16/09/2008 - O comando paralelo

Você já reparou que a vida, na verdade, é paralela. A dimensão que nos encontramos atualmente é pura ilusão. A realidade está no comando paralelo. Há sempre um caixa dois, uma ordem oculta, uma identidade secreta atuando de modo a sustentar o status quo. Deus é assim. Ele criou o mundo, fez maravilhas e atua em todos os espaços e tempos, mas faz questão de fazer isso da forma mais discreta possível. E os anjos da guarda? Que existem, não há dúvida. Mas você já os encontrou dando entrevista para algum programa de fofoca; comprando asas novas no shopping ou empunhando armamento pesado por aí? Pois é, o segredo está no paralelismo das coisas....
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26/11/2011 - O contrário

Se telefonar eu não atendo. Se bater eu não abro. Se abusar eu denuncio. Se chegar eu grito. Se pedir eu não faço. Se mandar eu esconjuro. Se dormir eu corro. Se bobear eu fujo. Se achar eu perco. Se entender eu complico. Se seguir eu atalho. Se subir eu desço. Se perdoar eu peco. Se chamar eu silencio. Se prender eu escapo. Se embarcar eu desembarco. Se iluminar eu escureço. Se ligar eu desligo. Se escrever eu não leio. Se colorir eu desboto. Se viver eu morro.

Se chorar eu sorrio. Se beber eu não engulo. Se comer eu não mastigo. Se cair eu sigo. Se ofender eu ignoro. Se pintar eu bordo. Se endireitar eu entorto. Se for eu fico. Se ficar eu vou. Se ensinar eu erro. Se vier eu disfarço. Se quiser eu não quero. Se acenar eu não vejo. Se secar eu molho. Se limpar eu sujo. Se curar eu machuco. Se beijar eu mordo. Se separar eu caso. Se semear eu não colho. Se cuidar eu descuido. Se desistir eu continuo. Se sim eu não.


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03/06/2010 - O corpo de Cristo

Dia de Corpus Christi. Dia de corpos e cristos. Dia de humanos e reis. Dia de carne e coroa. Dia que me leva aos meus poucos anos de idade e à pequena igreja de Nossa Senhora de Mont Serrat. Nunca me esqueci dos cheiros, das cores e dos sentimentos daquela igreja. Foi em mesas quadradas de madeira pintadas a óleo num tom de azul celeste, que serviam para festas e velórios, que tive minhas aulas de catecismo. Sob as assustadoras olheiras de dona Nair, a catequista, eu desvendei aquele livrinho que falava de pecados, mandamentos e outras informações vitais a um católico. Foi ali também que aprendi a decorar aquelas orações antigas, repetidas de geração em geração. ...
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26/10/2008 - O crime do padre

Com olheiras roxas, dignas de um vampiro de ressaca, ele foi para a cama. Mas não conseguiria dormir. As últimas noites foram tomadas pelo misterioso assassinato do padre Felício. Rolava de um lado para o outro, mas a cena do pároco morto, aos pés do altar, não lhe deixava a cabeça. O fato de ser devoto de São Jorge, o santo guerreiro patrono daquela igreja, intrigava-o ainda mais. Quem teria cometido o crime e por qual razão? Triplicou o seu consumo de cigarro e passou a roer unhas. Um homem formado daquele roendo unhas? Delegado há 28 anos, poucas coisas mexeram tanto com ele quanto essa tragédia. ...
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15/03/2008 - O Cristo Redentor que se cuide

Roubar galinha, carteira, carro e eletrodomésticos é démodé. Também já está desvalorizado o contrabando de animais e plantas silvestres, o confisco da poupança da classe média e o assalto a esperança de milhares de eleitores. Também se engana quem pense que o roubo de segredos industriais, de órgãos humanos e de telas famosas de museus clássicos está na moda. O frisson agora, entre os ladrões, é roubar múmias. Múmias? Isso mesmo, nesta semana a polícia egípcia apreendeu quatro múmias roubadas que seriam vendidas no mercado negro por um grupo de contrabandistas....
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O desejo entre o byte e a carne

O corpo ainda quente tomba na cama. O sexo tatuado nos lençóis é a prova mais insignificante do que acontecera ali. Ela ainda tem calma o suficiente para tomar um banho com um sabonete esfoliante. Talvez porque quisesse tirar de sua pele qualquer vestígio de outra pele. Talvez porque quisesse ficar bonita para a próxima vítima. Talvez porque quisesse demorar um pouco mais debaixo do chuveiro. Talvez porque não tivesse acontecido nada para se preocupar. Afinal, não é o primeiro e nem seria o último. ...
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09/05/2008 - O desejo por detrás do paladar

Há gostos que não saem da boca. Eles adormecem, quase se esquecem, mas continuam lá pulsando desejos e vontades. Pois bem, estava eu em casa dia desses, quando o telefone tocou. Era dona Ofélia, minha avó. Do outro lado da linha, caminhava no cotidiano, quando, de repente, um meteoro caiu na minha cabeça. Poeticamente falando, é claro. E tudo isso porque ela me contou que acabara de tomar leite gelado com groselha. Pronto! Foi o bastante para me dar urticárias.

Naquela noite havia groselha, mas faltava leite em casa. Isto é, tinha leite de soja e leite em pó, mas não serviam para aquela receita. Era preciso leite de vaca. O jeito era esperar. E que grande bobagem tudo isso, afinal não sou mais criança. O que era ficar mais algumas horas sem a tal bebida? Devo confessar que praticamente não dormi pensando na tal mistura. Minha boca salivava daquele gosto passado. No outro dia, como se diz lá no interior, matei minha lombriga. Tomei logo dois copos de tirar o fôlego. ...
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27/01/2012 - O despertar

Alguém me acorde pelo amor de deus. Algo muito grave está por acontecer e eu preciso ver. Eu não sei o que é, mas sei que tenho que estar lá. É melhor eu ir do que ficar aqui nesse sono profundo que me deixa inerte, preso a essa cama e a um mundo que não governo. Preciso despertar dessa maresia onde sonhos e pesadelos vão e vem em feitio de ondas. Tenho de lavar o rosto, calçar os sapatos, pegar meus óculos e partir para o destino que me destina.

Eu tenho que ir. Tenho medo, mas tenho que ir. E além do mais eu não tenho escolha. É questão de sina. Ou eu vou ou ela me assassina. Também não posso ficar mergulhado no meu inconsciente. São tantos fantasmas pessoais e de terceiros. Não há como fugir. Tenho que partir. Partir ao meio. É um trajeto tão desconhecido, mas tão comum e diário que eu sei décor. Não preciso de guias ou de mapas. Eu me levo e se precisar eu me carrego. ...
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11/10/2009 - O destino dá voltas

Mesmo a contragosto, ela saiu pelas ruas levando apenas um pouco de si na bolsa. Queria ter uma bagagem maior, mas o tempo lhe tirou esse prazer. E foi assim, mais leve do que pretendia sair, que saiu pelas ruas da solidão. Adepta de barras de cereal e de um mundo natural, ela não tinha sequer um pedaço de pão para marcar seu caminho. Além dos cereais e de uma maçã, trazia uma lixa de unha, uma folha de jornal, um perfume, um espelho, uma caixinha de maquiagem, um envelope de remédio pra dor de cabeça e um batom. Eram esses seus acessórios para escalar o Everest, para atravessar o Atacama, para chegar ao centro da Terra....
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29/02/2012 - O deus do movimento

Se um dia o mundo acabar é porque Oxumaré caiu. Oxumaré é quem controla todos os movimentos, todos os ciclos, todas as fases do que chamamos de mundo. Se a terra parar de rodar é porque Oxumaré nos deixou. É Oxumaré quem cuida das estações do ano, quem faz a noite virar dia e o dia virar noite. Oxumaré não pode ser esquecido, pois se o mundo perder sua natureza cíclica toda vida que há irá se extinguir.

Oxumaré é quem garante a constante renovação do universo. É a cobra que troca de casca para seguir adiante. É o orixá que sobe ao céu e desce a terra pelo arco-íris. É o filho de Nanã Buruku, a senhora dos pântanos e das chuvas que cedeu o barro para o homem ser moldado. Oxumaré é o encontro do homem com a mulher, do macho com a fêmea, a junção que assegura a perpetuação da espécie humana. ...
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