Ou exibir apenas títulos iniciados por:
A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todosOrdernar por: mais novos
Encontrados 362 textos. Exibindo página 33 de 37.
11/09/2008 -
Canto triste
Por que esses olhos cabisbaixos? Por onde se esconde sua esperança? Por favor, não desista. Quem sabe se respirar fundo e mergulhar mundo afora, possa se reencontrar com aquela criança que eu via caminhando em seus olhares. Da última vez que eu a vi, ela engatinhava, escorregava e cantava baixinho pelos labirintos do seu eu. Ah! Não chora não! Para cada lágrima que cai desses seus olhos férteis nasce um pé de tristeza. E olha que a flor do entristecer não combina com você. Ela é pálida, fria, dolorida e, quiçá, carnívora. Ela devora sonhos. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
06/09/2008 -
Cavalo de aço
Sábado cheira à roça. Aquela terra que tatua a nossa pele, aquele mato que se alastra feito fogo por nossos olhos, aquela solidão interiorana tão bem quista. Ah! E os cavalos de nuvem, de pêlo e de aço galopando campo afora. Nada como montar e domar um trator, desbravando caminhos com seu peito forte. Pelos discos do arado, a terra vai se revirando e fósseis de um tempo ainda não vivido vão ganhando a luz que passa pelas frestas do chapéu de palha. Vez ou outra, o vento lambe mais forte, o trator pula feito burro xucro e a palha do chapéu flutua léguas e léguas pelo ar. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
01/09/2008 -
Como se fosse a primavera
Mal amanheceu o dia e um sabiá a lá Beto Guedes assobiou na minha janela "quando entrar setembro, e a boa nova andar nos campos"... Não era para menos, o sol de primavera brilhava em meio ao azul do vento, que corria apressado brotando canções semeadas no último inverno. Para fazer coro com aquele sabiá, surgiu um bem-te-vi, tão gordinho que mal conseguia voar... lá do chão ele encarnava um Tim Maia... "hoje o céu está tão lindo, hoje o céu está tão lindo"... Ainda é primeiro de setembro e a passarinhada esté em festa, anunciando a primavera que chega oficialmente daqui uns vinte dias. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
27/08/2008 -
Canto em morte
Ò alma ferida minha, trovador que sou, canto a minha morte no silêncio destas linhas. Basta de viver. Basta de apanhar. Basta de chorar. Basta de acreditar que depois do horizonte haverá um amanhã melhor. Que amanhã é este que nunca chega? Ah! O horizonte é só um risco perdido no longe do céu. E não há mais tempo para se esperar milagres! E independentemente se paraíso ou inferno, se anjo ou demônio, se coragem ou covardia, o que eu quero é partir. Partir para bem longe daqui. Que aqueles que me apedrejam sejam coroados em face da lápide de minha ausência. Afinal, eu nada serei senão o meu próprio adeus. Adeus! Adeus! Adeus! Ah! Deus, onde estás que não o vejo?...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
12/08/2008 -
Cajus e esparadrapos
Cheiro de esparadrapo, de remédio, de enxofre, de sangue, de dor. Convenhamos, hospital tem um cheiro nada agradável. O aroma, que chega a causar arrepios ao despertar lembranças dolorosas em nossa memória, perfuma toda a redondeza dessas casas medicinais. Digo tudo isso, mas só entro em hospital em último caso. Contudo, costumava passar frequentemente em frente a um dos maiores deles aqui em Brasília. Afinal, era caminho para se chegar ao Santuário Dom Bosco, que guarda a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora. Mas em razão do cheiro de remédio e dor beirar o insuportável, fui obrigado a mudar de rota. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
03/08/2008 -
Cada dia nasce de um novo amanhecer
Em pleno inverno, a lua parece arder em febre. Com certeza deve ser efeito de sua paixão impossível pelo sol. E esse clima só faz sufocar o menino que passa cabisbaixo pelas ruas. Caminha sem direção, sem rumo, sem destino. Até mesmo o vento que deveria ser fresco sopra um bafo quente, deixando em brasas a angústia daquele jovem que desconta sua raiva chutando as pedras que encontra pelo caminho. De repente, avista um banco daqueles de cimento que dividem espaço com a grama, já castigada pela seca. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
24/07/2008 -
Carne e espírito
Amor! Ah, o amor! O amor é a tatuagem que ocupa toda a extensão da pele e nunca cicatriza. Mais do que uma palavra, do que uma expressão, do que um verbo... Amor é uma identidade viva. Amor é o vir e o se unir e o lutar e o gozar e o sorrir. Amor é compartilhar de um mesmo projeto por mais diferente que sejam as duas criaturas amadas. Amor é se aproximar de quem você confia. Amor é a construção de um caminho, antes de tudo, coletivo. Amor é um caminhar junto. Amor é um sonhar junto. Amor é um fazer junto. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
15/07/2008 -
Cortar, cortar, cortar...
Depois dos alfinetes, agora a tesoura afiada do estilista Clodovil Hernandes ultrapassou os limites das passarelas e chegou ao Congresso Nacional. O deputado apresentou uma proposta de emenda à Constituição para reduzir o número de deputados dos atuais 513 para 250. Para quem pensa que Clodovil foi linchado pelos seus pares, nada menos do que 279 deputados apoiaram essa idéia, não menos polêmica que o estilista. E têm nomes de peso nesta lista, como os de Ciro Gomes, Michel Temer e Aldo Rebelo. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
13/07/2008 -
Chora Sanfona
"Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor"
(trecho de Assum Preto, de Luiz Gonzaga)
Ele se chamava Malaquias. Embora soasse bíblico, não tinha nada a ver com aquele santo de mesmo nome, que tinha visões do futuro. Esse Malaquias de quem falo, chamado de Malaco pelos mais próximos, pouco enxergava o tempo presente mesmo. Pudera, depois que passou da casa dos 80 anos, via muito pouco a sua frente. Caminhava devagar, mas era presença constante nas calçadas. Principalmente, naquelas que levavam à Praça da Capela....
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
11/07/2008 -
Chega de dançar a Tarantela
Hoje acordei ácido. Pudera, esse noticiário indigesto que temos que engolir só podia reverter em uma grande azia. Mas não é um simples vulcão estomacal que me toma, mas uma azia crítica. Chego a borbulhar sulfuricamente a descrença em relação aqueles que, contraditoriamente, fazem e validam leis que não são para todos. Os donos do Brasil querem nos obrigar a comer fatias e mais fatias de uma pizza podre. Plac Plac Plac! Palmas para o Supremo Tribunal Federal que acaba de tirar do forno a última fornada das redondas....
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar