Daniel Campos

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28/07/2011 - Uma pintura a 300km/h

Há quem cresceu em meio às telas de Cézzanne, de Chagall, de Matisse, de Van Gogh... Já eu cresci me alimentando das pinturas de um artista que pintava cabeças. Quantas as vezes que chorei e vibrei e cantei diante de uma das obras, em especial, desse pintor pós-moderno. Sua obra que viajou o mundo e arrancou aplausos e despertou suspiros. Foi perseguida, combatida, invejada, cobiçada e coroada.

Obra cobiçada por pessoas de todas as idades e classes sociais, reproduzida em cadernos de escola, em muros, em jornais, em tatuagens. Eu fui um dos milhares que já compraram uma cópia dessa pintura e que já colocaram as mãos e posaram para as lentes ao lado de uma original. Tão conhecida quão MonaLisa, essa obra de arte faz parte de mim. Das minhas memórias, das minhas aventuras, das minhas histórias, das minhas paixões sem curas.

São cores fortes, são traços precisos, são curvas, são bandeiras, são marcas de um tempo que contraria o próprio tempo. A obra parece ter ganhado vida própria. Até hoje me emociona, me arrepia, me contagia de um jeito próprio. É tratada como mito, como troféu, como coroa, como relíquia sagrada. Foi ela que representou o corpo do herói em seus triunfos e em seu funeral.

Na galeria dos meus pintores está lá, ao lado de Da Vinci, de Tarcila, de Monet, Sid Moska. Dezessete anos depois da morte de Ayrton Senna, o pintor que lhe deu um novo rosto, pintando seu capacete, também parte em busca de outros desenhos, cores e formas.


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