Daniel Campos

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25/04/2008 - Uma colonização energética

Nem bem superamos os traumas da colonização portuguesa e já sofremos outras tantas dominações ao longo da história. Seja pelo populismo, pelo neoliberalismo, pelos militares, pela globalização, pela mídia (cada qual, em sua forma, nos dominou ou ainda nos domina por um período indeterminado). Agora, estamos em vias de ser colonizados pelos sedentos de energia. E olha que combustíveis fósseis e água potável, coisas que ainda temos em abundância, são artigos cada vez mais escassos por ai.

Lula anunciou aos quatro ventos que o Brasil vai ser a potência do combustível do futuro - o biodíesel. Se não bastasse, foi divulgado, a plenos pulmões, que poderemos ter a terceira maior reserva de petróleo do mundo. Ao contrário de dar vivas por tudo isso, precisamos nos resguardar. Afinal, alguém acha que o primeiro mundo vai deixar o Brasil ser o banbanban da energia.

Se os EUA derrubaram até mesmo o ditador Sadam Hussein para ficar com o petróleo do Iraque, imagina o que vão fazer com o Brasil que esbanja cordialidade por ai. Vamos ser invadidos por forças estrangeiras que dominarão nossos campos petrolíferos e nossos campos de solo fértil, produtores de bioenergia. E não pense que isso é enredo cinematográfico. Não estamos mais no tempo da campanha varguista - o petróleo é nosso. Fernando Henrique Cardoso, nosso ex-presidente, quebrou o monopólio da Petrobrás, lembra-se?

Dando continuidade a essas invasões que começaram há muito tempo, ontem (24/4), a gigante da energia britânica British Petroleum iniciou as operações na área de biocombustíveis no Brasil com a compra de 50 por cento da Tropical Bioenergia S/A, formada por grupos brasileiros produtores de açúcar e álcool. Só de início, os ingleses vão investir quase dois bilhões de reais para construir duas usinas no Brasil. Cuidado, eles estão chegando!


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