Daniel Campos

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Encontrados 150 textos. Exibindo página 6 de 15.

28/11/2014 - Não mexa com a minha fé

Não mexa com a minha fé. Se você mexer, ai ai, não vai ficar de pé. Quem mexe com minha fé mexe comigo e seja homem ou mulher corre perigo. Não mexa, não mexa no que você não conhece. Se for para falar do que eu acredito, não minto quando aconselho: vê se me esquece. Se maluco você não é não se intrometa na minha fé. Seja discreto no assunto religião e não provoque quem está quieto. Tudo o que você manda para mim volta para você, portanto, presta atenção para que rumo você manda o seu canto. O seu olho-gordo em mim não pega. A sua praga o meu vento carrega. Quando você grita contra mim eu lhe escuto mudo. E suas vibrações negativas não atravessam meu escudo. Não mexa com as minhas forças interiores. Respeite os meus mentores!


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17/11/2014 - Ninguém cala Seu Tupinambá

Seu Tupinambá não fala, brada. Seu Tupinambá é ouvido em toda estrada. Seu Tupinambá é de um coração ensurdecedor. Seu Tupinambá se expande por todo templo. Seu Tupinambá é a voz da razão do além-tempo. Seu Tupinambá é atroador. Seu Tupinambá chega de uma vez e não fica de ronda. Seu Tupinambá estronda. Seu Tupinambá é explosão. Seu Tupinambá é trovão. Seu Tupinambá não é de um povo silencioso. Seu Tupinambá é estrepitoso. Seu Tupinambá é troante. Seu Tupinambá é de uma voz destoante. Seu Tupinambá é retumbante. Seu Tupinambá é o grito da mata. Seu Tupinambá é som que não se mata. Seu Tupinambá é o canto fragoroso. Seu Tupinambá é estrondoso. ...
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13/11/2014 - Nascida na ribanceira

Nasceu lá na ribanceira uma muda que virou árvore e até pé, o que será que é? Será jabuticabeira? Será figueira? Será quaresmeira? Será pau de dar em doido ou de rezar na quarta-feira? Será árvore macho ou fêmea, qual o sexo do seu cerne? Será árvore para namorados ou amantes? Será que a passarada refesteleira sabe que espécie é aquela? Será árvore donzela? Será árvore de raízes ou de matizes? Será que o chá de suas folhas cura ou enlouquece? Será que suas frutas dão de comer ou de matar? Será que suas flores perfumam ou devoram? Que será que será isso que nasceu em plena ribanceira numa tortura que chega dar zonzura só de olhar? Será mangueira? Será pereira? Será madeira de lei ou bandida? Será árvore do mato ou do asfalto ou do mar-alto? Será que a gravidade vai deixá-la inteira? Será prisioneira desse ângulo obtuso? Será pé convidado, nativo ou intruso? Será o que será que será que se deu lá pras bandas da ribanceira?


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28/10/2014 - Nada do que já foi

Toma seu rumo e parta já daqui. A porta está aberta esperando você partir de uma vez. Meu caminho é nascente e não quero nada nele que nele lembre o poente. Uma nova vida noiva comigo. Subo ou não com ela ao altar? Será que me caso com o desconhecido ou rodo-rodo no mesmo lugar? Só sei que na minha estrada não cabe nada do que já passou por mim e nada deixou.


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29/09/2014 - Não saber

Não sei com quem anda, e também não me importa. Não sei o que quer de mim, mas já tenho tudo certo o que quero de você. Não sei dos seus passos fora o fato de que os nossos passos se sobrepõem. Não sei do seu futuro, e também não quero saber do seu passado, quero-te presente. Não sei o que chora, porém, há de chorar se for para chorar em mim. Não sei o que busca, mas eu vou buscar com você ou, até mesmo, para você. Não sei o que espera, mas eu não sou de esperar. Não sei o que vai me pedir, mas eu aceito trocar o ímpar pelo par. Não sei bem a razão de tudo isso, mas tudo isso mexe com a minha razão. Não sei bem que me apavora em você, mas eu quero matar todos os meus medos. Não sei onde vamos parar, só sei que eu quero começar.


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20/09/2014 - Não sou você

Eu não falo a sua língua. Eu não me meto no seu prato. Eu não sou seu gato, tampouco seu sapato. Eu não adentro sua restinga. Eu não tomo da sua pinga. Eu não sou do tipo que se vinga. Eu não quero saber do seu jogo. Eu não quero colher o seu rogo. Eu não vou além disso. Eu não sou sua lata de lixo. Eu não me deito na sua cama. Eu não me ajeito na sua trama.


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12/08/2014 - Nunca te deixei

Até hoje, meu amor, nunca te deixei. Por mais que escolhesse outros caminhos que não os meus para seguir ora com seus pés ora com suas asas, nunca te deixei. Por mais que ainda ecoem pela minha órbita certas palavras tão duras proferidas por boca tão doce, nunca te deixei. Por mais que você insista no abandono contínuo, nunca te deixei. Por mais que cada novo dia aprofunde cada vez mais a tatuagem da palavra “impossível” nas camadas da minha alma, nunca te deixei. Por maior que seja a dor de ter você fechando a porta do nosso destino, nunca te deixei. Por mais que tenham me pedido para esquecê-la e seguir com minha vida, nunca te deixei. Por maior que seja a tristeza de viver por quem lhe alimenta com fartas colheradas de desesperança, nunca te deixei. Por mais que eu seja livre para me aventurar no que bem quiser, nunca te deixei. Por mais que afogue no próprio choro, nunca te deixei. Por mais que hoje em dia eu veja mais as suas costas do que seu rosto, nunca te deixei. Por mais que queiram o contrário, nunca te deixei. Por mais que você tenha tentado, nunca te deixei. Por mais que eu sofra com a sua ausência, nunca te deixei. Por mais difícil que seja amar em silêncio, nunca te deixei. Por mais absurdo que seja se jogar dia a dia num amor sem retorno, nunca te deixei. Por mais vendas que você me coloque, nunca te deixei. Por mais que você seja convicta de sua escolha e faça questão de frisar isso o tempo todo, nunca te deixei. Por mais que digam que não vale à pena se entregar por quem permite esse casamento fiel entre o homem e a solidão, nunca te deixei. Por mais que até o sonho tenha data de validade, nunca te deixei. Por mais que já não há mais diferença entre vírgula e ponto final, nunca te deixei. Por mais louco que seja esperar por quem não quer ser esperada, nunca te deixei. Não sei como será amanhã, mas até hoje, meu amor, nunca te deixei.


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31/07/2014 - Nada seu fora eu

Casa vazia. Não há mais peças suas a minha vista. Não há mais nada de você tocável ao meu alcance. Mas, mesmo de olhos fechados, minhas mãos desenham sua silhueta no ar. Tropeço nas suas lembranças. Faço respiração boca a boca nas últimas esperanças. E o doce da sua boca aparece forte na minha. E quando a dor me come por dentro, seu perfume atua como morfina. Como aluno aplicado que decora a matéria para a prova, tenho tudo na ponta da língua o que você me falou. Não preciso de cola para achar em mim, navegando pela minha cabeça, suas palavras de um amor que ninguém soube explicar. Casa vazia. Não há mais nada que pertença a você comigo, fora eu mesmo.


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20/07/2014 - Náufrago de amor

Sou náufrago em mar aberto de um amor que (não) deu certo. Há solidão por todos os lados com suas ondas bravias. Piratas passam com seus tapa-olhos rindo da minha paixão (mais) cega. Há gaivotas brancas, lindas com suas asas envergadas, que me beliscam a carne como se fossem abutres fedorentos. Todas as sereias que me rodeiam têm o rosto da mulher que amo. Todas elas cantam lindamente na minha língua ou em línguas desconhecidas. Essas sereias todas são a mesma pisciana que me quando quer me coloca na escuridão completa ou nos seus vértices luminosos numa espécie de colo estelar. Ora é metade mulher metade peixe, ora metade mulher metade estrela. O rei Netuno crava seu tridente em minhas costas com raiva por eu ter flertado com sua filha. O sol, aparentando ter milhões de vezes o seu tamanho normal, dá febre e delírios intensos. E no embalo dessas vertigens chamo pelo nome da mulher que amo. Sou náufrago de um mar tão, mas tão salgado que em muitas horas penso estar dentro dos meus olhos prantosos. Há ilhas de saudade que me dão acalanto fazendo-me por alguns instantes de miragem me desvencilhar do pesadelo real. E eu me pergunto naquele infinito de ausência se sou alguém que luta para sobreviver ou que não aceita a própria morte. Sou náufrago de um amor que deu certo.


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18/07/2014 - No seu lugar

Que eu sinta todas as suas dores. Que eu sofra por você, por mim, por nós. Que eu seja espinho e você flor, como deve ser, e espinho não alcança a flor. Que eu absorva todos os seus medos e preocupações. Que eu seja culpado por tudo e você absolvida sempre. Que tudo de ruim venha pra mim e nada sequer respingue em você. Que eu chore todo seu pranto. Que eu morra quantas vezes for preciso no seu lugar. Que eu carregue todo e qualquer peso em seu lugar. Que todos os problemas, mesmo destinados a você, batam na minha porta. Que eu caia no seu lugar. Que você esteja, por algum milagre operado por mim, isenta dos males dessa terra. Que tudo o que for para lhe adoecer, encontre abrigo em mim. Que as chicotadas do seu destino estalem nas minhas costas. Que suas dívidas sejam debitadas da minha conta. Que a sua corda arrebente toda vez em minhas mãos. Que todas as suas loucuras me invadam. Que eu seja destruído para que você possa ficar inteira.


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