Daniel Campos

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Encontrados 95 textos. Exibindo página 5 de 10.

20/02/2012 - Um rei

Um rei não volta atrás mesmo quando esse é único caminho a seguir. Um rei não pede, ordena. Um rei não fala, ruge. Um rei nunca deixa de amar mesmo quando não mais amado. Um rei não julga, condena. Um rei não profetiza, executa. Um rei não é feito de pena. Um rei não chora, ao menos não diante de seu reino. Um rei não se rende. Um rei não cai. Um rei não morre, afinal seu coração é a coroa que continua pulsando em sua ou em outra cabeça.

Um rei não se limita a alguém e não imita ninguém. Um rei não se orgulha de seus súditos, mas de seus muros. Um rei não suplica, pega a força. Um rei não serve a interesses que fogem ao seu espelho. Um rei não brinca, duela. Um rei não existe nu de seus brasões, mantos e espadas. Um rei não é necessário, legal ou bem-feito. Um rei não sonha, conquista. Um rei não é domado. Um rei não tem o heroísmo como seu principal talento. ...
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03/02/2012 - Um dia

Um dia à parte. Um dia frio. Um dia de luta. Um dia só. Um dia de sol. Um dia de chuva. Um dia de lua. Um dia apaixonado. Um dia branco. Um dia preto. Um dia de fé. Um dia deitado. Um dia a pé. Um dia a mais. Um dia a menos. Um dia e tanto. Um dia de santo. Um dia de cera. Um dia de riso. Um dia sem juízo. Um dia doente. Um dia somente. Um dia semente.

Um dia de canto. Um dia de encanto. Um dia internacional. Um dia local. Um dia de estrela. Um dia anônimo. Um dia carente. Um dia de pecado. Um dia aceso. Um dia teso. Um dia de peso. Um dia leve. Um dia para guardar. Um dia em guarda. Um dia calado. Um dia fadado. Um dia em xeque. Um dia partido. Um dia caído. Um dia proibido. Um dia perdido. ...
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11/01/2012 - Uma risada

Eu quero uma risada de criança. Uma risada espontânea, inocente, feliz. Uma risada aconchegante. Uma risada ressoante. Uma risada sem maiores motivos. Uma risada sem explicações. Uma risada generosa e farta. Uma risada livre. Uma risada genuína. Uma risada imensa daquelas que ninguém dá conta de dimensionar. Uma risada que seja capa e conteúdo ao mesmo instante. Uma risada crônica. Uma risada que passa e ao mesmo tempo não passa. Uma risada que fica, que quer ficar. Uma risada tranquilizadadora. Uma risada de desejo e desejada. Uma risada fadada ao riso. ...
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28/09/2011 - Uma palavra

Uma palavra é mais do que eu posso dizer. Uma palavra é menos do que eu queria ouvir. Uma palavra pro estômago, outra pro santo. Uma palavra à medida do meu silêncio. Uma palavra que grita. Uma palavra que berra. Uma palavra que erra. Uma palavra de sangue. Uma palavra de honra. Uma palavra de destino. Uma palavra de menino. Uma palavra ao vento. Uma palavra úmida. Uma palavra perdida. Uma palavra remota. Uma palavra de canto.

Uma palavra e duas pedras de gelo. Uma palavra fria. Uma palavra que faz a ponte. Uma palavra vazia. Uma palavra sem volta. Uma palavra que arrepia. Uma palavra suspensa. Uma palavra intensa. Uma palavra final. Uma palavra sem boca. Uma palavra livre. Uma palavra errada. Uma palavra proibida. Uma palavra mocinha, outra bandida. Uma palavra borrada de batom. Uma palavra caída. Uma palavra que fere. Uma palavra à flor da pele. ...
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28/07/2011 - Uma pintura a 300km/h

Há quem cresceu em meio às telas de Cézzanne, de Chagall, de Matisse, de Van Gogh... Já eu cresci me alimentando das pinturas de um artista que pintava cabeças. Quantas as vezes que chorei e vibrei e cantei diante de uma das obras, em especial, desse pintor pós-moderno. Sua obra que viajou o mundo e arrancou aplausos e despertou suspiros. Foi perseguida, combatida, invejada, cobiçada e coroada.

Obra cobiçada por pessoas de todas as idades e classes sociais, reproduzida em cadernos de escola, em muros, em jornais, em tatuagens. Eu fui um dos milhares que já compraram uma cópia dessa pintura e que já colocaram as mãos e posaram para as lentes ao lado de uma original. Tão conhecida quão MonaLisa, essa obra de arte faz parte de mim. Das minhas memórias, das minhas aventuras, das minhas histórias, das minhas paixões sem curas. ...
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12/07/2011 - Universo particular

De repente, as estrelas enfeitam o céu da sua boca e seus lábios orvalham junto aos meus. É verdade que por sobre as nuvens dos seus olhos mora um deus? Ah! Querida, põe os anjos aos seus pés, chuta os demônios da sua vida e me flecha pelas costas no melhor estilo dos cupidos. Passa pelo meu dia como um cometa, cai no meu mundo feito um meteoro, embaralha as minhas constelações. Signatária do meu signo, futuro benigno, antígeno mais puro das minhas divagações.

Planeta oculto, cruzada sideral, universo em curto, avesso do mapa astral. Criatura extraterrena, cruzada interestelar, viagem amena, astronauta do luar. Cuidado com os piratas de plutão, com os dentes do dragão, com os bilhões de anos luz do coração. Vamos inventar uma nova teoria cosmológica, vamos refutar as leis de Einstein, vamos morar num foguete. Deixa-me perder a gravidade em seu corpo celestial. Deixa-me sucumbir as suas forças espaciais. Deixa-me beber do leite da sua via láctea....
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08/07/2011 - Um convite a Inês Pedrosa

Depois de me possibilitar conhecer Vinícius de Moraes, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Dante Alighieri, Fiódor Dostoiévski, José Saramago, Pablo Neruda, Fernando Pessoa e tantos outros poetas e escritores que, ao longo da minha infância e adolescência, forjaram a minha alma, meu pai me apresentou Inês Maria Margarida Pedrosa, ou simplesmente, Inês Pedrosa.

Com a certeza de que havia descoberto mais uma pérola, colocou em minhas mãos o romance “Fazes-me Falta” da escritora portuguesa contemporânea. Uma obra que mistura literatura e poesia com carregadas doses de lirismo e sotaque lusitano. Adentrei a noite lendo aquelas linhas que chegavam a tirar meus pés do chão numa narrativa capaz de fazer brotar uma infinidade de asas em minha alma. ...
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22/06/2011 - Uma data difícil de esquecer

Hoje, dia 22 de junho, era dia de meu avô levantar cedo, caprichar no penteado, tanto do cabelo quanto do bigode, passar um pouco a mais de perfume e abrir um sorriso largo. Era como menino em dia de aniversário: gostava de receber cumprimentos, de ser lembrado, de ganhar presentes, de fazer festa. Só não gostava de ficar mais velho, porém, como todos sempre lhe davam anos a menos ele se enchia de orgulho de ter a idade que tinha forte e jovem daquele jeito.

Passou a maioria de seus aniversários trabalhando no sítio que, de uma forma ou de outra, foi seu mundo mais lúdico. Tanto que assim como tem criança que escolhe um super-herói de gibi ou um personagem de desenho animado para ser tema de sua festa, meu avô escolhia sempre seu sítio. O sítio sempre foi o cenário de suas festinhas, regadas a churrasco, cerveja e passos de dança. Cenário perfeito, afinal, ele e o sítio eram um só há mais de setenta anos. Um casamento perfeito. ...
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19/05/2011 - Um beijo

Um beijo. Um beijo pra derreter o gelo. Um beijo para passar um segredo. Um beijo para anunciar que chegou ou que vai partir. Um beijo de cheiro. Um beijo de sabor. Um beijo para mudar a cor da boca. Um beijo para gritar, para sussurrar, para calar. Um beijo para quebrar a expectativa. Um beijo para propor um novo tempo. Um beijo para marcar o diário. Um beijo para voar feito pássaro ao vento. Um beijo para ferir. Um beijo para curar. Um beijo para transformar realidade em ficção. Um beijo para assoviar uma canção. Um beijo para acender a chama. Um beijo para dizer que ama. ...
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08/05/2011 - Um dia para poucas

Mãe não é quem gera, pari ou educa, mãe é quem ama. Ama incondicionalmente, independentemente de qualquer fato, tempo ou ação. Mãe é mais do que uma pessoa, é um patamar bastante elevado na escala sentimental. Não é à toa que o amor maternal figura entre as mais puras e intensas manifestações afetivas. Amor de mãe não questiona, não medra, não seca, não julga, não fere, não se transforma em qualquer outra coisa senão em amor. Por isso, o número de mães é bem menor do que se imagina.

Mãe não é quem aborta no período de gestação ou mesmo depois do parto. Mãe não é quem abandona, quem nega, quem magoa, quem confunde amor com possessão. Mãe é uma instituição pública e universal, não condizente com práticas unilaterais ou prejudiciais à preservação da espécie. Mãe não destrói, não corrompe, não deturpa os sonhos e esperanças de um filho. Mãe não semeia trevas no coração daquele que um dia ela deu à luz. Mãe é doação que nunca cessa. ...
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