Daniel Campos

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Encontrados 111 textos. Exibindo página 8 de 12.

20/07/2011 - Traição sórdida

Beija-me a face como Judas, traição sórdida. Apunha-la pelas costas como Brutus, traição sórdida. Arma-me uma emboscada como Caim, traição sórdida. Inventa histórias como Cleópatra, traição sórdida. Açoita como Lúcifer, taição sórdida. Manipula como Calabar, traição sórdida.

Traidor, traidora, traidores. Atraiçoam. Engagam. Traem. Traem por prazer, por instinto, por vocação. Traem profissionalmente e de coração. Traem a sangue frio e no calor das emoções. Traem e se alimentam da própria traição. Traem uma, duas, três, quantas vezes preciso for. Traem como ladrões, como covardes, como egoístas, como mesquinhos, como traidores que são....
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14/05/2011 - Tristeza copiosa

E ela não falou mais nada. Calou-se entre suas tantas dúvidas num quarto de travesseiro. Não queria falar ou ouvir palavra alguma. Apenas ronronava baixinho, como uma felina à luz da lua. Ficou ali de olhos fechados, de lábios trancados, de sonhos vendados. Ficou ali como ficam as estrelas na noite escura – queimando a própria solidão. E ao contrário de lágrimas, seus olhos vertiam uma espécie de cera que, pouco a pouco, deixava seu rosto com as feições de uma boneca de porcelana.

Era uma tristeza pungente. Sofria as dores das flores de inverno. Sofria por não poder abrir a janela e voar com asas próprias. Sofria pelos sonhos que morriam sem que ela pudesse fazer nada para impedir. Sofria porque queria ir, quando tinha de vir. Sofria porque precisava parar, quando queria continuar. Sofria porque queria ser apenas ela, sem mais construções. E isso não lhe era permitido pelos senhores de sua vida – o destino e o tempo. ...
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28/02/2011 - Trocas e trocos

Eu pulso mesmo sem pulso. Eu como mesmo sem fome. Eu durmo mesmo sem sono. Eu acordo mesmo sem dormir. Eu vejo mesmo sem querer enxergar. Eu ouço mesmo sem suportar ouvir a mesma canção. Eu danço mesmo pisando em meus próprios pés. Eu amo mesmo sem saber amar. Eu viajo mesmo sem sair do lugar. Eu escrevo mesmo sem ter o que contar. Eu leio mesmo sem saber decifrar as palavras. Eu rezo mesmo sem acreditar. Eu trabalho mesmo fora de órbita. Eu vivo mesmo fingindo. Eu caminho mesmo sem direção. Eu aposto mesmo sabendo que vou perder. Eu saio mesmo querendo ficar. Eu choro mesmo sorrindo. Eu ligo mesmo que for para o telefone da solidão. Eu erro mesmo querendo errar. Eu emociono mesmo sem maior intenção. ...
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18/01/2011 - Tão perto e tão longe do Natal

Ainda é janeiro e os papais-noéis sumiram das ruas, das lojas, das casas. Onde se esconde o bom velhinho? Pólo Norte? Lapônia? Belém? Tão pouco tempo nos dista do Natal e ninguém fala mais em presentes, em peru, e m árvores, em enfeites, em luzes que imitam estrelas, em espírito natalino.

É como se Noel nunca tivesse existido. Ninguém sabe dele, não há qualquer sinal de sua passagem. Algumas crianças brincam com brinquedos supostamente trazidos por ele, mas já pensam no que querem ganhar no próximo Natal. Tudo é de uma brevidade tamanha a ponto de transformar o Natal e seus feitos em itens completamente descartáveis. ...
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17/12/2010 - Tomara o tempo fosse diferente

O velho Vinícius me ensinou que “a coisa mais divina que há no mundo é viver cada segundo como nunca mais”. Uma versão viniciana para o famoso carpe diem. O tempo é impiedoso. Enquanto estamos entretidos com trabalho, sono, televisão, jogo, conversa fiada, ele está passando como vento que não cessa. Passando e carregando um pouco de tudo, inclusive, de nós. O tempo é mar bravio, que vira nossos cascos de pernas para o ar. O tempo é o Deus sempre presente e atuante. O tempo é para todos e de ninguém. O tempo é a locomotiva, cada um dos vagões que seguem em fila indiana e o trilho vazio também. ...
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26/11/2010 - Te amar eu vou

Te amar eu vou até que a última cigarra exploda em canto. Te amar eu vou até que meus olhos não tenham mais pranto. Te amar eu vou até a última página do livro de encanto. Te amar eu vou pedindo a eternidade desse amor de santo em santo. Te amar eu vou da forma mais desesperada, como se nosso amor estivesse à beira do Armageddon. Te amar eu vou colocando versos no seu batom. Te amar eu vou de forma caudalosa como licor escorrendo de um bombom. Te amar eu vou uma oitava acima do tom para alcançar o som de um amor tão bom. ...
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25/10/2010 - Tende ânimo

Não desanima que a jornada é longa e, sem dúvida, novas, esperadas e desconhecidas flores podem nascer ao longo do caminho. Existem anjos que semeiam a nossa estrada. Lembra-se dos finais felizes das histórias de ninar? Pois bem, ainda não chegamos ao final. Agora, é preciso que tenhamos força para seguir em frente, mesmo pisando em pedras e espinhos por um tempo, para colher essa semeadura. De que adianta esmorecer, baixar os olhos, desistir de prosseguir? O alimento preferido da depressão é a própria depressão. Quando não há reação contrária, ela cresce e se multiplica rapidamente. ...
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29/09/2010 - Trégua

Ter a mulher amada nos braços traz uma sensação de poder e de fragilidade difícil de compreender. Um estado físico, psicológico, espiritual que pode se desestabilizar a qualquer minuto. A respiração dela, ali, tão perto. Os olhos dela, abertos ou fechados, numa sensação de cumplicidade extrema. Os pensamentos dessa mulher, sempre tão secretos, saindo pelos folículos pilosos, deixando-se se descobrir. Um momento único. Vontade de gritar, de chorar, de sorrir, de se dar. É o êxtase, a overdose, o clímax. ...
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04/07/2010 - Toada da porteira da estrada

Lá no alto da porteira, num galho da velha cumeeira, mora um pássaro preto que assovia bonito toda vez que vê moça fagueira romper o estradão. Conta uma lenda cabocla que ele era Dito de Benedito, moço bonito e de muitas posses, cobiçado na região. Tava de casamento marcado com uma morena de olhos de brasa quando se apaixonou pela filha de um tropeiro. Numa noite de lua prateada o coração do peão balançou e da aliança de noivado até a casa, que já tava toda montada, tudo se perdeu pela estrada. ...
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10/06/2010 - Trinta anos

Há quem seja de carne e osso. Eu sou de histórias. Histórias de velho e moço. Histórias que o vento me trouxe, que me contaram e que eu inventei. Histórias do que vivi, vivo e do que hei de viver. Histórias de amor, de medo e de saudade. História da roça e da cidade. Histórias de flor, lua e segredo. Histórias vestidas e nuas, de anjo e inferno. Histórias de inverno e verão. Histórias de assombração. Histórias poéticas e de tamanha fonética. Histórias de chegadas e partidas. Histórias que brotam do chão, que caem do céu, que passam de boca em boca. Histórias de paixão louca. ...
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