Daniel Campos

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02/12/2009 - Tarja preta

Atualmente, para se manter vivo é necessário ser um “tarja preta”, ou seja, viver sob medicação pesada. Antidepressivo. Antiestressante. Antioxidante. Antipilantragem. Antifalcatrua. Antiroubo. Antiradioativo. Antisequestro. Antipromessapolítica. Antidesemprego. Antienchente. Antiditadura. Antiinflamatório. Antispam. Antibiótico. Antiloucura. Antimiséria. Anticobrança. Antisusto. Antiescândalo. Anticorrupção. Antitelemarketing. Antiapagão. Antipaparazzi. Antipopulismo.

A falta de medicamento assim como as contra-indicações e reações são absurdas, principalmente no que se refere à bula. É um risco tomar a medicação tarjada de negro e outro não ingerir os ben(mal)ditos remédios. As farmácias são o negócio mais lucrativo do momento. Além da tarja negra, há o mercado negro. Comprimidos vendidos sem prescrição médica. Comprimidos piratas. Comprimidos medicinais ou veneno em cápsulas?

Os médicos advertem para o perigo dessa medicação que só pode ser utilizada em caso de doenças graves. O problema, doutor, é que todas as enfermidades são de extrema gravidade. É grave a carência de segurança nas veias e artérias da cidade grande. É grave a fome violentando estômagos infantis. É grave o estado de saúde da educação pública. É grave a ingestão de tantas denúncias, assim como de poluição. Tudo é grave, gravíssimo. Tarja preta já! E com direito à superdosagem.


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