Daniel Campos

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23/04/2008 - E foram felizes para sempre

Era uma vez... Não me lembro qual foi o primeiro livro que li, de vontade própria, do começo ao fim. Recordo de dona Beth, uma professora do ginásio, que em suas aulas de português levava uma caixa cheia de livros. Era uma espécie de biblioteca itinerante. Líamos aquelas histórias durante a semana e depois recorríamos à caixa novamente. Tocar os livros, namorar a capa, navegar pelas letras, sentir o cheiro daquele papel, marcar cada página com olhos e digitais, levá-los pela mão, abri-los no momento mais inesperado, emocionar diante de seu desfecho...

Desci aos infernos com Dante Alighieri, em "Divina Comédia"; investiguei se Capitu traiu ou não Bentinho, em "Dom Casmurro"; mergulhei em "Otelo" de Shakespeare; vibrei com "Morte e Vida Severina", de João Cabral, descobri muito do mundo nas páginas de Dostoiévski, de Fernando Pessoa, de Plabo Neruda e de tantos outros clássicos da literatura e da poesia. No entanto, foi ao lado de um poetinha que voei mais alto. Talvez seja exagero ou petulância dizer isso, mas acho que li todos os textos de Vinicíus de Moraes.

Inspirado pelo letrista e músico Chico Buarque, li "Budapeste", "Estorvo" e "Benjamin". Além de ficção, adoro biografias. Os bastidores de mitos da música, do esporte, da política e da religião sempre me fascinaram. Debrucei-me, por várias vezes, sobre os três livros de Marcel Souto Maior que falavam da vida de Chico Xavier. Livro é conhecimento, reflexão, sonho... Quem acha que livro é coisa de gente solitária, não sabe o que está perdendo. Como é bom deitar nos braços da amada e ler, ao pé do ouvido, histórias e fantasias.

Leio muito mais do que um livro por ano, que é a vergonhosa média brasileira. Mesmo assim, ainda acho que leio pouco. Aliás, escrevo muito mais do que leio. Não é a toa que ao longo de 10 anos de criação eu já sou pai de 19 livros. E tenho outros muitos a caminho. Quanto a esses outros, alguns estão em fase mais avançada, faltando apenas alguns retoques para ganharem o mundo, outros ficam na gaveta esperando, como vinhos, o envelhecimento e outros ainda são idéias vagando pela cabeça.

Mais do que dar morada e projeção, com esse site eu declaro minha paixão aos livros. E hoje, Dia Mundial do Livro, anuncio que até o final deste ano terei, no mínimo, mais três exemplares publicados neste portal onde palavras e sentimentos se encontram, se flertam e se casam, e como nos livros, vivem felizes para sempre.


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