Daniel Campos

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23/08/2010 - Moët Brut Imperial

Os olhares da mulher amada borbulham como duas cerejas submersas em canções francesas. As maçãs de seu rosto me lembram as mordidas de Eva, os medos de Adão. Seus lábios são pétalas de rosa pink, levemente doces e úmidos num cálice de Moët Brut Imperial. Sua saliva tem um que de suco de romã que deixa marcada para sempre em meus lábios o sabor dos seus cristais swarovski...

Quantos textos mais será preciso escrever para acreditar no amor que há dentro e fora de mim? Quantos poemas ainda precisam sair das minhas mãos para você caminhar comigo, segura e feliz, pela orla da cidade? Quantos versos ainda precisam se casar em rimas pobres ou ricas para você dar valor a minha saudade? Quantas prosas ainda precisam prosear com você até que tenha confiança nos meus atos e desacatos, nos meus sonhos e na minha esperança.

Eu te amo, eu te amo, eu te amo. E é este amor que canto em mil variações ao longo da antologia dos corações que sangro em palavras ditas ou escritas. E este amor é a alegria e o pranto da minha poesia. É pra você toda a minha literatura lírica, da clássica à pós-romântica. Você é a dona do meu dom, da minha inspiração, da minha imaginação. Você é a musa dos recitais, a chama dos saraus, o enredo dos carnavais deste escritor convicto de paixão. Você é a obra-prima, o fecho de ouro, o soneto mais que perfeito.

Você é a origem da minha escrita, do meu alfabeto, da minha sina. A estética e o sentimento da minha poética. Você é a minha escrita cuneiforme e hieroglífica, virtual, passional e científica. Você é a minha narrativa ficcional, real, visceral. Você é o meu conto, a minha crônica, a minha sílaba tônica. Você é o meu romance para sempre inacabado. Sem mais dilema, você é o poema que pulsa guardado em meu peito no lugar do coração que lhe ofertei tempos atrás em prova de amor, amor demais.


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