Daniel Campos

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 95 textos. Exibindo página 8 de 10.

29/09/2008 - Uma floresta no meu quintal

No meu quintal tem sibipuruna, tem, tem árvore da fortuna, tem, tem buriti, tem, tem pequi, tem, tem palmeira e figueira, tem. Tem, tem, tem uma floresta no meu quintal. Tem unha-de-vaca, alfavaca, imbê e guaimbê e até um abacaxizal no fundo do meu quintal. Tem tucum e urucum. Tem ipê-do-morro e carrapicho de cachorro. Tem mamona e azeitona. Tem hibisco e tem chuvisco. Tem flamboyant e hortelã. Tem boldo e pau de dar em doido, tem manacá-da-serra, tem ingá, tem cajá, tem jatobá, tem araçá e muita fartura na pintura do meu quintal a la Lasar Segall. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

21/09/2008 - Uma senhora de coração azul

Lá vem pela estrada uma senhora de sombrinha aberta ao sol trazendo, por entre a penumbra, um semblante sério que logo se desmancha numa afabilidade de açúcar. A senhorinha tem passos pequenos e caminha numa leveza que, há primeira vista, parece volitar. Traz consigo aquela velha Minas dos contos de Guimarães Rosa que já não contam mais. Uma Minas que pulsa em seus gestos, em seu falar, em seu uai mais bem afinado, sô. Vem de sandália baixa, numa simplicidade tão nobre de se ver. E sem perder a postura de professora, vem ensinando o amor para aqueles que cruzam sua estrada. Uma sensação de ternura, de aconchego, de contentamento, de doação caminha ao seu lado e contagia o mundo que, com todo respeito, abre passagem para ela prosseguir tecendo sua estrada, que é de barro, sopro e fé. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

24/08/2008 - Um pirata sem mar

O menino entristecera de uma vez. O pai não sabia o que fazer. A mãe chorava pelos cantos todo o pranto que restava em seus olhos, já fundos. Já tinham recorrido ao clínico geral, ao terapeuta, ao psicólogo, ao cientista, ao padre, ao mágico do circo e ao morro em dia de carnaval. Mas o menino não sorria, só tinha os olhos lançados ao céu das cotovias. Não queria saber de estudar, de passear, de jogar, de conversar, de cochilar... Não nem mesmo namorar, embora seu comportamento fosse digno de um apaixonado de sentimento tão convicto quão aflito. E isso levava todos à loucura. Já diziam que ele ia definhar até morrer. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

29/07/2008 - Uma fila chamada Brasil

Fila de banco, além de estresse, é uma oportunidade indigesta de aprendizado. É uma vitrine social. Afinal, entra e sai gente de todas as cores, credos, classes sociais, idades, sexos, ideologias. Muito bem. Estou eu em uma longa fila de um banco privado a observar a falta de civilidade de uma pátria que adotou o "jeitinho" como opção de vida. Brasileiro quer se dar bem e isso é fato. Depois a gente não sabe a razão de o país ser miserável e corrupto. Os grandes pilantras nasceram de uma sucessão de pequenos maus-hábitos....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

23/07/2008 - Um funeral a la Dercy

Tão aplaudida quão incompreendida, Dercy Gonçalves foi um caso à parte na história da humanidade. Haveria muito a escrever sobre seus mais de cem anos. No entanto, peço licença para não falar da sua vida. Quero discorrer sobre sua morte. É difícil de acreditar, mas o corpo da atriz foi enterrado em pé em um cemitério no interior do Rio de Janeiro com direito a Hino Nacional, muitos flashs e fãs caracterizados no melhor estilo da comediante. Depois de seresta, missa e procissão, ao som da bateria da escola de samba Viradouro, Dercy foi enterrada na posição vertical, no mausoléu que fez questão de construir, como forma de mostrar que continua viva. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

12/07/2008 - Um sopro de luz chamado Halley

Com os olhares lançados ao vento quase agostino, velejo pelos quadriláteros do céu de inverno. Nesta época do ano, o manto negro que cobre a noite é mais espesso. Entre uma estrela tímida ali, uma vaidosa lá e uma outra perdida acolá, traço as linhas de constelações famosas e me pergunto pelo cometa de Halley. Foi esse cometa que trouxe a minha vida a idéia de finitude, de morte, de efêmero. Pudera, ele só passa sob nossos céus a cada 76 anos. Privilegiados os que conseguem vê-lo por duas vezes. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

14/06/2008 - Um pouco Indiana

Estréia hoje o Homem-aranha número... Não percam o incrível Hulck... Com vocês, o Homem de Ferro... O Capitão América vem aí... Esses são só alguns dos diversos personagens em quadrinhos que tem povoado a tela do cinema e mexido com o imaginário das pessoas nos últimos tempos. Ao contrário de me imaginar como um desses super-heróis que são capazes de voar e ter força infinita, sempre vibrei muito com as odisséias de Indiana Jones.

Indiana Jones? Um professor de arqueologia e um aventureiro destemido em um mesmo corpo. Um personagem mais próximo do real, mas com toda a magia necessária para ativar o nosso subconsciente, levando-nos assim a mundos desconhecidos. Além disso, sempre gostei dessa coisa de deuses, enigmas e relíquias arqueológicas. A arca perdida, o cálice da última ceia, o templo da perdição são lendas que fazem parte do cotidiano de qualquer sonhador. E eu sonho... Por isso, dia desses fui ao cinema conferir o novo filme de Harrison Ford: Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

28/05/2008 - Um novo golpe em nossos bolsos

O final do ano passado foi marcado pela extinção da CPMF. A oposição conseguiu derrotar o governo no Congresso e mandar esse imposto para o espaço. Foi uma festa. Mas tudo, ao que aparenta, não passava de demagogia. Afinal, saiu a CPMF, mas outros impostos tiveram seus índices elevados brutalmente, como o IOF. E agora, para piorar, cogita-se a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira) sob um outro nome, com mais apelo psicológico, a CSS (Contribuição Social para a Saúde), trazendo cerca de 23 bilhões para os cofres do governo. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

13/05/2008 - Uma nova abolição

Negro. Onde estão teus direitos, negros? Quantas correntes brancas ainda lhe prendem, negros? Negro, para onde foi a abolição da tua escravatura? Aboliu? Sumiu? Ninguém mais a viu? Corre negro pela estrada branca à procura da igualdade que se sonhou. Sonhou demais. Ah! Negro, aonde vai dar este navio negreiro? Ah! Negro, prisioneiro de um passado mal contado nos livros das escolas brancas.

Negro. Onde estão teus deuses, negros? Será que estão escondidos por detrás dos santos brancos? Onde está tua boca negra, teus olhos negros e teu útero negro para fecundar uma civilização de aves negras que possam voar rumo ao horizonte detrás dos montes estrelados salpicados de estrelas vestidas da noite negra. Ah! Negro, vamos brotar uma lavoura negra neste Brasil que não se assume negro. Ah! Negro, vamos sonhar um sonho negro nesta pátria que é africana, suburbana e tirana com seus filhos, negros....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

06/05/2008 - Um ato de fé

Carlos Drummond de Andrade já dizia que a confiança é um ato de fé, e esta dispensa raciocínio. O poeta estava certo. Confiar vem do latim con fides, isto é, com fé. A confiança, portanto, é uma questão de fé. Para além do universo da regilião, a fé é um exercício dinâmico de coragem. E coragem, como o próprio nome diz, é ter o coração na ação. Mesmo o coração tendo razões que a própria razão desconhece, com ele à frente superamos até o impossível.

Mas por que toco neste assunto? Simples, muitas vezes queremos mergulhar fundo em um projeto, mas nos falta confiança. Temos medo de nos entregar, de corpo e alma, a uma causa. Resultado: ficamos de pé atrás com a vida. E não há nada pior do que ficar neste estado. Tornamo-nos inseguros e tristes e a vida, por sua vez, emperra. Como é bom ver aquela criança que corre de braços abertos em direção à mãe ou ao pai, com a segurança de se jogar neles com a maior felicidade. Com o passar dos anos, o mundo nos endurece a tal ponto que essa cena deixa de existir. ...
continuar a ler


Comentários (1)

Primeira   Anterior   6  7  8  9  10   Seguinte   Ultima