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Encontrados 73 textos. Exibindo página 7 de 8.
12/12/2009 -
Loteria, bem que eu poderia...
Se eu ganhasse na loteria, compraria um relógio que comportasse mais horas. Se eu ganhasse na loteria, descobriria uma terra ainda não habitada para morar. Se eu ganhasse na loteria, deixaria de ver noticiários e ler jornais. Se eu ganhasse na loteria, beberia água de mina. Se eu ganhasse na loteria, desligaria para sempre o telefone celular. Se eu ganhasse na loteria, fecharia as contas bancárias e jogaria o computador pela janela do 14º andar.
Se eu ganhasse na loteria, compraria uma livraria. Se eu ganhasse na loteria, dedicar-me-ia integralmente ao amor. Se eu ganhasse na loteria, envolver-me-ia mais com jardins. Se eu ganhasse na loteria, teria mais tempo para observar as luas e suas mensagens. Se eu ganhasse na loteria, aprenderia a assoviar. Se eu ganhasse na loteria, queria ser rodeado de comidinhas caseiras. Se eu ganhasse na loteria, rasgaria meu diploma....
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27/11/2009 -
Leveza é fundamental
Gosto de lhe ver caminhar com essas pernas ariscas de sol. Gosto de mordiscar romances inteiros em seus ouvidos escondendo-lhe apenas o final da história. Gosto de acompanhar seus olhos caminhando na direção contrária ao tempo. Gosto de tentar entender essa sua tristeza incompreendida. Gosto de lhe fazer carícias e me entregar a sua malícia ingênua de ser. Gosto de lhe ter o mais próximo possível, mesmo sabendo que existe um cânion entre nós. Afinal, anjos e demônios são díspares por natureza. E eis aí nossa beleza....
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03/11/2009 -
Lições da contradição
Dia após dia participamos de uma guerra. Não se trata de um conflito militar ou civil, mas de uma batalha interior entre o que somos e o que queremos ser ou ter sido. O relógio desperta quando queríamos que ele não despertasse. Abrimos os olhos, mas queríamos que eles ficassem fechados num estágio qualquer do sono. Vestimos roupa de trabalho quando o desejo era de colocar uma roupa despojada de final de semana. Entramos debaixo do chuveiro embora a vontade fosse de se entregar as águas de uma cachoeira. Tomamos café, porém queríamos abocanhar o mundo com muito chantilly. ...
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08/11/2008 -
Liras do Campônio
Ele acorda e faz da lua o seu sol. Caminha pelo escuro da estrada escuridão e testemunha o dia nascendo no fundão. A estrada é de pó e de poeira, e a esperança vai por companheira. E como cigarra do sertão, canta para espantar a solidão. Canta como o último trovador as trovas românticas de um tempo cantor e, outrora, sedutor. Fala de amor, fala de saudade, fala da cor daquele beijo e da cidade do desejo. Será ficção ou realidade?
Só que ao contrário daqueles que não passam por ele, porque dormem ou esperam o sol, ele canta em italiano. Não há engano naquele descendente de sicilianos que vieram para cá tentar outros planos. E como um tenor, canta a dor de um tempo cantor. E quem está na cama, detrás das cancelas, no fechar das janelas, sonha e ama em outra língua. Ah! Que seja bem vinda a lira do cantor sonhador. ...
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12/10/2008 -
Lá vem Cartola...
A lua corria alta e, da varanda, o mundo era um imenso morro com barracos coloridos e meninos empinando maranhões de estrelas. Ah! E como brilhavam aquelas estrelas de papel celofane no céu. E ao cair de um desses maranhões que são levados pela linha de cerol de algum malandro, brinquei num tamborim. Desafinado, animei-me e ensaiei um sambinha naquele couro. E aquela batucada que contava a história das rosas que não falam se misturou às batidas da porta. Já eram duas horas da manhã! Quem me procuraria em tal situação? Será ladrão! Com medo de algum imprevisto, abri a porta e a boca... afinal, ele estava ali, bem na minha frente? Ele quem? Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola. ...
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25/08/2008 -
Lagarta e borboleta
Só nós dois e um poema, caindo pela tarde morena de um tempo sem fim. E o infinito tão bonito num jardim de rosas nem tão rosas assim vai chamando nossos passos, entrelaçando nossos laços. E eu me procuro e não me acho no escuro e então, no auge da paixão, me suicido em seus braços, decidido a prolongar o compasso da nossa canção para além da morte, para além da própria sorte, para além do mais forte sentimento. Ah! Lá vem o vento! Ah! Lá vem o vento! Ah! Lá vem o vento... E eu aqui entregue ao seu movimento! ...
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08/07/2008 -
Limpeza cerebral
Dor de cabeça. Neosaldina. Anador. Novalgina. Nada disso resolve. Novena? Mantra? Chá? Socorro! Parece que há um lenhador morando dentro de meu crânio, colocando minha floresta cinzenta abaixo. Parece que há uma grande roda gigante levando meus neurônios para brincar de rodar. Parece que há um curto-circuito em meus nervos cerebrais e também nas demais ramificações. A verdade é que tudo conflui para a dor, para o incômodo, para o estresse. Os olhos pesam. Os olhos giram. Os olhos doem.
Deitado ou em pé, parado ou viajando, de olhos abertos ou cerrados como cortinas de teatro às terças-feiras, a dor castiga. A cabeça, como uma espécie de Hiroshima nuclear, parece que vai explodir a qualquer momento. E se meus pensamentos forem pelos ares, quem irá recolher os cacos? Talvez tudo seja considerado lixo tóxico. Já pensou? Meu pensar ter de ser extraditado para planetas distantes, como Saturno. Entre os pensamentos, alguns versos ficariam beirando calçadas como barquinhos em enxurradas e outros tentariam fecundar uma primavera nos jardins do medo. Com a minha cabeça aberta, minha poesia estaria solta para reinar à vontade. ...
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20/05/2008 -
Lugar comum
Nada de novo. Tudo no mesmo lugar. As ruas vão e vem. Os pássaros vão e vem. Os felizes vão os tristes vem. A vida vai e vem feito um bumerangue na mão de um menino. E olha a gente ai, no mesmo do mesmo do mesmo lugar. E olha a gente ai, a ir e a voltar como ondas de um mar imenso e propenso a marear. O dia de amanhã é igual ao que é hoje que é igual ao que foi ontem. A rotina nos tritura com seus dentes afiados e mastiga nossos sonhos, nossos planos, nossos projetos como chiclete barato.
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09/03/2008 -
Luislinda de Todos os Santos
Faltam doze minutos para as três da tarde. Com uma caneta e um amontoado de papel em branco, chego ao décimo andar da Câmara dos Deputados. De frente a um jardim de inverno florido de pássaros e de uma janela panorâmica para a Praça dos Três Poderes, espero. De repente, daquele carpete verde, brotam duas orquídeas negras. A primeira, minha amada mais amada para valer. A segunda, desconhecida até então, seria aquela que me adotaria como mais um de seus tantos filhos.
Ao apertar a mão daquela senhora de passos firmes, escuto os gritos de escravos, algemados e torturados; calo-me no desespero de mulheres discriminadas e exploradas; sinto o suor de uma pátria miserável que "vai levando" e sofro a dor do preconceito que marca, a ferro e fogo, pessoas que, na teoria, são iguais. Diante daquele encontro, vejo que aquelas palavras bonitas da Constituição, no dia a dia de um povo guerreiro, não valem de nada....
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Comentários (2)
01/03/2008 -
Lulinha paz e amor?
Se é que um dia existiu, a versão Lulinha paz e amor, sonhada por Duda Mendonça, acabou. Ao menos, foi isto que se comprovou na última semana. De palanque em palanque, de cidade em cidade, de discurso em discurso, Lula desceu o braço verbal na oposição e até no ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello.
O que mexeu tanto com os brios de Lula foram às críticas ao programa Territórios da Cidadania. Lula não aceita que digam que o programa é eleitoreiro. Mesmo tendo a consciência de que ele foi lançado em ano de eleição e que investirá 11 bilhões de reais em projetos sociais não podemos dizer nada. Veja só, o ministro do Supremo foi comentar que o programa poderia ter um caráter eleitoral e Lula esbravejou: "Seria tão bom se o Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas dele"....
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