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Encontrados 362 textos. Exibindo página 14 de 37.
08/11/2012 -
Clareia Clara
Clara clareia minha estrada na força de Ogum com Oxum. Clara guerreira, incendeia minha vida com a luz dos orixás. Canta Clara, canta sabiá mineira. Canta seu sincretismo, Clara católica, Clara kardecista, Clara umbandista. Clareia Santa Clara meu caminho e alumeia meu destino. Clara me deixa sentir suas energias espirituais em todo lugar que eu pisar. Clara, saudade ancestral. Clara, entidade maternal. Clara, identidade zodiacal.
Eu quero as guias de Clara. Eu quero bater cabeça para Clara. Eu quero marcar o ponto de Clara. Mãe de ouro, Santa Clara mareia no meu choro. Do alto do teu balançado, balança na minha vida. Da roda do teu gingando, rodeia com sua saia, rodeia. Clara canta com sua aura tanta e espanta tudo de ruim que me volteia. Clara canta e se agiganta nas praias, nas ladeiras, nas matas, nas pedreiras, nas cachoeiras. Clara clareia-me com sua fogueira.
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06/11/2012 -
Caputo: paixão e luta
Há quem faça da defesa da advocacia um discurso, Caputo faz dela uma Questão de Ordem. Há quem precise citar trechos do Vade Mecum para fazer valer seu diploma, Caputo tem o Direito correndo em suas artérias. Há quem encare a Justiça como abstração, Caputo a vê como um desafio concreto e diário.
Para Caputo, o exercício da advocacia se resume a uma palavra: “paixão”. A paixão do justo, da transformação, do inconformado, do guerreiro, das prerrogativas dos advogados. Abraça colegas e causas com o mesmo entusiasmo. Aliás, Caputo é um entusiasta por natureza. ...
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02/11/2012 -
Ciganos de Alma
Lembre-se de quem se foi, de quem partiu, de quem não está mais entre nós. Lembre-se de quem se despediu, de quem sumiu, de quem subiu. Lembre-se dos abraços que hoje lhe faltam. Lembre-se dos laços que hoje ainda lhes mantêm unidos. Lembre-se dos traços de um rosto que ficaram marcados no fundo da sua retina. Lembre-se dos passos que hoje trilham outros caminhos. Lembre-se de que uvas viram taças de vinho, flores viram cortes de linho, que o silêncio das árvores vira cantoria nas cordas do pinho. ...
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29/10/2012 -
Cuidado com seu Zé Pilintra
Podem tentar me destruir, mas, desde já, eu aviso que não vão conseguir. Porque para me derrubar têm de primeiro derrubar Zé Pilintra. Zé Pilintra é quem me protege e sempre há de me proteger. É bom pensarem duas vezes antes de se atrever a enfrentar este capoeira. Portanto, se liga, e não me venham com besteira. É preciso mais do que coragem para tombar a malandragem de Zé Pilintra. E eu estou vestido com o chapéu panamá e o terno branco deste malandro. A minha camisa de seda, navalha alguma é capaz de cortar. ...
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Comentários (12)
20/10/2012 -
Carmelino, o guardião das escadas
Há diversos guardiões de templos e de estradas, de tempos e encruzilhadas, mas guardião de escadas eu tenho notícias somente de um. Quando subindo ou descendo degraus em qualquer lugar do mundo e a qualquer hora encontrar um negro de sorriso farto e olhos de menino pode ter certeza de que suas escadas nunca mais serão as mesmas.
Muitos vão por alamedas, mares, montanhas, mas aquele homem que faz festa por existir e vive buscando sorrir para tudo e para todos prefere as escadas. É alma que ninguém aprisiona em gaiola, tampouco em elevador. É negro que honra sua origem, seu povo, seu sangue e percorre escadas como se voasse por eles como condor. ...
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18/10/2012 -
Coração atabaque
No lugar do coração eu tenho um atabaque. Sou feito de santo, do santo que me criou. Eu não sou, estou de passagem. E sigo essa estrada com o ritmo de quem serenou. Sigo com o corpo e alma consagrados ao sagrado que há na poesia, na mulher, na fantasia. O meu destino é o meu santo que faz e refaz, e o meu santo sempre bem me quer. O meu santo é o senhor do meu encanto, é quem me dá feitiço. Sou reboliço, sou homem, sou árvore, sou bicho. Sou a batida de um atabaque, sou a poeira levantada do terreiro, sou o sonho mais cabreiro que possa existir. É meu santo que determina a hora da minha chegada e a minha hora de partir....
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22/09/2012 -
Chuvará
Na sexta-feira de Oxalá, Nanã apareceu em forma de chuva, num balé, bem devagar, de águas para lá, de águas para cá. E plantas e animais, em uníssono, saudaram a volta da velha senhora num grande Salubá. Sob o axé de Olodumaré, as chuvas provocaram as marés de Iemanjá e as outras iabás. As águas correntes de Oxum ganharam força nas corredeiras e cachoeiras. Os ventos de Iansã espalharam a chuva como se espalha sementes de esperança pelo ar. Obá, depois de tantas guerras, largou a espada e foi dançar. Na cor das águas, o céu de Ewá, cobriu a todos nós nas feições de um grande abadá. ...
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13/09/2012 -
Chuvisco
Chuvisco parece nome daqueles cavalos de desenho animado ou de bolinhos pingados na frigideira com o auxílio de uma colher. Chuvisco pode estar associado a um ato, o ato de chuviscar perfume ou granulados sobre um bolo de aniversário. Chuvisco indica sonoramente algo leve, suave, breve. Um chuvisco de dança, um chuvisco de inspiração, um chuvisco de sono. Foi só um chuvisco... Nada muito intenso, embora determinante para a quebra da rotina. É isso, o chuvisco é, na melhor das definições, a quebra de expectativa. ...
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06/09/2012 -
Congestionado
O velocímetro se assemelha a um coração se esvaindo: 110km/h, 80km/h, 50km/h, 20km/h, 0km/h. Impossível calcular o número exato de sensações desagradáveis ao ver uma fila de carros parada. É para acabar com o dia do mais otimista. O que pode haver de bom em um engarrafamento? Nem Chico Buarque no rádio consegue suavizar o cenário. Fumaça de escapamento, buzina, falta de educação, sirene, variações absurdas de desrespeito.
Não há ambiente para se escrever um poema, para se imaginar em outro lugar, para conversar sobre assuntos amenos, para ler um livro. A raiva anula toda e qualquer germinação de bem-estar. Tudo parado, menos o relógio. Ah! Os ponteiros do tempo aceleram como bólidos de corrida. E isso causa ainda mais angústia, tensão, nervosismo, apreensão, ansiedade. Sem falar de azia, torcicolo, inchaço, câimbra, enxaqueca......
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29/08/2012 -
Com a alma...
Com a alma apaixonada, sigo por essa estrada enluarada. Sigo com a boca enfeitiçada pelo beijo de uma fada das águas. Sigo e hei de seguir sempre em frente, num instinto desbravador. Porém, o corpo é somente uma casca. Uma casca onde deposito meus guardados. Sou saudade. Sou lembrança. Sou ontem em busca de amanhã.
Com a alma machucada, sigo por essa estrada impregnada de ilusão. Sigo com os olhos pelo talvez, correndo dos lugares comuns do sim e do não. Sigo e seguirei mesmo cego de ciúme e de outros ardumes passionais. Meu coração é palco de espetáculos conjugais. Espetáculos dramáticos, enfáticos, elásticos. Espetáculos inéditos, mesmo com toques de reprise. ...
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