Daniel Campos

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Encontrados 208 textos. Exibindo página 19 de 21.

14/07/2008 - Eu quero um dilúvio

Há dias em que o mundo é mais fundo do que supomos. Dias em que ao sair da cama, mesmo com o pé direito, o chão se abre e caímos em uma espécie de porão. Porão é pouco. Caímos em um inferno mesmo. Se o primeiro passo já deu nisso, o restante não é preciso nem falar. Nesses dias, acontece de tudo. Menos o que a gente realmente queria que acontecesse. Prepare-se porque a nossa volta, os demônios estão à solta com seus chicotes e seu sarcasmo.

Mas atenção: demônios não são geralmente aquelas criaturas vermelhas, com chifres pontudos, tridente e um caldeirão efervescente particular. Na verdade, são nossos chefes, nossos vizinhos, nossos parentes, nossos representantes políticos... Não adianta colocar a culpa de tudo em Lúcifer, como fazem os integrantes de muitas igrejas. Ele, sozinho, não daria conta de tanta inferno....
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24/06/2008 - E a minha poesia subiu o morro

"Daniel,

Em nome da nossa Estação Primeira de Mangueira, escrevo muito agradecido pela sua crônica em homenagem ao Jamelão ('O samba e o choro', publicada neste espaço no dia 18 de junho).
Passá-la-ei para os seus familiares.

Atenciosamente,

Guerra Peixe
Vice-Presidente Cultural da Mangueira".


E não é que minha poesia subiu o morro. Foi com muita emoção que recebi o email do vice-presidente Cultural da Mangueira, o historiador Guerra Peixe, sobrinho do famoso maestro. Ao homenagear o mestre Jamelão, que faleceu no último dia 14, minha poesia deixou os horizontes deste site e foi voar mais longe. Trajando terno branco e chapéu de palha, meus sentimentos subiram o morro da mais querida das escolas carnavalescas do país e, quiçá, do mundo. ...
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17/06/2008 - Ela voltou a nos assombrar

As histórias de lobisomem e mula-sem-cabeça parecem ingênuas se colocadas frente a frente com outra assombração, que parecia adormecida nos últimos anos: a inflação. Eis que como a encenação cinematográfica dos morto-vivos, ela retorna só pelo prazer de nos assombrar. E quanto mais nós temos medo, mais ela cresce. Em uma pesquisa recente feita pelo IBGE, sete em cada dez produtos estão bem mais caros.

Vou adaptar um ditado popular para dizer que depois da bonança, sempre vem a tempestade. E prepare os guarda-chuvas, posto que os economistas já tremem diante das supostas metas inflacionárias. Já há quem ande escutando o barulhinho das máquinas de remarcar preço trabalhando a todo vapor. Pudera, a inflação já está acima das previsões mais pessimistas dos economistas. E, diante desse medo, o Banco Central aumenta os juros. ...
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29/04/2008 - Está na hora de criar o Brasil do B

Uma pesquisa divulgada ontem indicou que 50 por cento dos brasileiros querem o terceiro mandato de Lula. Mais do que querer Lula por mais quatro anos, a pesquisa indica que metade do país quer continuar essa política de juros altos, de crescimento irrisório e discursos inflamados. E isso me preocupa. Afinal, até a África está crescendo mais do que o Brasil e, por aqui, aquele senhor que habita o Palácio do Planalto acha tudo maravilhoso.

Lula não é mais o mesmo. Se estivéssemos em outras épocas, jogava tudo para o alto e fazia um governo, de fato e de direito, para o lado humano e não para o capital. É difícil acreditar que metade do Brasil quer continuar sofrendo nas mãos dos banqueiros e acreditando no milagre da mamona. Na verdade, o Brasil carece de uma política social mais agressiva. E Lula demonstrou que não tem boa vontade ou força suficiente para fazê-la. ...
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23/04/2008 - E foram felizes para sempre

Era uma vez... Não me lembro qual foi o primeiro livro que li, de vontade própria, do começo ao fim. Recordo de dona Beth, uma professora do ginásio, que em suas aulas de português levava uma caixa cheia de livros. Era uma espécie de biblioteca itinerante. Líamos aquelas histórias durante a semana e depois recorríamos à caixa novamente. Tocar os livros, namorar a capa, navegar pelas letras, sentir o cheiro daquele papel, marcar cada página com olhos e digitais, levá-los pela mão, abri-los no momento mais inesperado, emocionar diante de seu desfecho... ...
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22/04/2008 - É popular e preocupante

Deu no jornal: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com um governo aprovado por 55 por cento dos brasileiros, é o sexto presidente mais popular da América. Isso segundo o instituto de pesquisas mexicano Consulta Mitofsky. Mas o que será que é popular? Segundo o popular Elymar Santos, "cachaça antes de jantar, maracanã, banho de mar, subúrbio, cristo redentor, angu, churrasco, guaraná, jogar conversa fora, isso é popular".

Em razão de todo histórico do metalúrgico Luis Inácio, o sexto lugar chegou para meu espanto e também para espanto do próprio Lula. O menino do sertão nordestino, que passou fome, que cortou o Brasil de pau-de-arara, que foi operário, que conhece cada palmo desse chão, que tomou para si a imagem de pai dos pobres... não é tão popular como pensávamos. Nem o programa bolsa-família, que dá uns trocados para os mais necessitados, conseguiu fazer com que Lula figurasse entre os três primeiros. ...
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09/04/2008 - Estafa

Quando uma força nos empurra para baixo. Quando tudo parece dar errado. Quando estamos para além de qualquer limite suportável. É hora de fechar os olhos, abrir nossas asas e voar rumo ao infinito. Só que para alcançar os alto-céus é necessário nos depreender de tudo. Desamarra todos os laços. Quebra todas as correntes. Liberta-se de todas as algemas.

Para ganhar altura, precisamos tirar todo o peso desnecessário de nosso corpo. Joga fora todos os problemas, angústias, desilusões. Ah! Como essas coisas pesam. Temos de estar nus - completamente nus - com nossos sentimentos. Nada pode interferir, atrapalhar ou sequer ameaçar o nosso vôo. E que esse vôo não tenha planos, bússolas, destinos. Que seja um vôo livre, solto, improvisado. Sobre todos e, sobretudo, que seja um vôo apaixonado. ...
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23/03/2008 - Eis que é Páscoa

"Eu vivo, e vós vivereis" ? diz Jesus no Evangelho de João (14, 19)

Eis que o homem cai no jardim do Éden. Eis que o pecado devora o mundo com seus dentes afiados e sua língua tentadora. Eis que cobras arrastam seus ventres pelo chão. Eis que se aguarda um novo tempo. Eis que se espera a passagem das trevas para a luz. Eis que se deseja a quebra das correntes da escravidão. Eis que uma virgem engravida. Eis que um rei nasce. Eis que, depois de mais de dois mil anos de esperas, um homem é crucificado, morto e sepultado. Eis que aquele que dividiu a história em antes e depois, ressuscita como Deus vivo. Eis que é Páscoa. ...
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22/03/2008 - Está na hora de arrebentarmos aleluia

Vó Adélia está depressiva. Aquela mulher forte e de olhos tristes, filha de italianos, ao final dos seus sessenta anos de idade conheceu a depressão. Começou, até mesmo, a ingerir aqueles remédios tarja-preta que mais fazem mal do que bem para a saúde. Além da sonolência, anda mais chorosa do que de costume. O leitor deve estar se perguntando com certa razão: o que Vó Adélia tem a ver com o Sábado de Aleluia? Á primeira vista, nada. Mas só à primeira vista.

Seja nas missas na Nossa Senhora das Graças, ou na Nossa Senhora das Dores, ou na Nossa Senhora de Mont Serrat, ou na igreja de São Benedito ou na matriz de São José, dona Adélia sempre esteve ao meu lado. Novena de Natal, Via-Sacra, Procissão, Benção das rosas ou dos pães, rosário da vela no meio da praça, quermesses, terços de Santo Antônio, São João e São Pedro. Independentemente da ocasião, lá estava minha vó a me dar o braço....
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21/03/2008 - Em respeito e por vergonha

(...) Silêncio (...)

Vivemos um constante duelo de forças, entre o bem e o mal. Por mais que isso passe despercebido em nosso dia a dia, é preciso buscar um equilíbrio dessas forças. Geralmente, esse equilíbrio é estabelecido à custa de muita batalha espiritual. No entanto, hoje, Sexta-Feira Santa, a balança pende para o lado das sombras. Hoje é o único dia do ano em que podemos afirmar que o mal triunfou.

Hoje, nos calamos em respeito à morte de Nosso Senhor e por vergonha, já que nossas gerações passadas compactuaram para a sua queda. Hoje, há um silêncio implícito nas vinte e quatro horas que compõe esse dia interminável. Hoje, os espíritos maus andam à solta, atormentando as almas mais fracas. Hoje, as vítimas de suicídios, acidentes e outras fatalidades são maiores do que o de costume. Hoje, o vale das sombras está em festa. ...
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