Daniel Campos

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29/02/2012 - O deus do movimento

Se um dia o mundo acabar é porque Oxumaré caiu. Oxumaré é quem controla todos os movimentos, todos os ciclos, todas as fases do que chamamos de mundo. Se a terra parar de rodar é porque Oxumaré nos deixou. É Oxumaré quem cuida das estações do ano, quem faz a noite virar dia e o dia virar noite. Oxumaré não pode ser esquecido, pois se o mundo perder sua natureza cíclica toda vida que há irá se extinguir.

Oxumaré é quem garante a constante renovação do universo. É a cobra que troca de casca para seguir adiante. É o orixá que sobe ao céu e desce a terra pelo arco-íris. É o filho de Nanã Buruku, a senhora dos pântanos e das chuvas que cedeu o barro para o homem ser moldado. Oxumaré é o encontro do homem com a mulher, do macho com a fêmea, a junção que assegura a perpetuação da espécie humana.

Oxumaré é a transformação. O sim e o não. Oxumaré é a duplicidade. A união dos opostos. É a fusão do material com o espiritual. Oxumaré não para. É a rotação e a translação. Roda pelo mundo sem fazer pouso em lugar algum. Assim como o arco-íris, aparece e desaparece de repente. Oxumaré é ativo e ágil como as serpentes. Surge de onde menos se espera.

Oxumaré é quem governa a mudança. A mudança de casa, de amigos, de namorada, de religião, de emprego. Oxumaré é quem nos leva a romper com o passado e a desbravar novos caminhos no futuro. Oxumaré é a força vital do que é mutável, do que é incerto, do que é cíclico. Oxumaré é a guinada na vida, é a mudança da água para o vinho, o que não tem fim nem começo.

Oxumaré é o destino que serpenteia sem poder parar.

Arroboboi Oxumarê!


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