Daniel Campos

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15/07/2008 - Cortar, cortar, cortar...

Depois dos alfinetes, agora a tesoura afiada do estilista Clodovil Hernandes ultrapassou os limites das passarelas e chegou ao Congresso Nacional. O deputado apresentou uma proposta de emenda à Constituição para reduzir o número de deputados dos atuais 513 para 250. Para quem pensa que Clodovil foi linchado pelos seus pares, nada menos do que 279 deputados apoiaram essa idéia, não menos polêmica que o estilista. E têm nomes de peso nesta lista, como os de Ciro Gomes, Michel Temer e Aldo Rebelo.

Depois de algumas trapalhadas, parece que Clodovil acertou a mão, ou melhor, o corte. A redução de gastos, só em despesas com os parlamentares, seria de mais de 26 milhões de reais por mês. Se tudo isso fosse convertido em projetos sociais seria ótimo, não? Além disso, haveria menos discussão e obstruções no Congresso para aprovar matérias de interesse da sociedade. Também haveria um filtro social maior para ter acesso ao mundo ou, melhor, ao paraíso parlamentar. Com isso, a tendência seria diminuir a corrupção e aumentar o nível ético/moral/cultural dos parlamentares.

Embora seja quase impossível de ser aprovada, visto que muitos dos apoios iniciais não se sustentam até o fim, tal proposta coloca em pauta o absurdo do desperdício causado pela política brasileira. São verbas diversas, passagens aéreas, assessores, postagens, telefonemas, moradia usadas em benefício próprio e não da população. Além de promover o corte de parlamentares, quero o corte de ministros, de secretários, de juízes, de promotores... É muito cacique para um país que já dizimou seus índios.


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