Daniel Campos

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Encontrados 73 textos. Exibindo página 3 de 8.

12/03/2013 - Leva-me daqui

Leva-me daqui sem perguntar para onde. Leva-me daqui num beijo bom. Leva-me daqui sem pedir autorização. Leva-me daqui sem se importar com tempo ou caminhos. Leva-me daqui usando pés, asas, nadadeiras. Leva-me daqui ajudando-me a carregar o peso dos sentimentos que seguem comigo. Leva-me daqui arrastando meu coração. Leva-me daqui urgentemente. Leva-me daqui sem paradas para descanso. Leva-me daqui sem deixar pistas. Leva-me daqui sem utilizar mapas ou bússolas. Leva-me daqui passando pelos reinos das histórias de ninar. ...
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27/11/2009 - Leveza é fundamental

Gosto de lhe ver caminhar com essas pernas ariscas de sol. Gosto de mordiscar romances inteiros em seus ouvidos escondendo-lhe apenas o final da história. Gosto de acompanhar seus olhos caminhando na direção contrária ao tempo. Gosto de tentar entender essa sua tristeza incompreendida. Gosto de lhe fazer carícias e me entregar a sua malícia ingênua de ser. Gosto de lhe ter o mais próximo possível, mesmo sabendo que existe um cânion entre nós. Afinal, anjos e demônios são díspares por natureza. E eis aí nossa beleza....
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23/05/2011 - Liberté, liberté

Todo dia a gente nasce; todo dia a gente morre, um pouco. O corpo é só o corpo, por isso envelhece, fenece, apodrece. A alma amadurece como cachaça, a cada dia fica mais curtida, mais doce, mais querida e rejuvenesce a cada sonho. Rugas são depósitos de lembranças, cada traço abriga um sem número de crianças. Não fique triste o tempo não existe para além da nossa cabeça.

Enterre suas angústias, despeça-se de seus dramas, vele suas derrotas e comemore a chegada dos novos ciclos. Numa hora você é verão, noutra é outono. Agora você é quarto crescente, logo mais será quarto minguante. A vida é movimento. Abra os braços ao destino, aceite o tempo, sinta o vento. Dance nos braços de Merlin os passos de uma música que não tem começo nem fim....
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23/02/2013 - Liberte-se

Chega de escravidão, de submissão, de resignação. É hora de quebrar as correntes, de entortar os grilhões, de fugir as prisões reais e imaginárias. Basta de se curvar aos senhores de escravos, dos mansos aos bravos. Basta de ter seu destino traçado. Basta de viver feito pássaro engaiolado. Asas foram feitas para ser abertas. Liberdade foi feita para ser vivida e não mantida em cativeiro em constituições empoeiradas. A escravidão na vida, na religião, na rua, no trabalho, no coração, judia, castiga, chicoteia, esfola, mata......
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06/04/2015 - Licença poética

Eu quero ir além, de direito e de fato, sem mas nem porém. Cantar sem se importar se desafino, rompendo os padrões de certo e errado, de sim e não. Dançar movido pelas músicas da minha cabeça. Voar alto como os pássaros de marte. Quebrar o asfalto em busca da terra. Desfolhar como árvore parindo folhas novas de uma história aberta. Abrir porteiras, cancelas, portões, janelas e tudo o que pode impedir a passagem do vento que traz a mensagem do tempo. Sumir em meio a um amor sem quaisquer preocupações que não seja amar e amar e amar e ser amado. Ser pedra, pau, bicho, planta, água, nuvem, chama, chuva de uma só vez. Mais do que escrever, viver a poesia, com licença poética plena e irrestrita.


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03/11/2009 - Lições da contradição

Dia após dia participamos de uma guerra. Não se trata de um conflito militar ou civil, mas de uma batalha interior entre o que somos e o que queremos ser ou ter sido. O relógio desperta quando queríamos que ele não despertasse. Abrimos os olhos, mas queríamos que eles ficassem fechados num estágio qualquer do sono. Vestimos roupa de trabalho quando o desejo era de colocar uma roupa despojada de final de semana. Entramos debaixo do chuveiro embora a vontade fosse de se entregar as águas de uma cachoeira. Tomamos café, porém queríamos abocanhar o mundo com muito chantilly. ...
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09/11/2010 - Lições da natureza

Em todos os meus anos de sítio jamais vi duas galinhas chocarem os mesmos ovos, disputando acirradamente um único ninho. Ainda mais duas galinhas garnisé, bravas e espevitadas como elas só. Para minha surpresa, a cena, um tanto quanto improvável, aconteceu no quintal de casa. Aumentando o grau de improbabilidade, as galinhas escolheram o local da choca sem pensar em conforto, privacidade ou segurança. Mas elas quiseram assim, fazer o quê? Teriam que agüentar olhares, chuvas e companhias.
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22/02/2011 - Lições de vida e morte

Tive a honra de ter convivido por quase 25 anos com meus quatro avôs. Também conheci cinco dos meus bisavôs e uma porção de tios-avôs. Se hoje sou um contador de histórias, muito devo a eles. Cada qual do seu modo eles ensinaram-me muitas lições de vida e de morte. Até meus vinte três anos, dez meses e vinte e três dias de vida terrena, a morte ainda era uma coisa estranha para mim. Um tabu. Algo que só acontecia na casa do vizinho. Era como se eles, meus avôs, fossem imortais.

Embora eu já tivesse chorado as mortes de Betinho, Ayrton e Jobim e de alguns bisavôs, o meu círculo familiar mais próximo estava imune aos ceifadores. Durante a noite, acostumei-me a rezar pelos quatro e me questionei várias vezes como seria a vida sem eles. Eram próximos, na verdade, parte de mim. Não posso me queixar que os santos foram generosos comigo, afinal, poucas são as pessoas que puderam ter uma convivência tão intensa quão duradora como eu tive com meus avôs. ...
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05/04/2016 - Ligações

Eu cheguei e logo me apresentei às moças. Meus braços nasceram para os laços como os talheres para as louças. Sou como ponto em cruz, nervo remontado, galho entrelaçado, caminho cruzado. Nasci para ser par sendo ímpar. Sou a mão que une as cordas do violão. Sou olhares trocados, línguas emaranhadas, corpos misturados, sexos casados. Sou junção, fusão, imersão no coração alheio. Floreio, serpenteio, clareio num único desejo: ligar-me. Viver é a sina de ligar-se num apaixonamento sem fim. Ligar do verbo unir, do verbo acender, do verbo conectar. E o que é a paixão senão uma união, um clarão, uma conexão de tecidos, transcendentes, gemidos, sementes, desejos e ensejos compreensíveis ou não, possíveis ou não, porém, sempre incríveis. E quando me apresentei às moças, liguei-me a elas no ímpeto versejo da mulher amada tornando a vida nada insossa.


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08/07/2008 - Limpeza cerebral

Dor de cabeça. Neosaldina. Anador. Novalgina. Nada disso resolve. Novena? Mantra? Chá? Socorro! Parece que há um lenhador morando dentro de meu crânio, colocando minha floresta cinzenta abaixo. Parece que há uma grande roda gigante levando meus neurônios para brincar de rodar. Parece que há um curto-circuito em meus nervos cerebrais e também nas demais ramificações. A verdade é que tudo conflui para a dor, para o incômodo, para o estresse. Os olhos pesam. Os olhos giram. Os olhos doem.

Deitado ou em pé, parado ou viajando, de olhos abertos ou cerrados como cortinas de teatro às terças-feiras, a dor castiga. A cabeça, como uma espécie de Hiroshima nuclear, parece que vai explodir a qualquer momento. E se meus pensamentos forem pelos ares, quem irá recolher os cacos? Talvez tudo seja considerado lixo tóxico. Já pensou? Meu pensar ter de ser extraditado para planetas distantes, como Saturno. Entre os pensamentos, alguns versos ficariam beirando calçadas como barquinhos em enxurradas e outros tentariam fecundar uma primavera nos jardins do medo. Com a minha cabeça aberta, minha poesia estaria solta para reinar à vontade. ...
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