Daniel Campos

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Encontrados 200 textos. Exibindo página 15 de 20.

26/12/2010 - Mulher capital

Você que é a minha capital, a minha cidade mais importante. Você que é a ponte que une o meu íntimo as minhas projeções. Você que é o horizonte que me redimensiona. Você que é meu globo planetário e ocular. Você que é meu centro financeiro, minha memória medieval. Você que é meu principal ponto turístico. Você que é minha metrópole descolada. Você que mescla beleza natural e modernidade. Você que é urbano e natureza. Você que é meu continente, minha ilha.

Você que é as atrações da minha cidade proibida, perdida, destruída pelos invasores. Você que é a minha galeria de arte, o meu vulcão, a minha cordilheira. Você que é disputada em meus cassinos. Você que é a minha mata selvagem, o meu arranha-céu. Você que é um passeio histórico, religioso e cultural. Você que habita as minhas butiques e meus restaurantes. Você que atraca em meu porto, que embarca na minha estação e me faz colocar os pés na estrada. ...
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Comentários (1)

11/12/2010 - Manguitas

Do lado debaixo de uma curva de nível bastante funda, onde antigamente reinavam goiabeiras, cavalos e abóboras, três mangueiras despontavam como senhoras do lugar. Duas mais frondosas e outra, um tanto quanto esbelta ficavam entre o açude e a estrada de pinheirinhos. Mangueiras de copa graciosa, lembrando, na baixada do sítio, saias verdes rodadas. Não eram mangueiras de manga rosa, de manga adem, de manga palmer, de manga espada, de manga manteiga, de manga abacaxi, de manga tommy... eram mangueiras de manguitas. ...
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05/12/2010 - Mulher de Copenhague

Castelos, reis e rainhas habitam a mulher que leva um buque de rosas de Copenhague. Rosas de seiva. Rosas de sangue. Rosas de chocolate. Quantos filmes, desenhos e histórias nascem da língua açucarada dessa mulher que tem um quê dos contos de fadas de Hans Christian Andersen. O amor que nela habita é monárquico, tão glamoroso quão autoritário. No entanto, as paixões que nutre são tão destruidoras como os vikings que um dia correram seu território.

O que se vê pela alma da mulher amada é uma mescla de construções antigas com prédios de design moderno. Diante da mulher de Copenhague há troca de guarda, entre guardiões do passado e solados do futuro. Ela vem de uma família real embora tenha tantos sonhos mundanos. É o sagrado e o profano duelando por sua dinastia. É o patinho feio se tornando cisne. É a dona dos sapatinhos vermelhos. É a pequena sereia habitando seus mares escandinavos. ...
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30/11/2010 - Macumbeia

Os caminhos estão fechados, truncados, amarrados. Deixa estar. A pomba gira está girando no meio do terreiro. E aviso desde já que o caboclo desce cada dia mais faceiro. Que venha o gato preto cruzar a nossa frente enquanto o feitiço apura no caldeirão. É olho gordo, é engodo. É azar, é mal-estar, é agouro. É a língua do louro. Língua afiada, língua amaldiçoada. Tudo isso é a praga da praga que estão a nos rogar. Que os santos anjos se ponham em guarda para nos livrar de tantos quebrantos. Vem para cá, vamos macumbar. Vamos lá, fazer encanto no canto da lua de pimenteira. Êê, feiticeira me conta o segredo do seu bruxedo. Êê, fada arteira me ponha medo no seu ritual mais ancestral. ...
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28/11/2010 - Mutações amorosas

Desde que eu encontrei você, desencontrei-me. Fui me perdendo, mudando de endereço, me transformando. Fui adquirindo elementos que não são meus. Ou que eu pensei que não fossem. Tornei-me uma espécie de mosaico de sonhos e olhares alheios. Dentre os retalhos da colcha da minha alma, difícil encontrar alguma estampa original. Tudo foi alterado, trocado, revirado, retocado. Eu me tornei uma coisa que não conheço no melhor sentido da expressão. Uma coisa que vaga pelas ruas, pelas tabernas, pelas luas, pelas pernas do destino na inocência de um menino. ...
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23/11/2010 - Milho, milharal

Há algo mais intrigante do que um milharal? Devido a sua carga dramática intrínseca e as tramas naturais da paisagem, no que diz respeito à cor, espaço, textura, caminhos, sombras, o milharal ilustra histórias de amores proibidos, poesias paradisíacas e filmes de suspense e terror. Impossível não se lembrar dos famosos espantalhos que ganham vida por algum feitiço, encanto ou magia. Até mesmo os discos voadores fazem aqueles sinais misteriosos no corpo do milharal. É um dos palcos principais de O Mágico de Oz....
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14/10/2010 - Mina San José

Se eu fosse um daqueles mineiros enterrados a mais de 700 metros num deserto chileno, longe de celulares e chefes, longe de computadores e telejornais, longe de políticos e politicagens, eu, pasme você, teria optado por ficar no mundo subterrâneo. Viveria o resto dos meus dias debaixo da terra, perdendo de uma vez por todas as noções de tempo e espaço. Entre o céu e o inferno não me importaria em ficar perto dos demônios. Afinal, abraçado por tamanha escuridão, eu, dentro em breve, também viraria uma criatura das sombras. ...
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09/10/2010 - Mulher geopolítica

A mulher amada nasce entre a estação das flores e a estação do trem, numa das pétalas da rosa dos ventos da imaginação. Para alcançá-la é necessário passar por desertos, por campos de hortênsias e por terras desabitadas e cosmopolitas. A mulher amada é de uma natureza opressora. Chega a ser covarde tamanha sua opulência perante as outras criaturas. Há seiva por toda parte. Em poucos corpos é possível se deparar com harmonia tão evidente entre misticismo e ciência, cultura e vida selvagem.
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26/08/2010 - Mais uma declaração de amor

Eu amo e ponto final. Amo em noites frias e chuvosas. Amo em dias abertos de sol e em dias fechados para balanço. Amo sob um vendaval. Amo no olho do furacão, para além do olho de pandora, mergulhado no olho grego. Amo aos pés da cama, na imensidão do telhado, no jardim das flores que chamam seu nome no escuro. Amo na Champs-Élysées, na Avenida Atlântica, na Las Ramblas, na Oxford Street, na 5ª Avenida e numa estradinha de terra. Amo com doses caipiras e cosmopolitas, de forma litorânea e interior. Amo entregue e ao dispor da criatura que amo. ...
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23/08/2010 - Moët Brut Imperial

Os olhares da mulher amada borbulham como duas cerejas submersas em canções francesas. As maçãs de seu rosto me lembram as mordidas de Eva, os medos de Adão. Seus lábios são pétalas de rosa pink, levemente doces e úmidos num cálice de Moët Brut Imperial. Sua saliva tem um que de suco de romã que deixa marcada para sempre em meus lábios o sabor dos seus cristais swarovski...

Quantos textos mais será preciso escrever para acreditar no amor que há dentro e fora de mim? Quantos poemas ainda precisam sair das minhas mãos para você caminhar comigo, segura e feliz, pela orla da cidade? Quantos versos ainda precisam se casar em rimas pobres ou ricas para você dar valor a minha saudade? Quantas prosas ainda precisam prosear com você até que tenha confiança nos meus atos e desacatos, nos meus sonhos e na minha esperança. ...
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