Daniel Campos

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Encontrados 200 textos. Exibindo página 7 de 20.

11/06/2014 - Mais alguém?

Será que alguém ainda acredita em contos de fada como eu? Será que alguém ainda espera por um final feliz como eu? Será que alguém conhece uma princesa e devota sua vida a ela como eu? Será que alguém aposta todas suas fichas na fantasia como eu? Será que alguém que sonha tão acordado como eu? Será que alguém é capaz de tudo por amor como eu? Será que alguém se sente tão importante e ao mesmo tempo tão desimportante como eu? Será que alguém se vira pelo avesso como eu? Será que alguém se alimenta de expectativas como eu? Será que alguém ainda chora em pulsos como eu? Será que alguém espera mais e mais como eu? Será que alguém acredita que o era uma vez se faz aqui como eu? Será que alguém quer tanto alguém como eu? Será que alguém vai me salvar ou todo esse romantismo será extinto comigo?


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10/06/2014 - Mais de mim

Chego ao dia de hoje sem o direito de pedir nada. Tudo o que tenho é o que mereço. Sou merecedor de tudo o que passo. E agradeço o que céu e terra me dão. Não reclamo de nada. Agradeço. É claro que queria que muitas coisas fossem diferentes, mas só posso mudar a direção da minha vida. E com todas as loucuras e dores que isso venha a causar, eu faço a minha parte. Por isso, chego ao dia de hoje sem arrependimentos do que fiz e do que não fiz. Chego ao dia de hoje com a certeza de que busco o que acredito. Não me arrependo de nenhuma das vezes que apostei alto, e às cegas, na minha felicidade. Afinal, eu sou esse sonhador-apaixonado que faz do coração sua estrela-guia. Não fiquem tristes ou lamentem por mim, pois eu me considero feliz simplesmente pelo fato de não ter medo de amar. E, além do mais, quem vive sua paixão por inteiro tem tudo. Portanto, não há do que reclamar nem o que pedir no dia de hoje. Tudo o que eu podia fazer (e até o que não podia) eu fiz para tentar conquistar o mundo que eu queria para mim. Deu e/ou deram o que acharam que me cabia. E eu recebo de bom grado. Afinal, nada acaba aqui. Pelo contrário, há continuação nisso tudo. Tanto que na minha boca sempre se sobressai o sabor do começo. Meus dias são sempre começos de mim mesmo. Agradeço pelos sentimentos que levo, pelos que dôo, pelos que recebo. Agradeço, sobretudo, por eu poder ser feito de sentimento. Sou grato por eu ter a sensibilidade de poder chorar. Sou grato pela falta de pudor que me faz dizer (escrever) o que tenho vontade, de modo que mais tarde não precisarei me remoer por não ter dito isso ou aquilo. Por essas e outras, chego ao dia de hoje com a certeza de que eu luto pelo que acredito e faço de tudo para transformar o triste em algo bonito. Se sou diferente, se sou anormal, se sou antiquado ou futurista, se sou maluco, não importa, eu sou eu como tenho de ser. Podem me criticar e, me taxar e me atacar, mas eu não coloco nada na frente do amor que sinto. E assim caminho desde que me conheço. E sofrimento algum é maior do que a certeza de que honro o amor que vivo, defendendo-o com minha própria vida. Sou assim, gostem ou não de mim como já escrevi em um outro poema. Sou feito de sonhos. Sou feito de esperas. Sou feito de romantismo. Se for para continuar sem ser amor (sem ser esse ser-amor) eu prefiro parar por aqui. Se for para deixar de amar loucamente, bravamente e apaixonadamente que me enterrem e esperem nascer um pé de poesia. Pois, de uma forma ou de outra, estarei me transformando em amor. Essa é a minha sina. É a estrada que eu percorro com pés, nadadeiras, asas, raízes... Chego ao dia de hoje metade ontem metade amanhã. Chego ao dia de hoje desejoso de mais do melhor que trago comigo e que me compõe, decompõe e recompõe – o amor puro. Chego ao dia de hoje agradecendo pelos que iluminam minha jornada. Chego ao dia de hoje saudando as forças que me levam adiante. Chego ao dia de hoje com a cabeça erguida e os olhos lançados ao horizonte como flechas tão guerreiras quão apaixonadas. Chego ao dia de hoje sem o direito de pedir nada, pois eu tenho tudo o que eu sou; e o que eu não tenho é pra onde vou.


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11/05/2014 - Materno

Amor em ovulação. Amor em gestação. Amor em lactação. Amor embalado. Amor amamentado. Amor ninado. Amor de berço. Amor sem preço. Amor de laços. Amor de passos. Amor sem embaraços. Amor de histórias. Amor de memórias. Amor de carne e osso. Amor de almoço. Amor de cantigas. Amor das antigas. Amor de cuidados. Amor sem resguardos. Amor uterino. Amor destino. Amor que ensina. Amor que domina. Amor que não termina. Amor de primeira palavra. Amor que crava. Amor que lava. Amor que cava. Amor de enxoval. Amor umbilical. Amor maternal.


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21/04/2014 - Mulher de Brasília

Eu amo a mulher de Brasília com suas curvas à moda Niemayer, que desafiam a arquitetura da anatomia com doses de surrealismo concreto e anticoncreto numa só poesia. Eu amo a mulher de Brasília que abre os braços como asas, norte e sul. Eu amo a mulher de Brasília que carrega o Cruzeiro no céu de sua boca, com direito a luares e previsões zodiacais. Eu amo a mulher de Brasília com seus olhares bucólicos, que me fazem questionar a dimensão de tudo o que há no mundo. Eu amo a mulher de Brasília com seus arrojos geométricos, com seus traços abstratos e simétricos. Eu amo a mulher de Brasília ensolarada por si só. Eu amo a mulher de Brasília que é chique, pós-moderna e jovem em sua essência. Eu amo a mulher de Brasília com lábios suspensos como os jardins de Burle Marx. Eu amo a mulher de Brasília com suas áreas verdes, com seu ar puro, com sua capacidade atlética. Eu amo a mulher de Brasília, mulher capital, metropolitana, política e diplomática. Eu amo a mulher de Brasília que é feita de quadras e superquadras, de conjuntos e pilotis, de ipês e palácios, de eixos que se cruzam e desafiam a gravidade ao longo de seu corpo cidade ou de sua cidade corpo. Eu amo a mulher de Brasília que tatua sua pele numa harmonia ao estilo Athos Bulcão. Eu amo a mulher de Brasília que tem o sotaque das cruzas do Brasil. Eu amo a mulher de Brasília que não tem esquinas porque é uma continuação perfeita, cujos ângulos são obtusos ou agudos, jamais retos. Eu amo a mulher de Brasília que diante dos olhos que a contemplam para no ar, paranoar, Paranoá. Eu amo a mulher de Brasília com suas chuvas e estiagens, com seu horizonte tombado, com sua beleza sendo patrimônio imaterial da humanidade.


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03/02/2014 - Mapa do tesouro

Vem, meu bem, o pirata do olho de cristal e da barba de sal me deu o mapa do tesouro. Vem, vem também, nessa busca pelo ouro perdido da civilização do proibido. Encosta seu barco no meu, coloca sua perna na minha, suba nas minhas costas, e como operário e abelha rainha, vamos pelas encostas deste mar em postas. Veja se gosta da viagem ao mundo não tristonho e seja a paisagem desse sonho. Vamos navegar e, procurar e escavar o amor esquecido do tempo que não havia tempo. Vamos trocando calores e frios, vamos evocando arrepios, vamos roubando beijos e armazenando segredos. Vamos chamar todas nossas fantasias para tripulação. Vem, meu bem, vamos além dos limites geográficos. Vamos, vamos enlouquecer os gráficos da razão fazendo um do outro a própria embarcação rumo ao tesouro do pirata que fala sobre o ouro do que nos falta.


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27/01/2014 - Matematique

Subtraia o que lhe importa do que não tem volta. Faça as contas do que valeu à pena e aposte todos os seus créditos nos versos de um poema atemporal. Multiplique o melhor beijo pela vida afora num cálculo maluco e lindo de se viver. Relacione o possível e o impossível num teorema quântico. Faça dos números irreais palavras reais. Some todos os lados do coração (se é que coração tem lado) para encontrar o perímetro do amor e terá a prova de que amor não se mede. Morda os frutos da raiz quadrada. Fracione o seu todo para encontrar outros todos, porque toda parte é um todo. Abuse da regra de três para descobrir passado, presente e futuro. Equacione o quanto você quer para obter o que você deseja. ...
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21/01/2014 - Mar aberto

Para além dos meus dias haverá um milheiro de outros dias talvez mais bonitos que os meus. Eu desafino. Eu ando torto. Eu desalinho. Eu faço o aflito. Eu grito. Eu, mesmo quando inédito, me repito. Eu sou mar aberto quando devia ser porto. Eu sou o que não querem que eu seja. Eu sou a palavra que aleija. Eu sou a valsa que não é mais dançada. Eu sou a lua caindo na calçada. Eu falo demais em um silêncio quieto como só. Eu sou o pó sobre a mesa. Eu sou a dose incerta de tristeza. Eu sou o nó do destino. Eu sou o menino, o adivinho, o linho no campo. Eu sou o que acredita no encanto. Eu sou só isso. Sou esse reboliço interior. Essa nave sem direção. Esse beija-flor que nunca será condor. Eu sou o passo largo que vive tentando chegar às estrelas esmaltadas de vermelho. Eu sou o timão do navio girando, girando, girando no meio da tempestade. Eu sou os pensamentos fugitivos adormecidos pelos cabelos. Eu sou o que não tem idade. Eu sou o anti-horário. Eu sou o ovário textual. Eu sou o sentimento viral. Eu sou o último de hoje. Eu sou o olhar mais longe do monge. Eu sou candeeiro noite adentro. Eu sou amor ao vento. Eu sou trevo de cinco folhas. Eu vivo dentro da minha bolha. Eu sou a rolha do champanhe jogada ao chão. Eu sou o talvez para além do sim e do não. Eu sou embarcação pirata. Eu sou o que me falta.


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02/01/2014 - Meus, minhas

Minha morada tem telhado estrelado. Minha cama tem mola de sabiá. Meu sapato tem calço de brasa. Minha janela tem vista pro lado de lá. Meu forno tem pão de sonho. Meu tempo tem corda. Meu cachorro vive no mundo da lua. Minha estrada tem pé de solidão. Meu riacho tem peixe de lã. Minha história tem linhas de macramê. Meus roseirais têm espinhos furta-cores. Meus pomares têm enxovais. Meus olhos têm aquários d’alma. Meu corpo tem cometas por todo lado. Minha cabeça tem porta giratória. Meus pensamentos têm essências do mato. Minha prosa é almoço de domingo. Minha poesia é jantar a dois.


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18/12/2013 - Mais e mais

Desesperadamente, queremos mais. Mais de fadas e cavaleiros. Mais, ainda mais encantamento e encantarias. Mais e mais encontros com o que sonhamos para nós. Mais, queremos mais estradas cruzadas, conquistas compartilhadas, mãos dadas. Queremos mais, mais, muito mais corações no mesmo ritmo. Mais bailarinas pelos palcos da nossa cabeça. Mais estrelas no céu da boca. Mais caçadores de lendas procurando no fundo dos nossos oceanos particulares a fonte da juventude. Mais e mais. Queremos mais. Viver mais, abraçar mais, sorrir mais, cantar mais, beijar mais... Queremos mais e mais porque não nos contentamos com pouco ou com muito. ...
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07/12/2013 - Mimada

A menina se cansou de esperar pelo príncipe encantado montado em um cavalo branco e partiu sozinha pela estrada em um carro branco de muitos cavalos cujas cores ainda não foram reveladas. A menina se cansou de esperar pelo “e foram felizes para sempre” e decidiu, por conta própria, se abstrair desses conceitos sendo autora de sua própria história. A menina se cansou de ficar beijando sapos à espera de uma surpresa e agora já não beija mais nada que não seja tão encantador como o reflexo de seu espelho. ...
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