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Encontrados 95 textos. Exibindo página 3 de 10.
13/02/2014 -
Uníssono
Inocenta a nossa culpa, pois não há desculpa para amar tanto assim. O amor chegou, fincou raízes, germinou tanto para você quanto para mim. Acalanta o que sente e pressente o que se agiganta por vir. Nada de sumir, mas de assumir que não dá mais para pensar que pode existir qualquer fim entre você e eu. O porquê disso tudo é que o amor não deixa cego, surdo ou mudo, mas fazer enxergar, ouvir e falar de um jeito novo, e eu sorvo a novidade de amar e amar e amar com tamanha intensidade.
Perdoa o que não é à toa, pois não há perdão para o que é mais forte que a razão. Voa com a ajuda dos meus braços e se doa num outro conceito de abraço. Atenção. Silencia o não. Não há espaço para não. Só o embaraço do meu no seu no meu coração. Eu não paro. Você não quer parar. Tudo está claro, claríssimo. É só observar os efeitos e os jeitos e os feitos deste coração que amolece enquanto de nada se esquece. Enlouquece de sentir que estamos a viver um ao outro sem hora nem lugar num amar uníssono.
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22/10/2013 -
Um violão
Ele amanheceu, passou a mão no violão e saiu pelas ruas buscando um motivo para dedilhar aquelas cordas. Um bêbado, de ressaca solitária, quis fazer coro em uma canção que não se lembrava da letra. Uma moça, vestida para sonhar, pensou que seria capaz de inspirar uma composição. Um velho, sentado na sarjeta, desandou a falar como se o do violão tivesse obrigação de cantar sua história.
Subindo e descendo pelo mundo das notas, o cantor foi passando por donzelas nas janelas, por moças de louças, por ciganas de porcelana, por amantes dissonantes... E um garoto soltando pipa tentou dar linha, ou a linha, para a música que estava por vir. A mulher se esquivou do marido buscando um acorde só para ela. O florista procurou uma parceria de última hora. ...
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14/10/2013 -
Último pedido
Quando eu morrer, que me cremem. Sou claustrofóbico demais para passar anos dentro de um caixão enterrado a sete palmos. Além disso, não gosto de cemitérios. É muito silêncio, muito choro, muita dor. Nunca sonhei em ter uma cova, uma lápide, um jazigo. Não sou planta de batata que precisa ser enterrada para brotar. Sou de ser semeado sobre a terra mesmo. Já viu alguém enterrando um poema, ainda mais um poema verde?
Ah, e que minhas cinzas sejam jogadas em alguma mata. Nada de guardarem a minha versão pó em uma urna. Quero ser lançado sobre algo verde, e com a devida urgência. Pode ser em um bosque, em um jardim, em um quintal... sob a sombra de um pé de mangueira ou jabuticabeira, minhas árvores e frutas favoritas. Porém, nada contra abacateiros, pitangueiras, goiabeiras, limoeiros... plantações de girassol, algodão, alfazema... ...
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24/09/2013 -
Um novo amanhecer
Que hoje se faça um novo amanhecer por todo o meu ser. Um novo amanhecer capaz de me mostrar novos caminhos e direções. Um novo amanhecer de dentro pra fora, despertando o que há de melhor em mim. Que hoje se faça um novo amanhecer iniciando assim uma nova existência. Um novo amanhecer em matéria de ensinamentos e práticas. Um novo amanhecer com energias benditas e transformadoras.
Que hoje se faça um novo amanhecer entre castelos e espaçonaves. Um novo amanhecer que caminhe por todo o meu íntimo. Um novo amanhecer imaterial e abstrato e, ao mesmo instante, real e concreto. Que hoje se faça um novo amanhecer como nunca dantes visto e vivido, e quiçá sonhado por mim. Um novo amanhecer que me projete a luz do meu merecimento e me preencha da chama que para perto me chama. ...
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27/06/2013 -
Uma dama de luta, em luta e para a luta
Por entre o universo de damas de ferro, damas de vermelho, damas do mar e damas da lotação, eis que atua a dama de luta. Uma dama que levanta bandeiras, que fala no megafone, que faz piquetes sem perder a feminilidade. Aliás, a luta dessa dama é forjada em séculos de resistência feminina. Uma dama intrigante, que dá a luz às discussões filosóficas e ações práticas com a mesma paixão libertária e revolucionária – a paixão pela transformação.
Uma dama que assume, com toda coragem, a defesa pelo que é justo, pelo que é de direito, pelo que é humano. Uma dama que jamais perdeu a capacidade de se indignar. Uma dama com a força da mãe que protege seus filhos independentemente do risco. Uma dama movida por um marxismo apaixonado, por um lenismo lírico, por um hegelismo dramático. Sheila Tinoco, a nossa Che Guevara de saias. Uma guerrilheira feita de rosas e trovas. ...
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24/05/2013 -
Um tempo
Um tempo para pensar no que ainda não foi pensado. Um tempo para chorar o que ainda não foi chorado. Um tempo para amar o que ainda não foi amado. Um tempo para enterrar o que ainda não foi enterrado. Um tempo para festejar o que ainda não foi festejado. Um tempo para largar o que ainda não foi largado. Um tempo para julgar o que ainda não foi julgado. Um tempo para apanhar o que ainda não foi apanhado.
Um tempo para profetizar o que ainda não foi profetizado. Um tempo para esperar o que ainda não foi esperado. Um tempo para sonhar o que ainda não foi sonhado. Um tempo para buscar o que ainda não foi buscado. Um tempo para acordar o que ainda não foi acordado. Um tempo para lembrar o que ainda não foi lembrando. Um tempo para ignorar o que ainda não foi ignorado. Um tempo para alcançar o que ainda não foi alcançado. ...
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07/05/2013 -
Urge e Ruge
Urge a vontade de mudar. Ruge a precisão de ir além. Urge a carência de não só um final, mas um meio feliz. Ruge a impaciência dessa gente. Urge a hipocrisia da lua que se põe longe do sol. Ruge a necessidade de um outro mundo para habitar. Urge a intolerância ao óbvio. Ruge o amor da fera que não fere, mas se deixa ferir. Urge a indecisão diante da encruzilhada. Ruge a certeza de que nada é certo.
Urge o nascimento de um novo tempo. Ruge o trovão rasgando o céu de outono. Urge o desejo de estar junto. Ruge o mar aos ouvidos das sereias. Urge a morte ao encalço de cada um. Ruge a indelicadeza da pressa. Urge a promessa ainda não cumprida. Ruge a saudade. Urge o trem do destino. Ruge a estreia da estrela. Urge a fome nos estômagos em guerra. Ruge o demônio em nossas cabeças.
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21/03/2013 -
Um presente para Ayrton
Poderia lhe dar mais um título ou mais um troféu, porém, neste seu aniversário de 53 anos, Ayrton, eu o presenteio com as minhas memórias. Memórias de um tempo que eu, como extensão de você, era guerreiro, vencedor, deus. Por quantos finais de semana gritei, vibrei, chorei, comemorei as suas vitórias. Memórias de um tempo que eu andava vestido com as roupas e com as palavras de Ayrton Senna. Você me fez acreditar na força e na magia de um ser humano que pode superar todo e qualquer limite. Você acelerou as minhas emoções, pisou fundo na minha formação, ultrapassou os meus medos. ...
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19/02/2013 -
Uma ilha, por favor
Todo sonhador sonha morar em uma ilha. E eu sonho em viver num desses pedaços de terra desconexos dessa massa continental. Independentemente da distância e do tamanho, uma ilha é sempre uma ilha. Por mais perto do continente que esteja, só de estar em uma ilha viverei a sensação de ter água por todos as lados, de estar isolado de tudo e de todos, de ser uma espécie de náufrago, de sobrevivente, de explorador do desconhecido.
O sonho de habitar uma ilha pode não ser original ou pertinente, mas tem estilo. De preferência, quero uma ilha antiga, dessas tradicionais, com coqueiros e mata virgem. Nada de ilhas badaladas, com festas e resorts. Quero uma ilha que seja cúmplice da minha poesia mais pura e dos meus sentimentos mais selvagens. Sonho com uma ilha com dias de sol escaldante, tardes de tempestade e noites com brisa por todos os cantos. ...
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25/12/2012 -
Um Natal sob a luz do amanhecer
Salve Deus! Que Obatalá nos leve a um Natal encantado, com muita luz e vibrações de paz. Que por meio das forças de Obatalá, o Natal não seja só um dia, mas um tempo de espiritualização. Que Simiromba, do grande oriente de Oxalá, nos ilumine. Que os Himalaias nos tragam pureza e sabedoria. Que Jesus nos liberte de toda negatividade dando-nos a força do Jaguar. Que as energias emanadas de Obatalá alimentem nossa alma e curem nossas desilusões, trazendo-nos um Natal de humildade e caridade.
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