Daniel Campos

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Encontrados 73 textos. Exibindo página 4 de 8.

30/05/2013 - Lá depois daquelas nuvens

Lá depois daquelas nuvens, deve ter uma casinha pra gente morar. Uma casinha de janelas para um pé de manacá, cujo perfume impregne em nossa alma. Que o quintal seja um convite ao sabor, com pés de fruta espalhados ao alcance de nossos olhos e mãos. Quero pássaros assoviando na cumieira e violeiros caminhando pelas estradas de um coração que mina um verdadeiro ribeirão.

Lá depois daquelas nuvens, quero lhe levar para conhecer o “felizes para sempre”. Vamos ter comida no fogão à lenha e muita prosa para prosear. Cama com colcha de retalhos, travesseiro de algodão do campo e estrelas de lamparina iluminando nosso sono entre os vãos do telhado. Um lugar em que o vento dê bom dia, boa tarde e boa noite trazendo, em primeira mão, os recados da roça.


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12/03/2013 - Leva-me daqui

Leva-me daqui sem perguntar para onde. Leva-me daqui num beijo bom. Leva-me daqui sem pedir autorização. Leva-me daqui sem se importar com tempo ou caminhos. Leva-me daqui usando pés, asas, nadadeiras. Leva-me daqui ajudando-me a carregar o peso dos sentimentos que seguem comigo. Leva-me daqui arrastando meu coração. Leva-me daqui urgentemente. Leva-me daqui sem paradas para descanso. Leva-me daqui sem deixar pistas. Leva-me daqui sem utilizar mapas ou bússolas. Leva-me daqui passando pelos reinos das histórias de ninar. ...
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23/02/2013 - Liberte-se

Chega de escravidão, de submissão, de resignação. É hora de quebrar as correntes, de entortar os grilhões, de fugir as prisões reais e imaginárias. Basta de se curvar aos senhores de escravos, dos mansos aos bravos. Basta de ter seu destino traçado. Basta de viver feito pássaro engaiolado. Asas foram feitas para ser abertas. Liberdade foi feita para ser vivida e não mantida em cativeiro em constituições empoeiradas. A escravidão na vida, na religião, na rua, no trabalho, no coração, judia, castiga, chicoteia, esfola, mata......
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02/02/2013 - Longe de tudo

Longe de mim, longe de ti, longe de nós. A vida passa longe de nossos sonhos, de nossos planos, de nossos corações. É como se tudo e todos caminhassem para o mais longe possível de nossos passos. Por mais que há abraços, os abraços estão longe do esperado, do ideal, do confortável. Por mais que há traços de intimidade, a realidade passa longe da vontade de estar junto e mais junto. Por mais que há laços de amor incondicional, a solidão tem brincando carnaval em nossos salões. O que era será dos foliões que se fazem longe quando perto? ...
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03/01/2013 - Liquidação

As fantasias restantes do Natal estão quase de graça. Os sonhos do mostruário, arranhados e manchados, estão bastante em conta. Os descontos variam bastante no setor da ilusão. Cuidado com paixões baratas. Cuidado com cheques assinados pela esperança e datados do ano passado. A alegria está em liquidação nas vitrines. Queima total no estoque de expectativas. Depois do réveillon, promessas são dadas de brinde. O amarelo ouro, o rosa amor, o branco da paz perderam o preço e o significado nas bancas. Há um verdadeiro saldão de desejos. Querendo ou não, os presentes são trocados pelo passado. ...
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18/09/2012 - Listas

Quantas promessas ainda são somente promessas em sua lista? Quantos daqueles amores que foram colocados em uma lista você ainda ama e quantos deles você pretende continuar amando? Quantos alimentos proibidos pela lista de sua dieta você ainda consegue ficar sem comer? Quantos amigos de sua lista você ainda confia para chamar de amigo? Quantos deuses de sua lista ainda estão no altar? Quantas regras listadas por você tempos atrás ainda são obedecidas? Quantas alegrias da sua lista foram dadas como lida?...
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08/06/2012 - Louco de pedra

Alguém me interne, por favor! Eu estou surtado. Uivo quando vejo a lua, choro com a chuva e viro pedra ao sol. Já espalhei meus retratos falados pelas esquinas. Minhas pupilas giram, giram, giram como bailarinas. Já pulei da ponte. Já rasguei dinheiro. Já passei pro outro lado do espelho. Mais do que conversar, eu bebo com deus. Corra da polícia, enfrento ladrão. Durmo de ponta-cabeça. O remédio é a minha doença. Já me benzi com as rezas dos ateus. Caio em pé. Corro atrás da minha própria sombra. Sou um sonho-bomba, explodo a qualquer hora, em qualquer lugar. Eu recebo a bala. Eu sou o ponto final na capa do livro. ...
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31/05/2012 - Luislinda de Iansã, olhai por nós

A Bahia tem Iansã, a Bahia tem Luislinda. Luislinda da Baía de Todos os Santos. Luislinda dos Caminhos do Sertão. Luislinda do Vale do São Francisco. Luislinda de São Salvador. Luislinda da Orla, das rodas de capoeira, dos manguezais. Luislinda dos pescadores, dos catadores de marisco, das lavadeiras. Luislinda dos dendezeiros, dos coqueirais, dos cacaueiros. Luislinda das raízes negras, do povo de Luanda. Luislinda dos Filhos de Gandhi, dos terreiros, das periferias. Luislinda, farol dos baianos. Luislinda das rendas, dos berimbaus e das oferendas. Luislinda, aplicadora e defensora das leis. Luislinda das Cidades Alta e Baixa, das estradas, dos mares e dos céus. Luislinda dos navegantes, dos feirantes, dos pequenos que se tornam gigantes. Luislinda sem preconceito, do combate às desigualdades e da afirmação dos direitos. Luislinda, força das tempestades. Luislinda de tantas lutas e cartas e gritos de alforria....
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11/02/2012 - Lua em cena

Quando a noite entra em cena, a Lua encena o seu drama particular. No palco da escuridão, ela é o próprio holofote, aquele que aponta para si mesma, fazendo-a soberana em seu monólogo lírico, em seu dueto onírico com as estrelas, cometas e humanos apaixonados, que a aplaudem e a cultuam como uma espécie de divindade teatral.

Sacra e obscena, a lua encena um infinito de mulheres. Ela é a mulher misteriosa perigosa que habita a lua minguante. Ela é a mulher de personalidade forte, plena de autoridade, existente na lua cheia. Ela é mulher repleta de esperança, de desejo de mudança, que arde na lua nova. Ela é mulher que cresce a cada desafio natural da lua crescente. ...
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25/01/2012 - Lua uivante

A lua uiva no céu deixando claro seu parto permanente de estrelas. A lua quase nunca relaxa ou dorme, está sempre acesa e desperta. Alimenta-se dos flertes dos enamorados que a adoram. A lua é o aconchego de tantos sonhos. Ela se queima ao sol e se molha numa chuva de meteoros só para brilhar por nós. É um caso de paixão explícita. Mesmo quando nova, traz consigo o peso das coisas. A lua desta noite já foi muitas outras luas. A nossa lua já foi de muitos.

A lua uiva lá fora agitando as marés, as barrigas, as sementes, os ventos, os pensamentos. A lua mexendo com vivos e com mortos, com este e outros tempos. A lua e seu obscuro prazer de ficar acordada quando todos dormem. A lua imersa na escuridão e no silêncio dos astros. Por minutos chega a ser absoluta. A lua tão rica de emoções e de fatos é um romance a céu aberto. Quantos mistérios sem resposta caminham em sua atmosfera? ...
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