Daniel Campos

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Encontrados 372 textos. Exibindo página 35 de 38.

03/07/2008 - Alice, cadê o país das maravilhas?

Alô! Alô! Alice!!! Está me ouvindo, Alice?! Tento conversar com uma das estrelas da literatura inglesa, mas ela não atende meus telefonemas. Felizes os personagens de romance que não têm celulares e seus aborrecimentos. No entanto, precisava falar com ela. Queria que me contasse onde fica esse tal país das maravilhas. Estou de malas prontas para desembarcar lá com minha família. Pelo amor dos loucos, onde é que eu acho a toca de coelho que vai dar num lugar fantástico povoado por criaturas mágicas? Por aqui, as únicas criaturas que encontro, fofocas à parte, não são nada maravilhosas. De um lado, está a crise do preço dos alimentos, de outros, os reajustes de alugueis, os juros dos cartões de crédito, a ascensão do barril de petróleo... Por onde quer que eu olhe só vejo as criaturas do país da inflação. ...
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29/06/2008 - A noiva de São Pedro

Um dia ela chegou de vestido branco remendado com um buquê de flor de São João derramando das mãos. Era a noiva mais cobiçada da quadrilha. Tinha olhos de fogueira, sorriso de bandeirolas e corpo de viola caipira. Mas ninguém tocava aquelas cordas, posto que para todos os efeitos, ela era noiva de São Pedro. Sua mãe a prometera ao santo, caso ela vingasse. Nasceu fraquinha, quase morta, cheia de complicações, por volta dos dias do santo que, segundo a lenda, guarda a chave do céu. Não demorou muito para sua mãe, religiosa convicta, prometê-la ao santo. Por mais estranho que possa parecer, o povo do lugarejo levava essa história a sério e ela era considerada uma pessoa santa para os fiéis e uma fruta proibida para os infiéis....
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22/06/2008 - A cinderela e o bêbado fulano de tal

São três horas da manhã. A cidade dorme. E pelas ruas, um bêbado fulano de tal caminha com uma sandália nas mãos à procura de sua cinderela. Ó noite fria! Ó busca bela! Como soluços compassados, os carros passam com faróis atordoando os olhos já atordoados do bêbado que tropeça sem chapéu e sem bengala por linhas que a cigana charlatã não dá conta de ler. Não, não era Chaplin ou qualquer outro personagem famoso de cinema ou teatro. Era um astro das calçadas, mas não passava de um anônimo fulano de tal com a promessa de um romance nas mãos....
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08/06/2008 - A extinção das cartas

Estou a ler um livro de cartas enviadas e recebidas por Vinícius de Moraes, organizado por Ruy Castro. Cartas escritas para a família, para os amigos, para as mulheres amadas. O livro foi um presente de meu pai. Trouxe-o comigo do nosso último encontro há quase um mês e, por diversas vezes, já o visitei. Debruçado sobre este livro, descobri que o mundo perdeu muito com o advento do telefone, da internet e de outros meios de comunicação do chamado tempo moderno. Não vou citar números, para não deixar o texto um daqueles relatórios chatos, mas as cartas foram praticamente extintas de nosso cotidiano. ...
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27/04/2008 - Águas de março, abril, maio...

Era final de abril, quase maio, mas lá fora chovia o restante das águas de março. Cá dentro, eu cochilava nos braços de Marilene, inebriado em seu perfume de anjo. O frio carregado pelo vento nascido da chuva nos levava a um ninho feito de cobertas e carícias. E o clima de romantismo ecoava um canto vindo de algum pássaro. Mas que pássaro cantaria debaixo daquela chuva toda e ainda mais com aquelas notas? A melodia dizia "encontrei em você a razão de viver e de amar em paz e não sofrer mais, nunca mais". ...
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18/04/2008 - Ataque e contra-ataque

O Brasil precisaria ser um time, de carne e espírito. O nosso time do coração. E o maior de seus títulos devia ser a felicidade de cada cidadão. Brasil, meu Brasil brasileiro, texto de um estádio e pretexto de uma várzea. As chuteiras dos governantes deviam ter as marcas de uma dedicação total. Aliás, nem presidente, nem deputado, nem governador deviam jogar de salto alto. Todos deviam estar no mesmo nível desse tapete verde e amarelo. Afinal, mesmo tortos, os passos dessa gente guerreira são poéticos como as pernas de um anjo que já foi jogar em outro lugar. Que me perdoem os intelectos, mas nossos garranchos são garrinchas....
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15/04/2008 - A televisão não conseguiu voar

Pronto! Agora estou mais aliviado. Tirei um peso da alma. Não sabia que o fato de jogar a televisão pela janela me faria tão bem. Já estava ficando angustiado, nervoso, depressivo. Sou jornalista, mas não suporto o jornalismo da repetição. Ouvir uma vez já basta. Se nem filme de ficção eu suporto ver à exaustão, o que dizer de um pedaço de realidade. Isso sem falar que esses pedaços são crus e totalmente indigestos.

O caso dessa menina que foi assassinada e jogada do sexto andar de um prédio foi a gota d'água. Dia e noite, noite e dia, os telejornais só falam nisso. Uma verdadeira tortura para a família, para os amigos e para milhões de meros telespectadores como eu. Entrevista com mãe da vítima, com avô da vítima, com delegado, com procurador, com porteiro, com vizinho, com tia... chega!!!!!!! ...
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10/04/2008 - A poesia corre em linfas

Ser casado com esteticista é, como se diz por ai, tudo de bom. Recentemente, minha bem-amada além de advogar e assessorar um parlamentar decidiu abrir uma clínica de estética. E melhor, resolveu fazer cursos e mais cursos para se tornar esteticista. Mesmo sem ter cabelos brancos e olhos vermelhos, como os tradicionais ratinhos de laboratório, eu fui pego para cobaia.

Como grande incentivador de seu sonho adolescente, eu não tive como fugir dos experimentos. Lá fui eu - uma criatura que vive em estado absoluto de tensão durante boa parte das 24 horas - tentar entrar em alfa ou beta ou ômega ou em algum outro estágio de meditação por meio de suas mãos. Eis que com todo amor que há, mergulhei nos braços do desconhecido entre o verde e o vermelho da Quant`è Belle. Ah! Deixa-me explicar. Minha esposa tem um pé na terra da torre Eiffel, por isso o batismo da clínica foi na língua de Jean-Paul Sartre. Nacionalidades à parte, eu descobri que a poesia em nosso corpo, assim como nas árvores, corre em linfas....
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07/04/2008 - Amor engarrafado

Antes de qualquer naufrágio ou sufrágio, ela amanheceu tão límpida. Dava pra ver, no seu olhar, as conchas de um mar azul que já não há pras bandas do sul. Quanta luz naqueles dois portais dispostos em cruz, que me levam como um veleiro pro lado de lá de um tempo que eu sabiá não sabia e, como uma vela ao vento, em sentimento ia.

Eram corais vermelhos de pudor e eram cardumes de desejos e galeões afundados em segredos. Ah! Tudo era cor, tudo era paz, tudo era flor a flor da pele. Sua boca se quebrava nas ondas da minha boca de areia e tudo era sol, tudo era sal, tudo era sereia em mi-bemol. E nós dois entregues às correntes marítimas, torrentes de vontades íntimas....
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26/03/2008 - Amor em festa

Amor mais bonito e infinito não há a perdurar do que este ardor mais-que-perfeito que pulsa calor dentro em meu peito enquanto soluça da dor da saudade que existe e se faz triste porque insiste em te querer mais perto do que já te aperto em meus braços e em meus abraços e em meus laços ao longo dos meus passos esquadrinhados nas voltas e reviravoltas dos compassos dos teus traços mais amados para valer.

A cada amanhecer ao teu lado eu sou mais namorado e mais súdito incondicionado deste amor imenso e farto que está propenso a nos matar de infarto ou nos internar num quarto minguante ou crescente num tempo amante e de nós somente e eis que de repente eu parto para o parto de uma fantasia retumbante e estonteante de uma alegria conjugal de uma poesia matrimonial de uma apologia nupcial do mais alto grau de radioatividade ou seria de cumplicidade. ...
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