Daniel Campos

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Encontrados 111 textos. Exibindo página 10 de 12.

26/12/2008 - Tudo o que eu queria da vida

Tudo o que eu queria da vida era um amor, um barco e um mar alaranjado. O amor, a vida me deu num belo presente cheio de fitas e magias. O barco está fora de cogitação. E o mar corre vermelho, corre azul, verde, mas não se laranja em momento algum. Do amor, tenho os gomos de beijos e os pedaços do desejo. Do barco, só tenho o vento que me sopra e a vela que eu acendo em prece no ardor deste amor. Já do mar alaranjado eu não tenho nada, já que o sol não quer tingi-lo, apenas frigi-lo em chamas azuis....
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23/11/2008 - Torre de esmeralda

Todo fim de tarde é a mesma história. Praticamente, um ritual cumprido religiosamente. Uma menina de nove anos aproveita que a mãe se perde nas contas do terço e deixa a parte central da igreja com a desculpa de brincar com as outras crianças, que correm pela pracinha de paqueras e pipoqueiros. No entanto, seus passinhos tomam outro destino - a torre da igreja. O sino está desativado há alguns anos, mas a vista da cidade dali de cima é capaz de dobrar, badalar, ensurdecer corações. Ela já havia contado. É preciso enfrentar cento e oitenta e três degraus para se chegar ao topo daquele seu castelo de cartas. ...
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20/11/2008 - Tá tudo molhado em mim

Tá tudo chovendo em mim. Tá tudo molhado, tudo encharcado, tudo alagado em mim. Como se o meu tempo fosse um temporal de mim. A água afundou meus pensamentos, meus sentimentos foram destelhados e só me resta os acenos de um barco de jornal que passa ao meu lado. A estrada virou enxurrada. E eu esqueci meu guarda-chuva em alguma chuva passada. E se a chuva for ácida? Eu sou filho da margem plácida...

Estou cheio de lama, estou de cama, estou pra lá de quem ama. A chuva é pranto e eu to sofrendo tanto, mas tanto. A chuva tombou a plantação de sonhos que brotara em mim. A chuva deixou vermelho meu lago interior. A chuva abriu buracos no meu terreno de dentro. A chuva derrubou as flores, estragou os frutos, carregou as sementes para longe, para longe, para longe dos meus sulcos. Que horas, que horas, que horas são ò cuco?...
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28/09/2008 - Tempo, temporais

No fundo da minha retina surge uma quarta-feira amarelada, perdida no tempo de uma cidadezinha com cheiro de capim molhado. Entre o vai-e-vem do dia, o relógio confecciona as fiadas da tarde. Estou no centro da cidade. Já passei por lojas, carros, agências bancárias, banca de revista, palmeiras, bancos de madeira, coreto e um chafariz seco. As águas coloridas só chegam à época do Natal. E estou longe do dia 25 de dezembro. Não sei se é outono ou inverno. Estou em uma outra estação. E meu trem já está partindo, indo entre memórias e pensamentos....
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27/09/2008 - Telemarketing? Eu não!

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23/08/2008 - Tutu à mineira

Hoje, vai ter tutu à mineira lá em casa. Ôô compadre, pode sorrir que eu já estou sentindo o cheiro daqui. Eu acho que o tacho está areado só esperando esquentar. Ô mulher, a colher de pau já está espreitando nos dois prosear. E o porco mesmo morto está rosnando para gritar. Antes de a lua apear na beira do rio, eu fui à feira comprar o feijão que o caboclo treteiro bateu no terreiro do seu João. E agora é só esperar minha sinhá mineira chegar pra festa começar. Ela tem feitiço nas mãos e um encanto no andar que a gente se apaixona só de olhar. E ela é toda uai, ara sô! Oncêtá meu amor? ...
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22/05/2008 - Tempos de Corpus Chirsti

"E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado em favor de vós." (Lucas 22:19-20)

Tudo começou com um sonho. Há 900 anos, onde hoje fica a Bélgica, uma freira sonhou com uma lua completamente negra. Estávamos na Idade Média, na época das trevas. Reza a história, que a freira procurou o padre da cidade e contou-lhe a mensagem que havia por detrás do sonho: era preciso celebrar o corpo de Cristo. O padre passou a comandar um cortejo de ação de graças pelas ruas do lugar para agradar aos céus....
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30/03/2008 - Tempo nosso

Sou do tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça, em que vassoura era dourada de trigo e o ferro ardia nas mãos das passadeiras que sopravam suas brasas. Sou do tempo em que se benzia passando terços pelo nosso corpo, uma, duas, três vezes. Sou do tempo em que se achava água de mina no quintal, bandido era coisa de cinema e o amor era etcetera e tal. Sou do tempo em que o mundo era dividido entre uma águia capitalista e um urso comunista. Sou do tempo em que cigarra cantava para chover, gato caia em pé e algodão era uma flor. Sou do tempo em que o disco rodava na ponta de uma agulha e o café, depois de ser torrado e socado no pilão, escorria negro pelo coador de pano. ...
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29/03/2008 - Tic Tac

O tempo está doente. Diante da gravidade da situação, a equipe médica pediu segredo. No entanto, não posso esconder isso de você, caro leitor. Ele, o tempo, sofre de uma espécie de taquicardia aguda contagiosa. Suas horas, seus minutos, seus segundos batem em ritmo acelerado. Os sintomas são visíveis. Falta tempo para tudo. Pendências e mais pendências assolam nosso cérebro. Sofremos da sensação de um atraso constante. Sol e lua têm encontros freqüentes. O amanhecer e o anoitecer se misturam cada vez mais e tudo se transforma em uma coisa alucinada. ...
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25/02/2008 - Terra prometida

Era uma casa, muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada... Ah! Se todas as casas fossem iguais à poesia, que maravilha viver... O Brasil tem barraco, sim senhor. O Brasil tem casa de lata, sim senhora. O Brasil dos condomínios de luxo tem cortiço. O Brasil das planícies é também o Brasil dos morros. Tem favela aqui, favela ali, favela acolá...

Tem quem more a céu aberto, coberto apenas com uma folha de jornal. Tem quem more na lona, na zona, na dobra da sanfona. Tem quem more no banco da praça do chafariz e até no canteiro da igreja matriz. Tem quem more debaixo da ponte, entre os carros e o horizonte. Tem quem more na serra e berra pelo amor de deus para não chover. É a chuva que desbarranca, soterra e atravanca o lar doce lar dessa gente que sonhou. É a chuva que alaga, destelha e traga o pouco que essa gente juntou....
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