Daniel Campos

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Encontrados 111 textos. Exibindo página 2 de 12.

02/12/2009 - Tarja preta

Atualmente, para se manter vivo é necessário ser um “tarja preta”, ou seja, viver sob medicação pesada. Antidepressivo. Antiestressante. Antioxidante. Antipilantragem. Antifalcatrua. Antiroubo. Antiradioativo. Antisequestro. Antipromessapolítica. Antidesemprego. Antienchente. Antiditadura. Antiinflamatório. Antispam. Antibiótico. Antiloucura. Antimiséria. Anticobrança. Antisusto. Antiescândalo. Anticorrupção. Antitelemarketing. Antiapagão. Antipaparazzi. Antipopulismo.

A falta de medicamento assim como as contra-indicações e reações são absurdas, principalmente no que se refere à bula. É um risco tomar a medicação tarjada de negro e outro não ingerir os ben(mal)ditos remédios. As farmácias são o negócio mais lucrativo do momento. Além da tarja negra, há o mercado negro. Comprimidos vendidos sem prescrição médica. Comprimidos piratas. Comprimidos medicinais ou veneno em cápsulas? ...
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27/10/2015 - Tateando-me

Tateia meus músculos. Tonteia em meus soluços. Tropeça em minhas linhas. Toma as minhas vinhas. Caia no meu colo. Que tenha intenção, enfim, que tenha dolo. Zanza em meus labirintos. Tateia minha alma e eu lhe sinto. Incendia minha calma. Decola de asa delta das minhas costas. Sirva o meu coração em postas. Apedreje. Troveje. Enseje um pouco mais do mais que eu sou, do mais que eu dou. Escolha se ficou ou se vou. Abra as minhas cortinas. Clareje as minhas retinas. Leia os meus sinais. Cheia seja a minha lua lilás. Durma em minhas retrancas. E que as peças do nosso quebra-cabeça sejam tantas. Que haja conversa entre nossos átomos de Marte e de Vênus. Que haja arte no nosso encontro e que o nosso reencontro nunca seja de menos. Apedreje os meus medos. Verdeje os meus arvoredos. Peleje com meus segredos. Pesque minhas intenções. Que tenha dolo. Que tenha colo. Que tenha sim sem senões. Que tudo clareie. Que tudo incendeie. Que tudo volteie. Que tudo tateie em seus pulsos. Que tudo tonteie aos seus impulsos.


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28/04/2013 - Tchau

Tchau. Vou para onde os pássaros ainda tenham espaço para voar. Vou para onde o amor exista para além das páginas dos romances. Vou ao mundo onde Caetano e Bethânia sejam ouvidos a toda hora, em todo lugar. Vou para onde possamos viver de arte e não de política. Vou para onde os cheiros possam ser sentidos em todas suas notas. Vou para o sinal dos tempos.

Tchau. Estou de malas prontas para um espaço que a bagagem não tenha a menor importância. Estou pronto para passar o resto dos meus dias falando de amor. Estou ansioso para perder a ansiedade cotidiana em um destino sem ataques de desespero. Estou prestes a cruzar as fronteiras do esquecimento. Estou na busca pelo que sou e pelo que ainda não sou.


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26/11/2010 - Te amar eu vou

Te amar eu vou até que a última cigarra exploda em canto. Te amar eu vou até que meus olhos não tenham mais pranto. Te amar eu vou até a última página do livro de encanto. Te amar eu vou pedindo a eternidade desse amor de santo em santo. Te amar eu vou da forma mais desesperada, como se nosso amor estivesse à beira do Armageddon. Te amar eu vou colocando versos no seu batom. Te amar eu vou de forma caudalosa como licor escorrendo de um bombom. Te amar eu vou uma oitava acima do tom para alcançar o som de um amor tão bom. ...
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29/01/2016 - Te amo assim, assim

Eu não queria que você soubesse, mas eu te amo. Não conta para ninguém, por favor, porque eu tenho vergonha e medo que não dê certo. Eu não sei lidar com o amor, mas clamo por ele toda hora. Ai, e agora, queria tanto que desse em algo bom. Pode ser maluquice, mas já escuto o som, já vejo a cor, já sinto a textura do amor. Ai, meu deus, pelos cupidos de Orfeu, que loucura. Que sentimento é esse que vem e a gente não segura. Parece que todo dia é primavera, que a cada pulsação inauguramos uma nova era, que o mundo gira em torno dessa espera, espera que tudo isso valha à pena. Eu já dei de escrever poema, querer filme de ficar agarradinho, fazer comidinhas que combinem com velas e estender meus olhos pela janela buscando rever o amor, que chegou sem avisar, sem pedir licença, sem se desculpar ou perguntar se eu queria mesmo sua presença em mim. Foi chegando e se instalando e me dominando de um jeito que eu fiquei sem jeito de dizer não. E agora, entre a paixão e o amor, eu não sei mais o que fazer. É só me entregar, é só me render, é só me querer ao seu lado. E que o futuro seja mais que o passado, porque até ontem não havia você e agora hoje está tão presente como buquê na mão da noiva, como mel no corpo da abelha, como centelha na estrela, como uivo na boca do lobo, como lótus no lodo. Você chegou e colou em mim e ficou e se alastrou como erva-daninha no jardim, como fogo de querubim. Eu não quero que nada disso tenha fim, embora eu não te conheça eu já sei de você tin tin por tin tin. Que tudo saia do preto e branco, desse sépia, desse descorado e seja carmim. Eu não queria que você soubesse, mas eu te amo assim, assim... ...
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Teatro de domingo

Sabe que dia é hoje? Não responda... Talvez a resposta possa ferir sua boca... Como são ácidos os domingos... Parecem dias insossos, bobos, preguiçosos, mas são ácidos... Ah! Domingo... Hoje não foi dos meus melhores dias... Eu sequer me dei ao trabalho de arrumar a cama... Está desarrumada até agora... Quase não a deixei hoje... E como você sabe, eu não durmo durante o sol... E hoje, mais uma vez, cumpri este escrito... Fiquei na cama, mas fiquei acordado... Acordado em sonhos... As únicas vozes que eu escutei foram por meio do telefone (de uma única ligação que fiz) ou dos discos... O telefone tocou algumas vezes, mas eu não o atendi... Para se ter idéia do meu domingo, eu fui para a cozinha e pus a perder todo o almoço... Não deu para aproveitar nada... Consegui a proeza de estragar tudo e isso já era perto do final da tarde... O que eu fiz? Comi a sobremesa e fiz almoço novamente... Quando terminei não estava mais com fome... Resultado... Jantei o que seria o meu almoço... Para se ter mais um pouco da idéia do meu domingo, fiz algo inédito desde que moro aqui... Não abri a porta de casa... Não virei à chave... Não sai nem no corredor do prédio... Fiquei aqui nesses metros quadrados o dia todo... O problema é que meus passos são triangulares e sempre me falta espaço... E, para agravar o grave, não pretendo sair até amanhã de manhã... Fiz disso aqui hoje uma espécie de casulo... Um casulo de poesia... O máximo que eu cheguei perto do mundo lá fora foi quando eu fui à varanda e vi que arrancaram a grama do jardim aqui da frente... A terra nua... Quantas lembranças me trazem a terra nua... E ainda jogaram um adubo esbranquiçado na terra... Parece neve... Parece sal grosso... Parece blush... Aiai... Domingos... Como eles me consomem... Quando é que a mulher amada chegará com a ilusão da cura... Para curar esse meu mal de domingo... Que ela afaste toda a depressão retida num domingo ou até que exorcize os fantasmas que assombram o domingo... Mas ela precisa chegar rápido, afinal, a cada novo domingo há uma perda... Uma perda de sonho, de esperança, de ânimo, de futuro, enfim, de um pedaço de mim... Os domingos, com seus dentes afiados, dilaceram-me mais e mais... Eles me atacam me abocanham me devoram e depois, deixam-me num canto como animal ferido... E não há como lutar ou resistir ou enfrentar... Os domingos me ameaçam como assassinos e me fazem entregar tudo o pouco que tenho... E se não bastasse todo o cinismo, os domingos debocham da minha espera pela mulher amada... Ah! Quando ela vai chegar, que horas vai bater, qual dia vai subir... É preciso chorar, é preciso gritar, é preciso gemer, posto que, hoje é domingo... E ainda faltam algumas horas para ele se ir de uma vez... E voltar daqui a sete dias... Ó minha amada, escrevo-lhe está carta, mas não sei seu nome, não seu endereço, não sei seu rosto... Só sei que existe... E é por essa certeza, que é mais um sentimento do que uma certeza, que ainda me levanto depois dos maremotos e furacões dos domingos... Domingos de seca, domingos de tempestade... Um dia ela, a mulher amada, há de chegar e me livrar dessa maldição chamada domingo... Há de quebrar o feitiço que uma bruxa me jogou... Mas só há um temor... Se ela chegar num dia de domingo... Como poderei confiar que ela é, de fato, a mulher amada... E se for miragem, e se for uma armadilha do domingo, e se for o próprio domingo num corpo de mulher... O domingo embaralha sentimentos como cartas de tarô... O domingo me dopa, me deturpa, me estupra, me vira de ponta cabeça... E se ela for o domingo, ou melhor, e se o domingo for a mulher amada... O que se há de fazer?... Que ela surja na segunda, na quinta, no sábado... Se ela surgir no domingo, corro o risco de não abrir a porta... E se abrir, corro o risco de não encontrá-la... E se encontrá-la, corro o risco de me perder de uma vez por todas... A mulher amada caminha em uma roleta... E entre o azar e a sorte, que essa roleta não pare na casa do domingo... Se a campainha tocar em pleno domingo e detrás da porta estiver a mulher amada... Que venha a morte, num súbito, posto que perdi...


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23/04/2013 - Teatro do absurdo

São tantas reflexões metafóricas me rondando. Um debate sobre situações vividas no amanhã e no meu pré-nascimento. O coração pulsa devastado como terra revirada. Nesse terreno brotam inquietações que ameaçam uma paz ainda desconhecida. Pela alma, um cenário insalubre, de guerra e morte. Olhos sempre em alarde. Sou tomado por imediatismos de longuíssimo prazo. Uma vontade indomável de fazer sempre o impossível. Um conflito indomável entre razão e emoção. Rodo a toda velocidade na roda cármica. Explosões de saudade e surrealidade ecoando por toda a minha falta de estrutura. Parto, em tantos partos, em busca de redenção. O destino se insinuando por linhas tortas. Uma vida em permanente confronto me engolindo em suas trincheiras. ...
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27/09/2008 - Telemarketing? Eu não!

- Olá! Seja bem-vindo ao portal de poesia e literatura www.danielcampos.biz. Se você já é usuário, digite 1. Se é a primeira vez que entra aqui, digite 2. Se entrou por engano, aproveite para visitar este mundo feito de palavras e sentimentos.

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Tem de ser hoje

Hoje é especial. Hoje é melhor do que ontem e até que não chegue o amanhã o certo é se fartar de hoje. Hoje é especial porque é só hoje. Acorde com um bom-dia na cara. Um bom-dia daqueles declarados e não tenha vergonha do que irão pensar. Hoje é o dia que aquele sonho que você perseguiu a vida toda lhe espera logo ali. Logo ali do lado da felicidade. Hoje é o seu dia de sorte. Os astros dizem isso em algum lugar. Hoje é dia de sair de casa assobiando aquela música. Dia de comer aquela comidinha feita com todo carinho. Hoje é dia de abraços e beijos. Hoje é o dia de se viver tudo o que se tem direito. Dia de pegar o telefone e falar com alguém que você não fala há muito tempo. Hoje é dia de deixar todos os problemas num galho de arruda. Dia de comprar e receber flores. Dia de dizer para si e para todos: Eu amo. Eu amo. Eu amo. E tudo mais é conseqüência.


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21/07/2011 - Tem gente...

Tem gente que vai, tem gente que vem, tem gente que sai, tem gente que tem, tem gente que cai, tem gente no trem, tem gente que some, tem gente que esquece, tem gente com fome, tem gente que enlouquece, tem gente que dorme, tem gente que ganha, tem gente que come, tem gente que apanha, tem gente que intriga, tem gente com sanha, tem gente que briga, tem gente que acanha, tem gente com figa, tem gente que assanha, tem gente que liga e gente que desliga.

Tem gente que fantasia, tem gente que morre, tem gente que adia, tem gente que corre, tem gente que assovia, tem gente com sorte, tem gente que chia, tem gente do norte, tem gente que queria, tem gente que quer, tem gente homem, tem gente mulher, tem gente lobisomem, tem gente sequer, tem gente astuta, tem gente maluca, tem gente sem cura, tem gente dura, tem gente pura, tem gente sem vergonha, tem gente que sonha e gente que enfadonha. ...
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