Daniel Campos

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07/11/2013 - O amanhã

O amanhã é um tempo indefinido. O amanhã pode ser hoje e pode ser nunca. O amanhã é promessa que não pode ser feita. O amanhã não dá garantias a ninguém, ouso dizer, que não vale de nada. O amanhã, na boca de um ser abstrato como eu, não tem nada de concreto. O amanhã é uma vontade, porém com gosto de ilusão. O amanhã é o caminho a ser buscado e um destino que pode não ser encontrado. O amanhã é uma via-crúcis que traz sofrimento e necessidade de fé no impossível. O amanhã é platônico por natureza. O amanhã é extremamente bonito, mas indecentemente aflito. O amanhã é o desejo de agora, mas pode acontecer somente em outras vidas.

O amanhã arde como febre que chega de repente. O amanhã é o futuro mais-que-perfeito. O amanhã é uma jura que machuca. O amanhã é semente de fantasia que germina como um pé de nevralgia. O amanhã fica mais e mais longe diante de limites, obstáculos, amarras... O amanhã pode ser sonhado, mas jamais planejado. O amanhã é um de repente com doses de perfume e veneno. O amanhã pode acamar no bom e no péssimo sentido. O amanhã depende e ao mesmo tempo não depende do próprio desejo. O amanhã é esperança e espera. O amanhã é perigoso, arriscado, belo e nocivo. O amanhã é como bolha de sabão que ao mínimo sopro do destino avança para horizontes inalcançáveis.


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