Daniel Campos

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 362 textos. Exibindo página 11 de 37.

05/08/2013 - Cidadela

Um tapete verde sem fim que se estende para depois de onde a vista alcança. Rios largos que se acham mar. Casinhas pequeninas distantes do corre-corre dos grandes centros. Pessoas que vivem da terra, para a terra e a terra. Braseiros que levantam um perfume de dar água na boca. Território que guarda o sangue e a honra de seus conquistadores. Cantorias do silêncio. O relógio trabalha como antigamente. Namoros provincianos pelas praças centenárias. Corações coloniais com toques modernistas.
...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

31/07/2013 - Como se não tivesse

Ela correu como se não tivesse destino. Ela nasceu como se não tivesse propósito. Ela sorriu como se não tivesse conhecimento da dor. Ela dançou como se não tivesse ossos. Ela fugiu como se não tivesse amor. Ela perdeu como se não tivesse importância. Ela cantou como se não tivesse medo. Ela aplaudiu como se não tivesse vergonha. Ela adormeceu como se não tivesse problemas. Ela andou como se não tivesse chão. Ela caiu como se seu mundo não tivesse fundo.

Ela iludiu como se não tivesse maldade. Ela acreditou como se não tivesse a negação. Ela voou como se não tivesse outra vida. Ela feriu como se não tivesse a intenção. Ela soluçou como se não tivesse mais nada. Ela embarcou como se não tivesse paradeiro. Ela caçou como se não tivesse dó. Ela mentiu como se não tivesse verdade. Ela gritou como se não tivesse que se calar. Ela grunhiu como se não tivesse palavras. Ela partiu como se não tivesse saudade....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

30/07/2013 - Cruzas

Cruza pernas. Cruza avenidas. Cruza olhares. Cruza linhas. Cruza estradas. Cruza sexos. Cruza previsões. Cruza cruzes. Cruza depoimentos. Cruza ruas. Cruza intenções. Cruza corpos. Cruza bichos. Cruza asas. Cruza impulsos. Cruza mapas. Cruza passos. Cruza obedecendo ou não a um sinal convencionado. Cruza mirando outras cruzas. Cruza urbanidades. Cruza medos. Cruza ajudas. Cruza correntes de força. Cruza pensamentos. Cruza imagens. Cruza versos. Cruza casas com botões. Cruza flores. Cruza temperos. Cruza línguas em beijos e sotaques. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

28/07/2013 - Caboclo Tupinambá

Êêêêêêê Caboclo Tupinambá, graças a Deus! Salve Deus meu caboclo gigante, pode chegar, pode tomar de conta, pode saudar o povo das matas e das cachoeiras fazendo seu trabalho de desobsessão. Estala os dedos, vibra, grita, canta, manipula as energias limpando seu filho de toda carga negativa. Leva os espíritos sofredores para a luz.

Caboclo Tupinambá é valente, é forte, é intensamente presente. Caboclo Tupinambá tem o cheiro das matas, tem o movimento das águas, tem a magia das plantas, tem as virtudes dos bichos. Caboclo Tupinambá não pede licença para quebrar feitiço e todo enguiço que faz sofrer um filho seu. Caboclo Tupinambá é do Vale, Salve Deus. ...
continuar a ler


Comentários (2)

14/07/2013 - Coração fermentado

O coração fermenta como massa de pão, vinho e queijo. Fermenta nas cozinhas profissionais e amadoras do sentimentalismo humano. Fermenta de saudade, de amor, de tristeza e de tantas outras coisas. É por isso que temos a impressão que nosso coração amanhece, entardece e anoitece com sabores, volumes e texturas diferentes. E há sempre alguém a dizer que temos o coração fresco ou podre.

Isso porque as paixões, principais agentes da fermentação do nosso coração, são microscópicas tais como fungos e bactérias. Seja a paixão por uma pessoa ou uma situação, por um lugar ou uma comida, por uma roupa ou um tempo, é nítido que nosso dia-a-dia é um enrolar e desenrolar contínuo de paixões. E não faltam médicos e filósofos tentando compreender e explicar o coração fermentado. ...
continuar a ler


Comentários (1)

07/07/2013 - Caboclo Sete Flechas

Eu vibro com Oxossi na linha dos caboclos, saudando seu Sete Flechas. Salve cada uma de suas flechas sagradas. Salve cada uma de suas flechas abençoadas por Oxalá. Salve a flecha da saúde entregue ao seu braço direito por Oxossi. Salve a flecha da defesa dada por Ogum para o seu braço esquerdo. Salve a flecha da justiça cruzada em seu peito por Xangô. Salve a flecha contra toda e qualquer traição cruzada em suas costas por Iansã. Salve a flecha do abre caminho que Iemanjá colocou sobre sua perna direita. Salve a flecha a iluminação deixada por Oxum sobre sua perna esquerda. Salve a flecha da força astral superior passada as suas mãos por Omulu. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

25/06/2013 - Convite a Mandela

Mandela, pegue o primeiro vôo com destino ao Brasil. Antes de dar por encerrada sua missão heróica, tem mais uma tarefa esperando por você. Por aqui, do outro lado do Atlântico Sul, as pessoas se levantaram. E se levantaram com bandeiras, com desejos, com esperanças. O nosso povo está nas ruas lutando por liberdade. São brancos e negros de mãos dadas por um Brasil livre. São devotos e filhos de santo no mesmo coro por um país forjado na bravura e na indignação de sua gente.

Tata Madiba, enquanto não chega esse avião, grite daí que é preciso respeitar os direitos humanos de quem está nas ruas. São balas e prisões tentando calar a voz dos que não têm voz. São militantes de um novo tempo. São ideiais de carne e osso. São políticos e intelecutais tentando compreender uma pátria em ebulição. A consciência do brasileiro eclodiu de modo que todo dia é dia de Mandela, dia de valorizar a liberdade, a justiça e a democracia. É dia de refundar o Brasil. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

16/06/2013 - Cavalga

Cavalga pelos campos da ilusão. Cavalga pelos amores de cordel. Cavalga pelas ruas de paralelepípedo. Cavalga pelo céu selvagem. Cavalga pela trilha secreta. Cavalga por entre as bicicletas. Cavalga como se não existisse mais nada além de sua montaria. Cavalga em alto-relevo. Cavalga pela paisagem de valsa, de marcha, de frevo. Cavalga como quem assovia uma canção da juventude. Cavalga doce mesmo quando rude. Cavalga amando e desarmando a cavalaria.

Cavalga pela lua amarela de São Jorge. Cavalga abrindo e fechando janelas. Cavalga numa crescente. Cavalga pelas esquinas meninas. Cavalga pelos destinos meninos. Cavalga pelo nascente e pelo poente. Cavalga sem adereços. Cavalga de uma forma sem preço. Cavalga fazendo sua própria estrada. Cavalga com apreço. Cavalga faiscando. Cavalga enfeitiçando. Cavalga revirando a terra como se fosse enxada. Cavalga procurando corações montados e, quiçá, alados.


Comentar Seja o primeiro a comentar

14/04/2013 - Cansada

Cansada de tanto esperar, ela aconteceu. Cansada de tanto se dar, ela se fechou. Cansada de tanto falar, ela se calou. Cansada de tanto sonhar, ela realizou. Cansada de tanto prender, ela cedeu. Cansada de tanto fazer, ela parou. Cansada de tanto largar, ela pegou. Cansada de tanto amar, ela chorou. Cansada de tanto querer, ela rezou. Cansada de tanto errar, ela se culpou. Cansada de tanto engolir, ela explodiu. Cansada de tanto vir, ela partiu.

Cansada de tanto sorrir, ela se zangou. Cansada de tanto obedecer, ela se libertou. Cansada de tanto andar, ela voou. Cansada de tanto beber, ela caiu. Cansada de tanto prazer, ela transcendeu. Cansada de tanto procurar, ela se perdeu. Cansada de tanto recuar, ela beijou. Cansada de tanto se limitar, ela ousou. Cansada de tanto doer, ela enlouqueceu. Cansada de tanto defender, ela bateu. Cansada de tanto lembrar, ela esqueceu.


Comentar Seja o primeiro a comentar

12/04/2013 - Coréia de mísseis

Como ficarão os sonhos ainda não realizados depois dos mísseis da Coréia? O que vai ser dos casais apaixonados depois dos mísseis da Coréia? Quando as crianças vão dormir sem medo de não acordar depois dos mísseis da Coréia? Como vão ficar as ligações depois dos mísseis da Coréia? O que farão os pássaros depois dos mísseis da Coréia? Quem catará e juntará e colará os estilhaços de humanidade depois dos mísseis da Coréia?

Mísseis que desafiam a vida e a morte. Mísseis que levam o fim. Mísseis de choro. Mísseis de viuvez. Mísseis de gritos. Mísseis que colocam deus em xeque. Mísseis de histeria. Mísseis rasantes, cadentes, incandescentes. Mísseis com remetente e destinatário. Mísseis da separação. Mísseis que rompem destinos. Mísseis que espalham vírus nucleares. Mísseis que nos marcam de guerra. Mísseis que descriam a terra.


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   9  10  11  12  13   Seguinte   Ultima