Daniel Campos

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 372 textos. Exibindo página 36 de 38.

11/03/2008 - Assédio moral é imoral, ilegal e engorda

A escassez de emprego no mundo atual e, portanto, a necessidade de estar empregado faz com que o trabalhador seja obrigado a suportar situações diárias de constrangimento, de ofensa a sua dignidade, de discriminação ideológica, racial, social e sexual e, até, de tortura psicológica. Essa combinação de "humilhações", em doses homeopáticas, é o cimento para a arquitetura sombria do assédio moral. O que era um problema no trabalho, passou a ser questão de saúde pública.

No decorrer desta lenta tortura, surgem sintomas nada agradáveis: estresse, crises de choro, hipertensão arterial, perda de memória, dores generalizadas, insônia, distúrbios digestivos, falta de ar, ganho de peso e, sobretudo, depressão. Temendo perder o emprego, os trabalhadores se enclausuram dentro de uma bolha de frustração e medo, passando a sofrer de um sentimento de inutilidade. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

05/03/2008 - Água com açúcar

O que mais me decepciona no governo brasileiro é a falta de pulso. Ainda mais porque o atual presidente sempre vendeu uma imagem de combativo. Acontecimento a acontecimento, tenho a certeza de que o Brasil carece de uma postura mais aguerrida, feita à imagem e semelhança do espírito de sua gente que vive de batalhas. A eminente guerra entre Colômbia x Equador e Venezuela só ratificou minha modesta opinião.

O circo está pegando fogo aqui do lado e o Brasil optou por se manter neutro colocando panos quentes nos exaltados. Não apoio a invasão de território feita pelas tropas da Colômbia no Equador, mas apoio muito menos as Forças Revolucionárias (Farc) e quem as protege (entenda-se Equador e Venezuela). Ao cruzar os braços e ficar indiferente a disputa entre um governo legítimo e um governo bandido, o Brasil perde a chance de se tornar o líder da América do Sul. Mais grave, perde a chance de se impor diante do tráfico que também assusta o nosso país. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

04/03/2008 - A mordida do leão

Rrrruuuaaa... rrrrrruuuuuaaaa! Com a abertura da temporada 2008 do Imposto de Renda (IR) pago por nós - os eternos contribuintes - coloco-me a pensar no leão. A sua mordida é famosa. Que o diga os 24,5 milhões de brasileiros que terão de entregar suas receitas tintim por tintim até o próximo 30 de abril. Cá com meus pensamentos, descobri que o governo tentou, com seus podres poderes, transformar o leão em um cachorrinho. No entanto, nem Roberto Carlos, o nosso rei, atreveu-se a cantar que algum leão havia sorrido para ele rugindo....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

03/03/2008 - Avalanche de chocolate

Tentei fugir, mas eles eram milhares. Os corredores do supermercado se fecharam. Fiquei sem saída. Fui atacado pelos ovos de páscoa. Faltam mais de vinte dias para a data festiva e eles já estão lá, aos montes. De todos os tamanhos, de todas as cores, de todos os formatos... Pendurados ou em prateleiras, eles contrariam a hierarquia da cadeia alimentar e nos devoram vivos...

Há quem faça a promessa do mais espesso e puro chocolate. Há quem traga brindes para atrair a criançada, como carrinhos e bonecas da moda. Há quem se envolve de mistério sobre seu conteúdo. Há quem tenha amendoim, castanha do pará, coco, nozes, passas... Há os brancos e os negros e os mulatos. Naquelas duas metades há gêmeos univitelinos (idênticos) e bivitelinos (diferentes). Há quem capriche no papel e nos desenhos. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

28/02/2008 - Até Mocha caiu

Quando a guerra termina? Quem acredita que a guerra acaba quando cessam os tiros e sela-se um acordo de paz entre lideranças governamentais, engana-se. Depois que se inicia, a guerra não tem mais fim. Dentre tantos prejuízos (materiais, morais, emocionais), alguns são impossíveis de serem recuperados...

A dor de uma criança que perde o pai, a dor do pai que perde a mulher, a dor da mulher que perde o corpo, a dor de tantos corpos que perdem o presente e vêem o futuro como um tempo que nunca chega... Para esses seres humanos, a guerra irá explodir para sempre dentro de seus pensamentos. A guerra destroi. A guerra corroi. A guerra doi. E doi instensa e infinitamente....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

15/02/2008 - Até tu, Milton?

Sei que ainda existem milhares de trabalhadores escravos. Sei que a Lei Áurea, a CLT e a Constituição nunca foram cumpridas por todos. Sei que desde 2004, fruto de acordos internacionais, já foram libertados mais de 27 mil trabalhadores de fazendas situadas principalmente no Pará, Bahia e Tocantins.

O que eu não sabia é que o pai do meu super-herói preferido será julgado pela Justiça do Trabalho da Bahia como réu em duas ações por prática de trabalho escravo. Em uma fazenda de seis mil hectares no oeste baiano que tem como um dos proprietários o Sr. Milton Senna foram resgatados 82 trabalhadores e emitidos 29 autos de infração. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

10/02/2008 - Até amanhã

Oi. Olá. Bom dia. Boa tarde. Boa noite. Como vai você? Salve. Tudo bem? Quanto tempo?! Tchau. Prazer. Adeus. Boa sorte! Sucesso! Paz e bem. Axé. Quais as novas? Deus te abençoe. A gente se vê. Volte sempre. Até breve. Até já. Até logo. Até amanhã. (...) Não se assuste, leitor. A abertura deste texto é um pequeno exemplo de como o nosso cotidiano é formado por um emaranhado de saudações.

Diferente das pedras e das plantas, que são mais discretas, os animais se saúdam se lambendo, se cheirando, se esbarrando, emitindo sons. Que o diga nossos apertos de mão, beijos no rosto, abraços, tapinhas nas costas, inclinação da coluna. Definitivamente, o corpo fala. Mas o gestual fica para uma próxima conversa. Para não desviar a rota deste texto, vou me nortear por algumas das saudações que estiveram ou estão na ponta da língua da humanidade. O Avé Cesar, saudando o imperador romano Júlio César, e o Hi Hitler, referente ao líder nazista, são exemplos de saudações que marcaram uma época. Já o amém, dos cristãos, que significa assim seja, rompeu os limites dos templos e do tempo....
continuar a ler


Comentários (1)

A capital do átimo ou o átimo da capital

Num átimo, os alísios desviam as naus com 1.500 descobridores comandados por Cabral. Num átimo, línguas portuguesas e tupis se misturam num mesmo beijo. Num átimo, a Ilha de Vera Cruz se veste de Terra de Santa Cruz que se tranveste de Brasil numa quadrilha à moda de Drummond. Num átimo, JK se sente desafiado a erguer a capital federal em pleno cerrado. Num átimo, Niemayer rabisca Brasília. Num átimo, a capital ganha as asas de um Lucio sem acento. Num átimo, os fabianos, sinhás vitórias e baleias de Graciliano Ramos se encontram com os severinos de João Cabral. Num átimo, suor e esperança na mesma argamassa da Esplanada. Num átimo, o concreto se alastra. Num átimo, malandros de contrato, gravata e capital, que nunca se dão mal. Num átimo, os poetas simétricos não rimam árvores tortas com praças de pedra. Num átimo, as flores do cerrado são colhidas nos camelôs da Catedral, onde, num átimo, encena-se um balé de anjos suspensos e propensos a milagres. Num átimo, o general Costa e Silva revira pelo avesso as bacias mais democráticas do país. Num átimo, o irmão do Henfil parte num rabo de foguete. Num átimo, gregos e troianos deixam-se levar pelo romantismo brega chick das fontes da Torre. Num átimo, estrelas salpicam e incitam e suscitam olhos candangos. Num átimo, o lago Paranoá vira praia, mar, oceano e se deixa povoar por biquinis, varinhas de bambu, jet sky, velas e barcos de néon. Num átimo, turistas se perdem no labirinto das tesourinhas. Num átimo, centenas de pessoas invadem seis pistas de piche, com tênis, cachorros, bicicletas, patins, velotróis e celebram o domingo. Num átimo, sol e lua flertam-se, olhos nos olhos, no céu esgarçado de Brasília. Num átimo, saboreia-se o churrasquinho de gato ou o frango esfumaçado das entrequadras. Num átimo, Dom Bosco é uma profecia, uma visão, um santuário. Num átimo, os fossos dos palácios se transformam em espelhos d?água. Num átimo, a torre Eiffel se transforma na Torre de TV. Num átimo, os jardins suspensos da Babilônia ganham à assinatura de Burle Marx. Num átimo, as pirâmides do Antigo Egito se transformam num templo ecumênico. Num átimo, Garrincha vira um estádio de arquibancadas tortas. Num átimo, a Catedral se transforma num feixe de trigo. Num átimo, o Paraguai cabe numa feira. Num átimo, três arcos olímpicos abraçam a terceira ponte. Num átimo, para se chegar a Villa-Lobos é só descer as escadas do Teatro Nacional. Num átimo, a Praça dos Três Poderes ganha a simbologia e a hemorragia das pombas. Num átimo, zebrinhas vermelhas cortam a cidade. Num átimo, o vocabulário ganha verbetes cartesianos: SQS 400, QL 2, CLN 115, SCS, SDN, SHLN, MI 3, SRTVS, SIA. Num átimo, Brasília se torna fria lírica úmida distante de uma forma tão atimica. Num átimo, crianças brincam debaixo do bloco. Num átimo, amoras, mangas, acerolas, goiabas e tamarindos perfumam as quadras. Num átimo, o amarelo e o roxo dos ipês roubam à cena do branco de Niemayer. Num átimo, comemora-se a primeira chuva de setembro. Num átimo, invasões de luxo e de miséria. Num átimo, a estrutura do pós-modernismo se quebra nas quebras da Estrutural. Num átimo, Glauber Rocha, Pedro Almodóvar e Frederico Fellini caminham pela Academia de Tênis. Num átimo, foliões colecionam bocas na micarecandanga. Num átimo, a W3 se transforma em L2 num grande circular. Num átimo, corpos submergem e imergem em piscinas de água mineral. Num átimo, nasce uma lei e um fora-da-lei. Num átimo, o vermelho do pau-brasil mancha o chão do Areal e as curvas do Blue Tree Alvorada. Num átimo, Ceilândia e Cinelândia se confundem. Num átimo, cidades deixam de ser satélites para serem planetas. Num átimo, alguém ama e mata em um setor, seja comercial, bancário, de hotéis, de mansões, de autarquias, de diversões ou de indústrias gráficas. Num átimo, come-se tapioca, pastel, pato no tacupi, vatapá, bombom de cupuaçu e algodão-doce na mesma feira. Num átimo, o Brasil passa a ser a capital de Brasília. Num átimo, a solidão nos cerca. Num átimo, a equação distância/ tempo se materializa e tem-se a impressão de que os alísios do Paranoá trarão a esquadra de um novo Cabral. Num átimo, novos descobridores da capital do átimo ou do átimo da capital....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

A humanidade precisa ser humana

Filhos matam os pais motivados por paixões adolescentes. Crianças brincam de mocinho e bandido lado a lado com traficantes. Negros ainda são vistos sob os olhos do preconceito. Casebres se equilibram nos morros. Mulheres continuam vítimas de um país machista. Mãos se espalham e até competem nas calçadas em busca da sobrevivência. Infelizmente, essas não são cenas vistas apenas nas telas do cinema.

Enquanto os primeiros artigos da Constituição Brasileira de 1988 defendem a igualdade de direitos para os cidadãos e o exercício da liberdade, a realidade se manifesta de outra forma. A fome e a violência são duas provas de que os sonhos dos discursos se perdem numa vida sem maquiagem. Terras a se perder de vista e uma multidão de famintos. As pessoas que brincam juntas no carnaval são as mesmas que se matam na próxima esquina. Frente ao enorme contraste social, a vida dos discursos é esquecida. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

A lenda do sabiá

Sabiá cantou lá na beira do rio. Passou água, passou flor, passou tábua de pescador... E o sorriso na boca do peixe namorador a correnteza levou. Levou pro lado de lá do mar de maré cheia. Ôo Oxumaré... Alumeia ô alumeia.

Sabiá cantou lá na beira do rio. Passou barquinho de papel, passou ingá, passou carinho de Iemanjá... E a estrela caída do céu a correnteza levou. Levou pra terra dos botos, dos brotos e das sereias. Eê rainha do mar... Entonteia.

Sabiá cantou lá na beira do rio. Passou chuva de corrupio, passou vento de assobio... E quando menina marilene chegou, uma sirene ordenou e a correnteza parou. Chegou com cabelo dourado e olhos alaranjados que até o velho sabiá, gaguejou: Eê Oxum... Vê se me ajuda a voar....
continuar a ler


Comentários (4)

Primeira   Anterior   34  35  36  37  38   Seguinte   Ultima