Daniel Campos

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Encontrados 278 textos. Exibindo página 1 de 28.

18/11/2012 - O "quê" de cada um

De que valeria viver sem deixar pistas, vestígios, sinais? Não se esqueça de deixar rastros. Um perfume, uma lembrança, um sentimento. Deixe sempre algo de seu em alguém. Há infinitas formas de deixar saudade, escolha a sua. Por mais anônimo que seja, alguma coisa em você o faz conhecido, o difere, o faz ser identificado. Por mais invisível que seja, a sua marca pessoal existe. Há algo para além do sangue, para além dos genes, para além dos pensamentos que imprime um “quê” especial em cada um. É isso o que fica. É isso o que o tempo não destrói. É isso o que a morte não carrega consigo. Resta a você, portanto, fazer valer esse “quê”. ...
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O abismo da vergonha

O abismo é cada vez maior. De um lado os que ficam na piscina com taças de champanhe e de outro, os que catam comida no lixo. De um lado os que nem sabem onde acabam suas fazendas e de outro, os que não tem sequer uma cova rasa. De um lado os que têm direito às leis (às brechas da lei) e de outro, os que não mais acreditam em justiça.

Quando os olhos chegam perto do abismo, o medo faz com que se volte para trás. Ficar pasmado não leva para lugar algum. O abismo que parece infinito não é recente. Às vezes, pode ter outro nome. Pode ser um muro (Berlim), uma fronteira (EUA x México), um embarco, acima de tudo econômico, (Cuba, Iraque), uma indústria da seca (Brasil)......
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03/12/2013 - O abraço do dia

Hoje, mais do que nos outros dias, você vai sentir falta de abraços. Abraços que se foram. Abraços que se desmancharam. Abraços que se acabaram. Vai esperar alguém tocar a campainha, chamar no portão, tirar o telefone do estado de silêncio. Por diversas vezes, numa confusão entre lembrança e realidade, vai escutar vozes, ouvir passos, sentir mãos em suas mãos. Mas não vai conseguir falar, seguir, tocar ninguém. São somente retratos do passado, memórias de um tempo tão recente quão distante ao mesmo instante. ...
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29/07/2012 - O agora

É preciso gostar do momento presente como se ele fosse o único e o último. De fato, o é. Portanto, sem mais desculpas, esqueça, de uma só vez, passado e futuro. O ontem já foi e o amanhã não lhe levará a lugar algum, ao mesmo, hoje. Concentre-se, a partir de agora, no agora. O agora é o tempo mais difícil e o mais bonito. É o tempo bruto que precisa ser trabalhado com cuidado, mas com toda urgência. Se deixar o agora para depois, ele perderá qualquer validade e valor. Não deixe de viver por medo da dor. Pois a dor é a prova da existência, é a penitência de se colocar em prática o desejo de viver, de amar, de arriscar, enfim, de ser e de se assumir como agora. E tudo isso, se é que me permite, sem demora. ...
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07/11/2013 - O amanhã

O amanhã é um tempo indefinido. O amanhã pode ser hoje e pode ser nunca. O amanhã é promessa que não pode ser feita. O amanhã não dá garantias a ninguém, ouso dizer, que não vale de nada. O amanhã, na boca de um ser abstrato como eu, não tem nada de concreto. O amanhã é uma vontade, porém com gosto de ilusão. O amanhã é o caminho a ser buscado e um destino que pode não ser encontrado. O amanhã é uma via-crúcis que traz sofrimento e necessidade de fé no impossível. O amanhã é platônico por natureza. O amanhã é extremamente bonito, mas indecentemente aflito. O amanhã é o desejo de agora, mas pode acontecer somente em outras vidas. ...
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31/01/2011 - O amanhecer do limão galego

Hoje acordei e me assustei: o meu limoeiro estava loiro. O cabelo longo e escuro e verde das folhas deu lugar a um amontoado de luzes. Mas ao contrário de mechas luminosas o que vi foram bolas e mais bolas pondo fim à escuridão. Bolas brilhantes e chamativas como bolas natalinas. Na verdade, bolas amarelas-limão, cheirando a sumo e temperos e caipirinhas e outras coisinhas. Hoje acordei e me assustei: o meu limoeiro amanheceu verdadeiramente galego, como na terrinha de antigamente.

Tão logo o vi, eu me esqueci de relógios e compromissos. Perdi hora. Cheguei atrasado ao serviço. Foi um reboliço. Tudo porque parei e me sentei debaixo do pé de limão galego. Fiquei brincando com pensamentos. Voei no tempo e na imaginação. Quantas lembranças e sensações os frutos pequenos e atrevidos daquele limoeiro me traziam. É como se eu tivesse me reencontrado com um perfume perdido, com um gosto há tempos não sentido e com uma coloração sumida da minha paleta cotidiana. ...
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22/09/2010 - O amor cria micromundos

Já imaginou quantos micromundos existem dentro desse mundão? O mundo dos sentimentos é um deles. Cada casal apaixonado cria uma espécie de mundo particular. É como se a união de duas pessoas suprisse todas as necessidades físicas, mentais e espirituais a ponto de reinventar a existência humana. Nunca notou que os amantes falam uma linguagem própria, seja por meio de palavras ou sinais? Pois bem, duas pessoas apaixonadas formam um micromundo povoado por habitantes singulares, como a saudade, a insegurança, os sonhos. ...
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09/09/2015 - O amor de Glória e Tarcísio

Glória Menezes e Tarcísio Meira são ícones, lendas vivas, que transcendem o nosso dia a dia tanto como artistas quanto como namorados. Com oitenta anos de idade, mais de cinquenta de profissão e de carreira, o casal enche os olhos de qualquer um que se rende à arte do sentimento. É bonito de se ver. Os dois juntos fazem de qualquer canto em que estejam um palco de afeto, de cumplicidade, de querer. De se querer além do tempo. Ao longo dessa estrada conjunta, a beleza mudou, mas os dois ainda se olham com o mesmo encanto, como se descobrissem a cada minuto um novo motivo para se reapaixonar um pelo outro. Assim como um espetáculo teatral em que a cada nova apresentação há um detalhe, uma emoção, um quê diferente, o relacionamento dos dois vai se aprimorando e ganhando novos contornos a cada novo dia. Os cuidados, as trocas de carinho, as admirações cruzadas arrancam aplausos dos corações alheios. Não há posse, mas compartilhamento, como se fossem continuação um do outro. Enquanto muitos andam por aí querendo um casamento de celebridade, um amor pop-star, uma relação iluminada por holofotes, Tarcísio e Glória vivem um ato sentimental baseado na simplicidade e na espontaneidade. Uma aula não de teatro, mas de vida a dois. ...
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28/09/2012 - O amor dos espantalhos

No meio da plantação eles se olharam com olhos coloridos de botão e, no primeiro vento, misturaram suas almas de palha. As bocas costuradas não podiam entoar o espanto do amor. Sem poder falar com palavras, comunicavam-se por meio da linguagem dos retalhos. Corações retalhados. Buquês retalhados. Sonhos retalhados.

Enquanto o sol quebrava na palha do chapéu do menino, a lua brincava pelas tranças das bonecas de milho. Ah! Como eles queriam se libertar daquela cruz que prendiam seus corpos para dançar pelas ruas do milharal. Se pelo menos aqueles corvos lhe levassem pelos céus ao encontro de uma bruxa que lhes devolvesse a vida. ...
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22/12/2014 - O amor é feito de terra

O amor é feito de terra. Da terra que molda. Da terra que gruda. Da terra que alimenta. O amor é feito de terra. Ora lama ora poeira. Da terra que gera. Da terra que enterra. Da terra que tudo ou nada dá. O amor é feito de terra. Da terra que orbita. Da terra que espera. Da terra que está sempre à mercê do tempo. O amor é feito de terra. Da terra que abriga. Da terra que sustenta. Da terra que faz a estrada. O amor é feito de terra. Da terra que ergue uma vida. Da terra que escapa pelas mãos. Da terra que mancha pele, alma e espírito... O amor é feito de terra.


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