Daniel Campos

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Encontrados 95 textos. Exibindo página 7 de 10.

25/01/2010 - Uma casinha na lua

Senhor astronauta, encoste por gentileza o seu foguete porque eu quero uma informação: quanto custa um terreno na lua? Um terreno bem distante da Terra, numa quadra sem vizinhos, sem linha telefônica nem rua pavimentada. Se eu puder escolher, quero morar na lua minguante na qual caiba só eu e a criatura amada. Pode ser uma cratera bem larga com vista para uma noite estrelada.

Se puder me dar uma carona no seu foguete eu já levo meu amor, minha bagagem e um bilhete com a inscrição “não perturbe”. Tudo o que eu preciso agora é de uma casinha no meio do nada para eu viver em paz com minha eterna namorada de um jeito que ainda não pude. Não me importo com chuva de meteoritos, com ausência de gravidade nem com os mitos envolvendo distância e saudade. ...
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13/05/2014 - Uma cena

De repente, você está num lugar tão familiar quão estranho ao mesmo tempo. O sol brilha intenso lá fora, mas não consegue chegar inteiro em seu ambiente. Pelo contrário, chega fraco colocando você numa penumbra. À meia luz, sente sua respiração pausada. E as cortinas pesadas, que escondem grandes janelas de pedra, pulsam vagarosamente ao vento. Uma sensação de umidade e até de frio toca seu corpo. Aliás, você não consegue se olhar de corpo inteiro, mas sabe que é você; seu rosto, seu colo, suas mãos... E suas unhas um pouco mais longas do que o habitual, mas com o mesmo desenho e numa cor intensa. ...
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Uma cidade em perigo

Chamem a tropa de choque, a força aérea, os agentes especiais. Chamem os recrutas e chamem os ladrões. Todos são necessários. Mogi-Mirim está tomada. Invadiram a cidade. Não, não é coisa dos sem-terra, tampouco dos extraterrestres. É um inimigo que chega em bando, canta sempre o mesmo hino e suga o sangue de quem encontrar pela frente. Vampiros? Quase. Pernilongos. Milhões deles.

Sem que ninguém os impedisse, os mosquitos se alastraram pela cidade com a fome dos exércitos medievais. Desde então, a rotina é a mesma. Enquanto o sol impera no céu, eles se escondem. Ficam invisíveis, protegidos em alguma sombra. Afinal, eles são guerreiros das sombras. Depois, a noite chega e eles atacam. Aquele barulho infernal nos ouvidos é o sinal de que a guerra está declarada. Voam pela casa como aviões norte-americanos sobre o Iraque. Por falar em EUA, avisem o Bush que em Mogi-Mirim há uma nova espécie de terroristas. Pernilongos terroristas. Se as autoridades municipais não conseguirem resolver o problema, eu sugiro que chamem o 007, o Exterminador do Futuro, o Marcos. Marcos? Aquele da novela das oito. Aquelas raquetes de tênis usadas pelo personagem de Dalton Vigh para bater na mulher seriam de grande utilidade na batalha contra os pernilongos....
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25/04/2008 - Uma colonização energética

Nem bem superamos os traumas da colonização portuguesa e já sofremos outras tantas dominações ao longo da história. Seja pelo populismo, pelo neoliberalismo, pelos militares, pela globalização, pela mídia (cada qual, em sua forma, nos dominou ou ainda nos domina por um período indeterminado). Agora, estamos em vias de ser colonizados pelos sedentos de energia. E olha que combustíveis fósseis e água potável, coisas que ainda temos em abundância, são artigos cada vez mais escassos por ai.
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21/02/2008 - Uma cultura de paz

Quando menos se espera, a esperança nasce como uma flor de lótus - no meio do lodo. Esta flor representa o poder de transformação. E a vida, não se cria nem se perde, transforma-se. De repente, dentre um amontoado de projetos políticos que interessam a uma minoria, produzindo um enorme retrocesso para o restante do país, surge algo que nos leva a dizer: valeu a pena ter amanhecido.

Na tarde de ontem, conversando com a senadora Patrícia Saboya, testemunhei a semeadura de um Brasil maduro. Por seu histórico de luta a favor da criança, ela foi escolhida pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pela OAB para apresentar o projeto que aumentaria a licença-maternidade de quatro para seis meses. A campanha decolou, o projeto passou no Senado e caminha para a aprovação na Câmara....
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27/06/2013 - Uma dama de luta, em luta e para a luta

Por entre o universo de damas de ferro, damas de vermelho, damas do mar e damas da lotação, eis que atua a dama de luta. Uma dama que levanta bandeiras, que fala no megafone, que faz piquetes sem perder a feminilidade. Aliás, a luta dessa dama é forjada em séculos de resistência feminina. Uma dama intrigante, que dá a luz às discussões filosóficas e ações práticas com a mesma paixão libertária e revolucionária – a paixão pela transformação.

Uma dama que assume, com toda coragem, a defesa pelo que é justo, pelo que é de direito, pelo que é humano. Uma dama que jamais perdeu a capacidade de se indignar. Uma dama com a força da mãe que protege seus filhos independentemente do risco. Uma dama movida por um marxismo apaixonado, por um lenismo lírico, por um hegelismo dramático. Sheila Tinoco, a nossa Che Guevara de saias. Uma guerrilheira feita de rosas e trovas. ...
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22/06/2011 - Uma data difícil de esquecer

Hoje, dia 22 de junho, era dia de meu avô levantar cedo, caprichar no penteado, tanto do cabelo quanto do bigode, passar um pouco a mais de perfume e abrir um sorriso largo. Era como menino em dia de aniversário: gostava de receber cumprimentos, de ser lembrado, de ganhar presentes, de fazer festa. Só não gostava de ficar mais velho, porém, como todos sempre lhe davam anos a menos ele se enchia de orgulho de ter a idade que tinha forte e jovem daquele jeito.

Passou a maioria de seus aniversários trabalhando no sítio que, de uma forma ou de outra, foi seu mundo mais lúdico. Tanto que assim como tem criança que escolhe um super-herói de gibi ou um personagem de desenho animado para ser tema de sua festa, meu avô escolhia sempre seu sítio. O sítio sempre foi o cenário de suas festinhas, regadas a churrasco, cerveja e passos de dança. Cenário perfeito, afinal, ele e o sítio eram um só há mais de setenta anos. Um casamento perfeito. ...
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25/02/2011 - Uma escola chamada Nelson

A Estação Primeira de Mangueira vai trazer logo mais para a avenida o mundo encantado de um de seus fundadores e principais expoentes: Nelson Cavaquinho. Esse bamba da verde-rosa cruzou o meu caminho quando ainda menino meu pai me apresentou, meio que sem querer, ao seu violão boêmio. Desde então, o sambista me ensinou a amar como amam os sambistas: entre a flor e o espinho.

Passei a pisar nas folhas secas caídas de uma mangueira com mais cuidado, lembrando-me do poeta de voz rouca e cabelos brancos. Como nunca o vi frente a frente, lembro-me dele como numa ilustração do pintor de música Elifas Andreato. Durante muitos anos, vivi como Nelson, sempre só, procurando alguém que sofresse como eu também. Vivi pedindo para que as pessoas tirassem seus sorrisos do caminho para eu passar com a minha dor. ...
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23/09/2014 - Uma espera, uma janela

Já chega a reclamar de dor nas costas de ficar arqueada na janela esperando por seu amor. Até cochila sem a menor porção de medo de cair do segundo andar e quebrar os ossos que já estão em processo de esfarelamento. Embora conheça seu cheiro, seu andar, sua silhueta e até sua sombra, ela dá-se ao prazer de se confundir com todos os que surgem nas pontas da rua só para alimentar uma esperança despropositada em torno da chegada de seu bem. No fundo, sabe que ele não vai aparecer, tampouco passar sob sua janela e admirar o tempo em sua face. Ainda podia sacar uma flauta e tocar aquela canção cuja agulha da vitrola já riscou o vinil. Podia ainda esticar o braço pelas grades enferrujadas pela chuva e pela urina dos vira-latas e apanhar uma rosa, de um jardim farto, e atirar aquela mistura de pétalas, cores e perfumes em sua direção. Podia tanta coisa, mas não pode nada além dos devaneios daquela senhora que jamais deixou de ser mulher. As pernas podiam estar um pouco enferrujadas, mas os sonhos estavam tinindo de inteiros. Ela até deixava a comida queimar no fogo porque não podia deixar de espiar a janela. Tomando banho, fechava os olhos e imaginava a rua. E só ia para cama exausta de sono, vencida pelo cansaço, com a certeza de que se ele surgisse por aquelas alamedas ela seria desperta por algum anjo ou pernilongo apaixonado. Os bordados e alinhavos eram feitos na janela. Não gostava de novela, filme, programa de auditório, mas da programação da sua janela. Aquela televisão viva de mais de cem polegadas lhe trazia a razão de sua vida numa espera permanente pela próxima cena. E como tudo o que vinha de uma televisão, ela sabia que sua janela lhe trazia doses de ilusão, fantasia e imaginação. Mantinha-se fiel aquele quadro mesmo sabendo que seu bem amado jamais apareceria por ali; Não porque ele tivesse morrido, mas talvez porque ele nunca tivesse existido para além daquela janela.


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19/01/2017 - Uma fábrica de amor

Para tudo! Pense o seu corpo como se fosse uma indústria. Uma fábrica de amor. Coloque suas células para produzirem amor. Que sua energia vibre na frequência de uma paixão sem limites. Que se apaixone facilmente, sem barreiras de qualquer natureza, e que seja apaixonante em todos os seus atos. Tire o foco dos problemas, das decepções, das desconfianças e das inseguranças. Isso não leva a nada. Coisa ruim é igual massa de pão: cresce à medida em que é sovada. Volte sua atenção para tudo o que possa merecer sua paixão, seu amor, seus sonhos, suas esperanças. Mergulhe em sensações de êxtase. Inunde-se de lembranças boas ou de tudo de bom que ainda quer realizar. Que em seu íntimo só haja espaço para o melhor que você pode oferecer a si mesmo. Para que ver um noticiário que só fala em tragédia se você pode ler um bom livro ou escutar uma música que rompa com essa realidade inóspita? Por que insistir em sofrer por quem só te faz sofrer? Qual a razão para fechar os olhos para quem te ama, para o que te faz bem, para aquilo que te leva adiante? Repense o que pensa e o que sente. Deixe o medo de lado e trabalhe o amor, no amor, por amor e para o amor. ...
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