Ou exibir apenas títulos iniciados por:
A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todosOrdernar por: mais novos
Encontrados 73 textos. Exibindo página 5 de 8.
13/01/2012 -
Luislinda, a incansável
Toda rainha um dia será coroada. E hoje é o dia da coroação de uma rainha negra que doou sua vida à construção da justiça. Xangô de saias. Mulher forte, firme, determinada. Mulher que mudou a forma de se fazer justiça no país das injustiças. Depois de tantas chibatadas, Luislinda será coroada. As mãos de brancos e negros, de amarelos e vermelhos, hoje se unem numa salva de aplausos à desembargadora filha de Iansã. Eparrei Luislinda!
Simbolicamente, será coroada pelas mãos de duas mulheres igualmente guerreiras, a corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon, e a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros. As iabás estão em festa. Luislinda Dias Valois dos Santos chegou lá. E com ela chegaram milhares de rostos, de sonhos, de projetos, de sentimentos de justiça. Parodiando Caetano, Luislinda é do povo assim como o povo é de Luislinda. ...
continuar a ler
Comentários (2)
20/12/2011 -
Luislinda Desembargadora
Saravá desembargadora Luislinda Valois, saravá! Luislinda da Luz, saravá! Luislinda Dias melhores, saravá! Luislinda de todos os Santos, saravá! Depois de anos e anos de preconceito, de perseguição, de guerra, a justiça foi feita. Feita como filha de santo, da cabeça aos pés. Kao Kabiesilê! Salve Xangô! Eu, cavaleiro verde, que acompanhei de perto muitas vezes as chibatadas do racismo, do desrespeito e da diferenciação que estalaram sobre essa baiana, lavo, com essa nomeação, as escadarias da minh’alma em águas salgadas para acabar de vez com todo mau-agouro. O doyá Iemanjá! Carrega todo esse período de tristeza pro fundo do mar. Começa uma nova época. A riqueza tão sonhada finalmente chegou para um povo cansado de sofrer. Arroboboi Oxumarê!...
continuar a ler
Comentários (5)
17/12/2011 -
Lua de sal
Muitos dizem que a lua é feita de mel ou de queijo. No entanto ela tempera a noite de uma forma toda peculiar como se fosse um punhado de sal. Sem lua, a noite é completamente insossa. Isso sem falar que a lua cheia faz subir a pressão dos amantes. Porém, como apreciar com moderação um daqueles luares que tomam conta de todo o céu? A lua nova, translúcida, é como um sal marinho com cristais mais leves. A lua crescente é de mesa, cai bem em todos os pratos da noite. Já a lua minguante é forte e bruta como o sal grosso. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
29/11/2011 -
Longe deste mundo
Longe deste mundo há outro mundo mais profundo para se viver sem medo. Um mundo onde o amor não seja considerado um ato vagabundo, tampouco quem ame seja cacundo de suportar tanta dor. Um mundo bem mais fecundo de sonho e prazer, onde as alegrias brotem pelas frestas como ervas daninhas e onde a realização se prolifere como coelhos jacundos em véspera de Páscoa. Um mundo sem submundo.
Longe deste mundo existe outro mundo bem mais fundo para se jogar de corpo e coração. Um mundo onde o gostar não seja um pecado imundo, mas um verbo sagrado praticado por deuses e demônios com a mesma intensidade. Nesse outro mundo a solidão desaparece num nanossegundo como num truque de mágica. Ninguém de lá é iracundo e tudo lá é oriundo do bem-querer entre criador e criatura.
Seja o primeiro a comentar
30/10/2011 -
Louco amor...
Eu quero um texto conjugado em um tempo ainda não conhecido pelo homem, mas já vivido pelas criaturas que amam sob a égide da loucura. Um tempo que por mais louo que seja é lúcido em seu propósito maior: amar, amar, amar sobre todas as coisas. Tempo tão lúcido que os detalhes desse amor impregnam nas memórias daquele que o vive. Um tempo capaz de trazer o futuro para o passado e de levar o ontem de volta ao amanhã.
Eu quero uma lua cheia ao meio-dia, um sol de verão à meia noite e um eclipse a cada beijo. Que o beijo seja pensado, imaginado, sonhado. Mas que aconteça ao acaso. E que quando seja concretizado, traga uma situação tão inacreditável, improvável, inalcançável que coloquem em dúvida sua existência, colocando esse beijo num tempo ilusório. Será que de fato existiu? O beijo? O tempo? É como se o tempo real deixasse de existir durante o encontro das suas bocas apaixonadas....
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
20/09/2011 -
Longe daqui
Longe daqui, ela caminha pelas curvas de seu corpo curvilíneo curvando olhares. Caminha entre pés de jatobá, com pés quase descalços, numa paisagem mágica, como que flutuando a alguns milímetros do chão. Bóia no ar como uma lua de sol, trocando suspiros e rugidos como se tivesse ascendente em leão. Vai como que levada pelo vento agreste, pela canção do entardecer, pela mensagem de algum mestre interplanetário. E, com influência de aquário, se enche de água mineral e nada em pensamentos que estão acima do bem e do mal. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
14/06/2011 -
Longe, longe
Estou longe. Longe de tudo e de todos. Longe de todas as maneiras e formas. Longe do verbo longear. Longe distante. Longe de tanto voar. Longe de muito cavalgar. Longe de sonhar. Longe estou, para mais longe ainda vou. Longe do mapa, do telefone, da cidade. Longe como pássaro no ciclo migratório. Longe do rumo e do prumo. Longe de qualquer civilização. Longe do sim e do não. Longe no espaço e no tempo. Longe da realidade e de tudo o que ela nos traz. Longe da mocinha e do vilão. Longe da solidão. Longe do sol e da escuridão. Longe do mundo. Longe, mas bem longe ao fundo. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
23/05/2011 -
Liberté, liberté
Todo dia a gente nasce; todo dia a gente morre, um pouco. O corpo é só o corpo, por isso envelhece, fenece, apodrece. A alma amadurece como cachaça, a cada dia fica mais curtida, mais doce, mais querida e rejuvenesce a cada sonho. Rugas são depósitos de lembranças, cada traço abriga um sem número de crianças. Não fique triste o tempo não existe para além da nossa cabeça.
Enterre suas angústias, despeça-se de seus dramas, vele suas derrotas e comemore a chegada dos novos ciclos. Numa hora você é verão, noutra é outono. Agora você é quarto crescente, logo mais será quarto minguante. A vida é movimento. Abra os braços ao destino, aceite o tempo, sinta o vento. Dance nos braços de Merlin os passos de uma música que não tem começo nem fim....
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
21/04/2011 -
Lava-pés
Os pés da mulher que eu amo são duas criaturas próprias e independentes, que caminham paralelas ou perpendiculares aos destinos que a ela convém. Como são belos os seus pés cheios de curvas e carnes, de desenhos e relevos. Caminham pela vida suja, pela noite turva que nos toma como reféns. Tens os pés de um anjo caído, de um desejo proibido, de um tempo perdido. Os pés da mulher que eu amo me levam em seu encalço implantando em mim marcapassos de uma dança que avança pela minha imaginação.
...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar
07/03/2011 -
Lança perfume
A mulher amada, dentro ou fora do carnaval, nos blocos ou nos bailes, nas ruas ou na cama, no sonho ou na realidade, na folia ou na tristeza, lança perfume. Seja nos momentos de conquista, de lazer, de trabalho ou de reflexão, a mulher amada lança perfume de forma sutil ou avassaladora.
Dos poros da mulher amada emanam naturalmente fragrâncias relacionadas ao sentimento. Cheiro de amor, cheiro de raiva, cheiro de angústia, cheiro de saudade, cheiro de desejo, cheiro de diversão. Porém, em instantes de pura intensidade, a mulher amada não apenas emana, mas lança perfume. ...
continuar a ler
Seja o primeiro a comentar