Daniel Campos

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04/12/2015 - Universo paralelo

Se quiser nesse mundo, esqueça tudo o que eu disse sobre o amor. Por aqui, eu perdi a validade. Estou ultrapassado. Sou o passado do passado no futuro do presente mais que ausente. O meu mundo é ontem. O meu coração vive em trasanteontem. Eu brindo à nostalgia, bons tempos, velhos dias. Virei démodé. Alguns ainda me acham retrô, mas minha poesia nasce e vive fora do seu tempo. Dizem que eu estou fora de moda e eu agradeço, pois se o modismo é a superficialidade prefiro viver na saudade. Afinal, quem é que ama de verdade hoje em dia? Quem é que se interessa por um romance profundo? Quem é que ainda se emociona? Vivemos uma crise profunda de sensibilidade. Humanos ou robôs? A delicadeza está praticamente extinta. Meus versos se perdem no ar. Apaixonar-se virou motivo de piada ou de vergonha. Se eu digo que amo sofro bullying. E todos se pegam, se esfregam, se segregam e não amam ninguém. Que conexão é essa? Que interconectividade é essa? Nos tempos desse amor digital eu ainda amo analogicamente, tendo que arrumar minhas antenas para captar, a cada instante, os sinais da pessoa amada. Nada de programar o coração, pois quem vai querer uma programação que inclua sofrimento. E o sofrimento é inerente à paixão, pois qualquer nascimento gera uma dor. A dor da mudança, da transformação, da evolução. Quem vive no automático não é capaz de viver um amor de direito e de fato. Portanto, nesse mundo robotizado minha poesia não cabe. Só continue lendo o que eu escrevo caso se permita ao contato com um tempo que não condiz com a realidade. Sensibilize-se, emocione-se, apaixone-se de perder o chão e seja bem-vindo ao meu universo paralelo, onde os amores sempre valem a pena.


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12/07/2011 - Universo particular

De repente, as estrelas enfeitam o céu da sua boca e seus lábios orvalham junto aos meus. É verdade que por sobre as nuvens dos seus olhos mora um deus? Ah! Querida, põe os anjos aos seus pés, chuta os demônios da sua vida e me flecha pelas costas no melhor estilo dos cupidos. Passa pelo meu dia como um cometa, cai no meu mundo feito um meteoro, embaralha as minhas constelações. Signatária do meu signo, futuro benigno, antígeno mais puro das minhas divagações.

Planeta oculto, cruzada sideral, universo em curto, avesso do mapa astral. Criatura extraterrena, cruzada interestelar, viagem amena, astronauta do luar. Cuidado com os piratas de plutão, com os dentes do dragão, com os bilhões de anos luz do coração. Vamos inventar uma nova teoria cosmológica, vamos refutar as leis de Einstein, vamos morar num foguete. Deixa-me perder a gravidade em seu corpo celestial. Deixa-me sucumbir as suas forças espaciais. Deixa-me beber do leite da sua via láctea....
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16/04/2010 - Universus

Amo pelo espaço, pulando de planeta em planeta com botas de astronauta. Amo ruborizado nas mais altas temperaturas de mercúrio. Amo deitando em estrelas. Amo na cauda dos cometas, sob chuva de meteoros e na língua dos extraterrestres. Amo me casando nos anéis de saturno. Amo interceptando as mensagens dos satélites. Amo sem gravidade e com toda a seriedade que o assunto necessita. Amo dentro e fora de órbita. Amo em anos-luz. Amo abrindo os braços ao vento-estelar. Amo cosmologicamente. Amo num fenômeno luminoso. Amo universus, “todo inteiro”. ...
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07/05/2013 - Urge e Ruge

Urge a vontade de mudar. Ruge a precisão de ir além. Urge a carência de não só um final, mas um meio feliz. Ruge a impaciência dessa gente. Urge a hipocrisia da lua que se põe longe do sol. Ruge a necessidade de um outro mundo para habitar. Urge a intolerância ao óbvio. Ruge o amor da fera que não fere, mas se deixa ferir. Urge a indecisão diante da encruzilhada. Ruge a certeza de que nada é certo.

Urge o nascimento de um novo tempo. Ruge o trovão rasgando o céu de outono. Urge o desejo de estar junto. Ruge o mar aos ouvidos das sereias. Urge a morte ao encalço de cada um. Ruge a indelicadeza da pressa. Urge a promessa ainda não cumprida. Ruge a saudade. Urge o trem do destino. Ruge a estreia da estrela. Urge a fome nos estômagos em guerra. Ruge o demônio em nossas cabeças.


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27/11/2012 - Utilidades

Quando todos os caminhos se fecham a saída nem sempre é pela porta. Esqueça as janelas porque elas já viraram lugar comum. Procure por um alçapão, por uma saída secreta, por uma parede falsa. Primeiro salte para depois se preocupar em encontrar a alça do pára-quedas. Fique atento às saídas de emergência que estão espalhadas pelo seu destino. Siga as pegadas do passado para alcançar o futuro.

Preste muita atenção nos atalhos que a vida lhe oferece. Firme os trabalhos com o Exu que abre suas estradas, indicando por onde deve seguir a partir das encruzilhadas. Fuja do óbvio, opte pelo subterrâneo. Aprenda a nadar para vencer esse oceano de dúvidas. Redobre o cuidado com as armadilhas, mas não deixe de buscar seu horizonte por conta delas. Aperte o passo e desafogue os nós.


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