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Encontrados 362 textos. Exibindo página 25 de 37.
05/08/2015 -
Colocando em ordem
Afina meu violão que eu toco à multidão dos sonhos seus. Olha para o céu da minha boca que minha língua roga ao tempo sem adeus. Coloca minhas letras em ordem e diz que minhas poesias podem ter livre acesso ao seu corpo. Enfileira nossos sapatos e fala que cada par será responsável por um ato de amor louco. Pendura no varal as minhas esperanças com os pregadores do seu desejo e nua de expectativas dança e não me livra dos seus festejos.
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29/08/2012 -
Com a alma...
Com a alma apaixonada, sigo por essa estrada enluarada. Sigo com a boca enfeitiçada pelo beijo de uma fada das águas. Sigo e hei de seguir sempre em frente, num instinto desbravador. Porém, o corpo é somente uma casca. Uma casca onde deposito meus guardados. Sou saudade. Sou lembrança. Sou ontem em busca de amanhã.
Com a alma machucada, sigo por essa estrada impregnada de ilusão. Sigo com os olhos pelo talvez, correndo dos lugares comuns do sim e do não. Sigo e seguirei mesmo cego de ciúme e de outros ardumes passionais. Meu coração é palco de espetáculos conjugais. Espetáculos dramáticos, enfáticos, elásticos. Espetáculos inéditos, mesmo com toques de reprise. ...
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25/11/2012 -
Com a cara de Interlagos
Teve borracha queimada. Teve rodada. Teve ultrapassagem. Teve champanhe. Teve ronco de motor. Teve abraço. Teve bronca. Teve chuva. Teve choro. Teve vibração. Teve garra. Teve troféu. Teve bandeirada. Teve conquista. Teve suor. Teve adrenalina. Teve incerteza. Teve competição. Teve despedida. Teve herói. Teve vilão. Teve grito. Teve reza. Teve “S” do Senna.
Teve luta. Teve duelo. Teve guerra de nervos. Teve sonho. Teve desejo. Teve sorte. Teve azar. Teve simpatia. Teve marca no asfalto. Teve zebra traiçoeira. Teve arquibancada. Teve festa. Teve frustração. Teve capacete tomando o lugar do rosto. Teve gosto, muito gosto. Teve volta da vitória. Teve honra. Teve aplausos. Teve vontade de bis. Teve coração na boca. ...
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10/09/2015 -
Com a chuva
Como se eu fosse árvore verdejo de dentro pra fora com a chuva. Como se eu fosse rio eu transbordo com a chuva. Como se eu fosse terra eu encharco e broto as sementes de mim com a chuva. Como se eu fosse pássaro eu abro asas e o peito cantando com a chuva. Como se eu fosse pedra eu ganho vida com a chuva. Como se eu fosse mina eu verto e corro com a chuva. Como se eu fosse criança eu brinco na enxurrada com a chuva. Como se eu fosse mato eu solto perfume com a chuva. Como se eu fosse bicho eu banho e bebo com a chuva. Como se eu fosse lavrador eu olho aos céus agradecido pela chuva. Como se eu fosse fogo eu me assossego com a chuva. Como se eu fosse barco de papel eu vou descendo a rua com a chuva sob os olhos brilhosos de quem me fez.
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08/04/2013 -
Com os pés no espaço
Eu quero ser abduzido por algum extraterrestre. Eu quero ser levado desta terra. Eu quero receber a escritura de uma casa em Vênus. Eu quero me casar nos anéis de Saturno. Eu quero conversar com São Jorge na lua. Eu quero me aninhar em uma estrela. Eu quero pegar carona num cometa. Eu quero aventuras espaciais.
Eu quero tocar nos signos, influenciar os horóscopos. Eu quero acompanhar uma chuva de meteoros sem ter medo de enchentes. Eu quero mergulhar na imensidão do espaço sem risco de congestionamento. Eu quero que meus problemas se incendeiem na atmosfera terrestre. Eu quero viajar na velocidade da luz. ...
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20/08/2016 -
Com você
Durmo com você. Acordo com você. Banho com você. Como com você. Ando com você. Deito com você. Sonho com você. Trabalho com você. Digito com você. Rio com você. Explodo com você. Realizo com você. Voo com você. Mergulho com você. Encontro com você. Orbito com você. Faço com você. Cozinho com você. Corro com você. Navego com você. Canto com você. Confesso com você. Brinco com você. Suspiro com você. Tempero com você. Imagino com você. Ganho com você. Semeio com você. Apanho com você. Aventuro com você. Disparo com você. Movo com você. Escalo com você. Fantasio com você. Cavalgo com você. Misturo com você. Dou com você. Vou com você. Sou com você.
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08/04/2010 -
Com vocês, o hoje
Nem ontem nem amanhã a vida há de ser tão abundante quanto hoje. Afinal, hoje é o todo, hoje é o clímax, hoje é o ápice da existência. Não posso fazer nada para mudar o passado, tampouco posso sentir o amanhã com a realidade necessária. No entanto, posso fazer do hoje um dia completo no mais completo sentido da palavra completo. Hoje é quando o sétimo sentido aflora e tato, audição, paladar, olfato e visão se afloram ao extremo. Hoje é um tempo farto, pronto a saciar nossa gula.
Hoje é um excelente dia para se aproveitar uma oportunidade. Afinal, muitos passam o dia de hoje chorando pelas oportunidades perdidas ontem ou se preparando para concretizar essas oportunidades amanhã. Hoje é o doce preferido do tempo. Hoje é um dia para se viver intensamente e sem a mínima dose de culpa. Basta saber encontrar e se entregar à fresta de algumas horas que divide dois tempos esmagadores: o passado e o futuro. ...
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04/05/2008 -
Com vocês, o rei...
Menino sonha cada coisa. O menino Daniel sempre sonhou com reis e princesas. O tempo passou, o menino cresceu e não deixou o sonho para trás. Em um belo dia, o garoto torceu para que monarquia fosse o regime vencedor de um plebiscito. Para infelicidade geral do jovem, o sistema de governo escolhido foi o presidencialismo. Esse mesmo que está em uso na atualidade. O adolescente cresceu ainda mais e se tornou um homem, mas o sonho de viver em um país regido por um rei não acabou.
Pudera... o menino sabe, como ninguém, que o presidencialismo é uma ilusão. Afinal, a idéia é de que qualquer um pode ser presidente (ao contrário dos reis que precisam ter sangue nobre). No entanto, está mais que comprovado que o povo não chega aos palácios. E se, por algum tropeço do destino, chegar... pouco tempo depois não é mais povo. Parece feitiço ruim, mas o palácio transforma plebeu em rei. E se for para ter rei sem classe, é melhor ter um monarca de verdade. ...
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07/06/2011 -
Começa assim
Era uma vez, um gato xadrez. Era uma vez, uma vaca amarela. Era uma vez, um príncipe escocês. Era uma vez, uma linda donzela. Era uma vez, um circo encantado. Era uma vez, um cavalo voador. Era uma vez, um peixe dourado. Era uma vez, um por do sol no arpoador. Era uma vez, um maestro pianista. Era uma vez, um reino de fábulas. Era uma vez, o cravo, a rosa e um florista. Era uma vez, a paixão dos gárgulas.
Era uma vez, uma triste manhã. Era uma vez, um tempo distante. Era uma vez, uma flor de hortelã. Era uma vez, um cavaleiro errante. Era uma vez, um dragão azul. Era uma vez, um aprendiz de feiticeiro. Era uma vez, um veleiro ao sul. Era uma vez, uma brisa de cheiro. Era uma vez, um gato de botas. Era uma vez, um mundo perdido. Era uma vez, uma fada de costas. Era uma vez, um conto esquecido. ...
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17/08/2014 -
Comédia Romântica
As portas do carro se abriram paralelamente ao movimento do fechar dos lábios após o último beijo. Sapatilhas e sapatos se entrelaçaram ainda meio atordoados pela surpreendente fim de tarde, que estava fadada a não oferecer mais nada. No entanto, dessa vez a expectativa se quebrou positivamente. E foi tanta euforia que ela revelou até um de seus segredos para seguir com a pele fresca e perfumada mesmo sob a ação de sol, correria e trânsito. Dirigia, conversava, sorria. Estava bem com ela mesma e isso era o mais importante. Que o mundo se acabasse lá fora, pois dentro daquele carro tínhamos a nossa bolha de felicidade intensa e propensa ao infinito. Mãos nas mãos avinhadas. Mãos nas pernas jeans. Mãos no rosto de óculos escuros. Mãos que após o beijo de quem ama de forma longa e doce, as portas do carro se abriram. E então as mãos se deram repetindo para nós mesmos que aquele encaixe de linhas do destino, de formas anatômicas, de vontades, é perfeito. Nossas mãos combinam, nasceram uma para outra. Se na ancestralidade nosso corpo era um só, a separação para cada qual se procurar pelas vidas afora foi precisa. Pois vidas e vidas depois nossas mãos, para não falar dos nossos corpos como um todo, continuam se encaixando tão e quão bem. E por uma calçada estreita margeada por árvores tortas e teimosas como a paixão deve ser no meio do cerrado caminhamos como personagens de um filme leve. Sempre foi assim, quando longe, vivemos o drama. Quando juntos, uma comédia romântica. E quem passava ao nosso lado nos observava com olhos carentes daquele nosso apaixonamento. Nossas mãos se colavam para não se soltar por nada. E foram passos e mais passos de um amor explícito semeando vida e esperança pelo lenho daquele verão. Antes da chegada de outros beijos mais molhados, de mãos se aventurando por tecidos mais ocultos, de perfumes sendo esfregados um no outro como abelha no pólen, as mãos reinaram absolutas. Os passos se cadenciavam. A caminhada era harmônica. Não era por menos, sempre tivemos o mesmo ritmo. Seja o ritmo para andar ou para sonhar. Foram tantos e quantos sorrisos. Embora não houvesse coelhos e cartolas e cartas de copas pelo caminho, aquele encontro em movimento se fazia mágico em cada nanodetalhe. Dois meninos se encontrando no meio da tarde. A sensação de dois meninos que cabularam aula para flertar sob as sombras das árvores. Dois meninos que sabiam que logo mais teriam que voltar as suas vidas, mas que tinham certeza de que enquanto estivessem ali estariam absolutamente um para o outro sem pensar em mais nada. Dois meninos que caminhavam se beijando sem tocar o chão. Não havia espaço para fome, para preguiça, para desejos que violassem aquele momento. De tamanho prazer sentido ali naquele abotoar de mãos, passamos do destino. Erramos o caminho, hoje tenho certeza que de propósito, só para avançar mais alguns metros naquela cena digna de porta-retrato.
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