Daniel Campos

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22/04/2008 - É popular e preocupante

Deu no jornal: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com um governo aprovado por 55 por cento dos brasileiros, é o sexto presidente mais popular da América. Isso segundo o instituto de pesquisas mexicano Consulta Mitofsky. Mas o que será que é popular? Segundo o popular Elymar Santos, "cachaça antes de jantar, maracanã, banho de mar, subúrbio, cristo redentor, angu, churrasco, guaraná, jogar conversa fora, isso é popular".

Em razão de todo histórico do metalúrgico Luis Inácio, o sexto lugar chegou para meu espanto e também para espanto do próprio Lula. O menino do sertão nordestino, que passou fome, que cortou o Brasil de pau-de-arara, que foi operário, que conhece cada palmo desse chão, que tomou para si a imagem de pai dos pobres... não é tão popular como pensávamos. Nem o programa bolsa-família, que dá uns trocados para os mais necessitados, conseguiu fazer com que Lula figurasse entre os três primeiros.

Como podemos notar, a popularidade não é algo tão simples como possa parecer. Não adianta usar uns bonés ou, ficar gritando que fez isso e aquilo ou dizer uns ditados futebolísticos para ser popular. De acordo com a pesquisa, o chefe de Estado mais popular da região é o colombiano Álvaro Uribe, que tem apoio de 84 por cento da população. Em segundo e terceiro lugar estão, respectivamente, os presidentes do Equador, Rafael Correa, com 62 por cento de aprovação, e o mexicano Felipe Calderón, com 61 por cento de popularidade.

O que existe é uma idéia um tanto quanto confusa sobre o que é um presidente "popular". Vide Huga Chávez, da Venezuela, que amargura um oitavo lugar, com 51 por cento de aprovação. Já George W. Bush ficou na décima sexta posição, com 30 por cento de popularidade. E vale destacar que a aprovação de Lula é a maior em seus cinco anos e três meses de governo, batendo todos os seus antecessores ? FHC (43 por cento), Itamar (41 por cento), Collor (36 por cento).

Gostem ou não, Lula começa a marcar território como líder. Ao menos, internamente, não há quem possa batê-lo. E isso é preocupante. Afinal, popularidade no sentido de salvador da pátria não faz bem para país nenhum. Já começo ver as bases de um terceiro mandato lulístico surgindo no horizonte. E isso não é nada popular...


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