Daniel Campos

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14/06/2015 - Lendas do rouxinol

O buraco sem fundo é onde se esconde o melhor do mundo. No caco de vidro alguém se sangra e dá seu destino como lido. No fato ocorrido há sempre um inocente e um parente comovido. Na fenda da agulha passa linha, mas não passa trem. À fagulha da vela vem a alma que convém. Diz a lenda que é na lua nova que sobra desdém. Porém, se quiser algo novo basta dizer ao além: eu louvo a minguante também. O pano das costas é o mais alvejado. A inveja e olho-gordo andam lado a lado. A cobiça enguiça seu futuro e seu passado. Cuidado com os botões, pois no ato do abotoamento há sempre um casamento. O vão da vida é uma ode à despedida. Pela ponte estreita quem não se sacode não se endireita. Preste atenção, coração é curvo como anzol para fisgar amor e perdão até em mar turvo ou dias sem sol. Tudo isso quem me contou foi o menino rouxinol que hoje canta junto da santa de olhos de farol.


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