Daniel Campos

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Encontrados 73 textos. Exibindo página 2 de 8.

09/12/2015 - Lá vem Tia Neiva

Lá vem Tia Neiva à frente de uma imensa corte espacial. Vem com Nityamas, Gregas, Ciganas, Samaritanas e tantas outras falanges emanando amor pelos confins do universo. Lá vem Tia Neiva na corte de luz caminhando pelos vales, irradiando a nova era. Vem pelos caminhos de Seta Branca, nosso pai, em sintonia com os corações elevados. Vem vibrando por todos nós, vossos filhos. Vem clareando o Amanhecer nas forças do sol e da lua. Lá vem Tia Neiva, firme em sua jornada, com os grandes iniciados, alertando-nos sobre os Três Reinos de nossa Natureza. Amor, Humildade e Tolerância. Salve Tia Neiva, Salve Deus. ...
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22/08/2015 - Longe dos seus braços

Longe dos seus braços eu sou pássaro sem ninho, caracol sem casa, abelha sem favo. Longe dos seus braços sou bebê sem ventre, violão sem corda, jardim sem flor. Longe dos seus braços, sou estrada sem chão, cana sem açúcar, cigarra sem chuva. Longe dos seus braços, sou pimenta sem ardor, buquê sem cheiro, casamento sem amor. Longe dos seus braços, sou carro sem roda, nuvem sem céu, veleiro sem vento. Longe dos seus braços, sou mar sem onda, raio sem trovão, cavalo sem monta.


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19/07/2015 - Livra-se e vem

Tira a roupa e vem me ver. Já estou doente de tanto querer. Venha sem sapatos. Sem vestidos. Como num grande ato onde do encontro faça o melhor do permitido e do proibido. Pegue o primeiro arco. Flexione seu corpo como num arco. Faça-se presente em todos os locais do quarto. Estou a lhe esperar como se fosse a primeira vez. Desabotoa seus botões no meu jardim de inverno. E entre tantos senões vai me fazendo a sua certeza. Tira a roupa do que nos afasta e vem me ver. Dispa-se dos obstáculos, das incongruências, das incompatibilidades e vem esvair toda e qualquer saudade. Doma os meus dias vazios. A selvageria que me tomou. Faça-me do seu jeito que eu lhe faço no meu ajeito para tudo ser mais que perfeito. Deixa de lado o passado. Desça do muro do futuro. Faça um furo no hoje e deixa vazar todo o sentimento. Tira todo nó, todo não, todo só do coração. Dá alento ao meu caminho que se estende sozinho. E vamos somente com o essencial de nós dois ao chamamento da paixão.


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07/07/2015 - Livres como pássaros

Que todas as porteiras sejam abertas. Que todas as janelas se abram. Que todas as portas se destranquem. Que todas as tramelas se levantem. Que todos os portões se escancarem. Que todas as tumbas se quebrem. Que todos os cadeados se rompam. Que todas as correntes se arrebentem. Que todas as cancelas se esgarcem. Que todos os nós se desatem. Que todos os segredos se revelem. Que todas as prisões libertem. Que todos os laços se desmanchem. Que todas as gaiolas caiam e os pássaros voem livres como pássaros que somos.


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14/06/2015 - Lendas do rouxinol

O buraco sem fundo é onde se esconde o melhor do mundo. No caco de vidro alguém se sangra e dá seu destino como lido. No fato ocorrido há sempre um inocente e um parente comovido. Na fenda da agulha passa linha, mas não passa trem. À fagulha da vela vem a alma que convém. Diz a lenda que é na lua nova que sobra desdém. Porém, se quiser algo novo basta dizer ao além: eu louvo a minguante também. O pano das costas é o mais alvejado. A inveja e olho-gordo andam lado a lado. A cobiça enguiça seu futuro e seu passado. Cuidado com os botões, pois no ato do abotoamento há sempre um casamento. O vão da vida é uma ode à despedida. Pela ponte estreita quem não se sacode não se endireita. Preste atenção, coração é curvo como anzol para fisgar amor e perdão até em mar turvo ou dias sem sol. Tudo isso quem me contou foi o menino rouxinol que hoje canta junto da santa de olhos de farol.


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06/04/2015 - Licença poética

Eu quero ir além, de direito e de fato, sem mas nem porém. Cantar sem se importar se desafino, rompendo os padrões de certo e errado, de sim e não. Dançar movido pelas músicas da minha cabeça. Voar alto como os pássaros de marte. Quebrar o asfalto em busca da terra. Desfolhar como árvore parindo folhas novas de uma história aberta. Abrir porteiras, cancelas, portões, janelas e tudo o que pode impedir a passagem do vento que traz a mensagem do tempo. Sumir em meio a um amor sem quaisquer preocupações que não seja amar e amar e amar e ser amado. Ser pedra, pau, bicho, planta, água, nuvem, chama, chuva de uma só vez. Mais do que escrever, viver a poesia, com licença poética plena e irrestrita.


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10/02/2015 - Lua vermelha

São Jorge que baixe suas armas e não tenha ciúme porque eu vou pra lua eu vou. Eu vou pra lua vermelha que mais parece um vulcão suspenso no espaço. Eu vou pra lua como abelha vai pra lua de mel. São Jorge acenda o farol pra me guiar. Eu vou para lua em seu período fértil, corada e mansa, pronta para se dar por inteira. Eu vou para lua vermelha pois meu desejo já é bem maior que uma centelha. São Jorge abaixe a lança, por favor, perdoa o meu amor lunático. Já comprei até um foguete, um ramalhete e escrevi o bilhete para me declarar. Ninguém vai me segurar, eu vou pra lua, quando o sol baixar.


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30/01/2015 - Lágrimas de conhaque

Ela chegou depositando seu sorriso contido no primeiro copo que viu pela frente. Sua alma fria, nada sorridente, foi tentando se aquecer com conhaque barato. Tinha dinheiro para champanhes, e uísques e drinques mirabolantes, mas carecia daquela bebida pobre, pois já estava farta de ter coração nobre. Ajudava, atendia, auxiliava, fazia, e nada recebia do que bem pretendia. Então, resolveu dar um basta em tanta nobreza e descer da beleza para um copo sujo. Aquele ambiente que cheirava a cigarro e sexo, fazia a transpirar por debaixo de um vestido que custava pelo menos dois anos do salário de quem depositava o conhaque turvo em seu copo. E aquilo mexia com ela. Sentia-se igual a qualquer um. Não precisava de regras de etiqueta, de segurar a línguas nas horas de desequilíbrio, de conter o choro para não borrar a maquiagem. Ali não vali a regra dos títulos, mas das dores. E dores não são maiores ou menores, são dores. De que adiantava seus diplomas, seus cursos no estrangeiro, suas horas deitada em um divã, se nada nem ninguém poderia dar jeito naquilo que chamavam de amor. Estava frustrada. Desiludida. Encurralada. Não podia sequer contar com as amigas que não entendiam ela se apaixonar por aquele que podia ser tudo menos seu namorado, marido, amante. Seu pai não queria aquilo para ela. Seu ex-noivo, ainda inconformado com a perda, não entendia os rumos que seu coração tomou. Sua mãe fazia até novena para ela se desencantar. Mas não tinha jeito. Seu coração, como um bicho, gostava daquele que não valia um cuspe. Ela própria tinha desistido de se entender. Embora relutasse, quando abria os olhos e dava conta de si, estava nos braços daquele homem que a tratava como um pedaço de carne. Não havia sentimento, não havia promessa, não havia compromisso, somente o prazer pelo prazer. Seu corpo dominava sua cabeça e o coração, como que enlouquecido, entregava-se ao absurdo. Ela não conseguia lhe botar freio. Ela tinha vocação para ser rica, feliz, bem resolvida, mas, de repente, seu destino era ser mais uma, talvez a mais baixa das mulheres, aquela que se deixa usar e ainda sente prazer nisso. Estava sendo contra seus valores, princípios e demais aprendizados. Mas de que importava a ética e a moral quando o assunto era satisfazer a si própria? Ao mesmo tempo em que ela tinha nojo de si ela sentia arrepios e se contorcia toda sendo assim. Ela queria mais mesmo chorando lágrimas de conhaque, tão doces quão ardidas. ...
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02/01/2015 - Luz azul

Tão logo a noite do sul caiu as estrelas se jogaram uma a uma aos pés da mulher que passa por retas curvas como um farol. E eu, barco perdido no oceano das paixões, com todas as bússolas interiores girando em falso, fui ao encalço daquela luz perfumada de azul. Uma luz de porte que cortava como lâmina estrelada, afiada e brilhante como as previsões da morte. Eu não sabia se ia ao seu encontro ou se fugia, ainda tonto, depois da última surra dos piratas do norte. Quanto mais avançava, mais aquela luz me atiçava. Como sereno, suava, chorava, cravava meus olhares naquele raio que se jogava aos meus braços. A luz tinha tudo para ser trêmula, incerta, imprecisa, mas era certeira. Chegava como holofote fazendo com que aquele mar bravio, salgado rio, se transformasse no palco do meu monólogo. Diferente das criaturas que morrem caladas, eu cantava o meu fim na esperança de uma reviravolta no rumo daquelas ondas sonoras de silêncio. E fechando os olhos eu ouvia o riso denso vindo daquela luz. Podia sentir seus seios, seus leites, seus deleites, seus anseios, seus enfeites... Nem a tempestade de sentimentos que volta e meia me colocava em naufrágio impedia de eu sentir cada fio de seu cabelo, cada arrepio de seus pelos, cada desvio de sua pulsação. E no mar-alto da minha solidão eu, nu de qualquer medo, confessava em segredo os meus pecados e amados àquela luz que me transformava num remo da cabeça aos pés. Um cego fazendo da luz a sua fé. ...
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13/12/2014 - Lua e terra

A terra podia ser quadrada, triangular, hexagonal, mas quis o deus do princípio que ela fosse redonda, como a lua que ronda meus olhares em tantos e quantos luares como se minguantes ou crescentes fossem meus radares para o que há de fantástico nesta redondice que me move em direção às novas ou cheias numa terra de ninguém e de sonhos em que o Santo Jorge salvou a princesa do dragão, em que os noivos se deleitam em mel, em que os ratos comem como queijo, em que o homem ousou pisar quando devia por lá chegar ter ajoelho como um altar sagrado aos poetas que viajam à lua todo bendito redondeando aquele território que é a parte romântica da terra, até os piratas com seu rum a namoram querendo conquistá-la, lua e terra ligadas por um cordão umbilical de poesia, cordão prateado, amarelado, azulado, rosado e até esverdeado quando a lua de Olorum é visitada pelos caboclos da alvorada numa festa de energia que renova a lua, a lua, a lua, coração de deus por nós flutua.


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