Daniel Campos

Prosas

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13/08/2013 - Vem vento

Vem vento, vem levar pra longe toda essa rotina. Vem vento, vem bagunçar a ordem das coisas. Vem vento, vem trazer novas inspirações. Vem vento, vem enxugar o suor. Vem vento, vem carregar as palavras para seus destinos. Vem vento, vem varrer todo desânimo. Vem vento, vem secar os olhos da tristeza escorrida. Vem vento, vem embaralhar as cartas, devolvendo graça ao jogo. Vem vento, vem rodar cataventos e moinhos. Vem vento, vem desarrumar nossos cabelos. Vem vento, vem trazer lembranças e esperanças de uma só vez....
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08/06/2014 - Vem, vem

Vem, vem pra mim, vem, vem assim, vem, vem sem demora, vem, vem a qualquer e toda hora, vem, vem sem exceção, vem, vem com esse seu jeitinho de amar de forma louca e tão devagarinho, vem, vem fazendo beicinho, vem, vem rouca de tanto gritar por dentro esse sentimento, vem, vem me tomar de vez, vem, vem dar e receber alento, vem, vem com todo afeto, vem, vem menina, vem, vem mulher, vem, vem encantada, vem, como bem quer, vem, vem maestrina do prazer, vem, vem sob nosso teto em comum, vem, vem me fazer mal algum, vem, vem enluarada, vem, vem carregada de delícias, vem, vem na inocência de sua malícia, vem, vem sem clemência pronta pra amar e amar e amar, vem, vem, não custe a chegar, vem, vem não se frustre, vem, vem toda tuti-fruti, vem, vem especial como sempre é, vem, vem angelical, vem, vem porque tem de vir, vem, vem porque não conseguirá fugir, vem, vem que eu te espero, vem, vem que eu te quero, vem, vem ser feliz me fazendo feliz como eu sempre quis, vem, vem pros meus braços, vem, vem já ouço seus passos, vem, vem se liberta, vem, vem curva e reta, vem, vem toda minha, vem, vem pra eu te corar de uma só vez princesa e rainha, vem...


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28/01/2011 - Venho vindo

Eu venho de longe, de um lugar onde o tempo esconde seus amores, suas dores. Eu venho vindo tocando a estrada como um vaqueiro toca sua boiada. Cavaleiro alado, peão apaixonado. Trago no peito o gosto de um beijo que o vento não levou. Venho vindo resistindo me iludindo perseguindo o brilho de uma estrela que ainda não apagou.

Eu venho distante, de um lugar errante onde amores e amantes não têm final feliz. Venho de uma terra onde a solidão rendeu, cresceu, criou raiz. Venho vindo sozinho, semeando sonhos tintos como vinho. A seca é brava, a lua é cheia, a cova é rasa e a paixão, serpenteia....
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30/04/2016 - Vento da montanha

Sopra o vento da montanha tamanha pelos vales do desassossego. São tantas criaturas correndo, por amor e por medo. O vento vai calando, vai cortando, vai embalando corpos que guardam diferentes reservas de vida. O tempo que abre é o mesmo que fecha as feridas. Sopra o vento da montanha por uma gente estranha que se estranha. Sopra o vento abrindo estradas, picadas, pegadas por um tempo concreto e abstrato. São lembranças, são saudades, são esperanças de todas as idades, são essas e outras realidades, são lambanças num mesmo destino. O vento sopra menino, o vento brisa menina, o vento dobra a esquina. Sopra o vento da montanha, ninguém perde ninguém ganha, apenas se vive, se sobrevive, se revive o que já é. O que já é foi e será. Pode ser diferente, pode mudar, pode ficar tudo de pernas pro ar quando ventar. Mas isso depende de como você vai receber esse ar, esse movimento, esse sentimento dinâmico que é a existência. Sopra o vento da montanha e assanha uma nova consciência na sua velha inconsciência. ...
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26/05/2011 - Vento de maio

O vento finado de abril vem lá do fundo do mundo, meio sem cor meio sem graça, descontente de amor, desacreditado da paixão. Vem frio e vazio, dobrando o horizonte, fustigando o chão. Vem raivoso querendo fazer tempestade, vem vento odioso querendo varrer da terra a saudade. Vem cortando de tristeza quem ama. Vem com fama de violento, levando cabra valente pra debaixo da cama. Vem vento agourento, apagando da fé a chama.

No entanto, conquanto, pra mó do espanto, quando encontra a flor de maio, aquieta-se entre os seus espinhos e tinge-se de vermelho, de rosa, de salmão, de champanhe, de branco. No branco dos véus das noivas que caminham pelos tapetes das igrejas de maio. O vento brabo fica manso, vira brisa nas bocas que trocam seguidos eu te amos. Deixa de ventar e começa a soprar um sopro divino, que dá alívio e criação à civilização da ventania. ...
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07/05/2014 - Vento virou

Vento virou, maré encheu, olho vazou e quem sou eu? Êe tempo bom, êe coração rei, êe amor se tornou lei e eu ainda não sei. Sobe para lá, acode de cá, o que pode e o que não pode eu ainda hei de descobrir daqui para ali. Por hora, sorri porque sorrir é o anti-ferir, o desproibir, o não cair na cilada que sempre está por vir. Ah! Que tudo passe a ser como deveria ter sido, como fora escrito no mito de nossas existências. Viva deixando que as penitências sejam carregadas pela ventania. Aplauda o cortejo da fantasia que vem vindo aos olhos do que não se vê. Êe volta pro seu lugar sem volta. Êe não se brinca com o verbo amar. E quem brincar vai doer, vai sofrer, vai se perder da felicidade. A deusa dos ventos já disse que o corte do chicote de que quem fere o que mora no peito não tem remédio nem jeito. Cuidado, amor que é amor não passa ao lado. Deixa de luta e escuta o que diz a mudança do vento. Vento virou, lua balançou, mar atiçou, árvore caiu, fogo frigiu, estrada fechou, caminho novo se abriu.


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30/04/2011 - Verdades e mentiras

A vida é feita de verdades e mentiras. Toda história tem um pé na realidade e outro na ficção. Há sempre uma verdade por detrás de uma mentira e vice-versa. A serpente mentiu para Eva que mentiu para Adão que mentiu para Deus que nunca mentiu. Ou mentiu? Corruptos e santos se igualam na mentira. Algumas mentiras são maiores, perversas, outras são pequenas e sutis, mas todas são mentiras. A minha verdade é a sua mentira. E a sua mentira é a verdade de quem?

A verdade está no reflexo ou no fundo do espelho? Tudo é uma questão de ponto de vista, de saber enxergar, de valores. A dor e a fraqueza habitam a mentira tanto quanto a dor e a coragem forjam a verdade. A dor está sempre presente. A dor de contar ou ouvir a mentira, a dor de contar ou descobrir a verdade. Elas coexistem. Afinal, para que haja verdade é preciso que haja mentira. Quem nasceu primeiro: o ovo da verdade ou a galinha da mentira? ...
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28/09/2015 - Verdades não ditas

Bicho do mato não pode sair do mato senão bicho não se responsabiliza por seus atos. Saudade comprida vai até onde a gente encomprida. Se a onça não tem pinta não é a gente que vai pintar. Tem mais sabiá cantando do que chorando e isso é bom de imitar. Tudo que é de se querer sem ver é de coração. Nem sempre o que embala o sono é uma canção. Se fossem de néon as estrelas dançariam de tão leves e durariam mais do que o universo se atreve. Se saudade valesse algo de verdade não ia faltar frete.


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Versos tatuados

Não sabia as horas, tampouco a data. Sabia apenas que o céu, como se de luto, cobria-se de negro e que aquele era o melhor momento para encontrá-la. A mulher, de sorriso leve, pouco a pouco, tornava-se mais a vontade diante dos olhares de algas marinhas que lhe olhavam do espelho. A cada novo encontro, o sorriso parecia mais leve e os olhares mais surpresos.

Na beira do cais, nos campos de girassóis, na rua mais famosa da cidade, num quarto escuro... Não havia lugar certo para se dar o encontro. Depois de quebrar todos os relógios e rasgar todos os calendários, ninguém mais tinha consciência se ela se atrasava ou não... Eu, uma embarcação a deriva no tempo, apenas navegava em suas ondas. Ela, o próprio tempo....
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24/12/2008 - Véspera de um novo tempo

Hoje é o último dia em que Maria leva um novo tempo em sua barriga. A partir de amanhã, este novo tempo estará entregue aos braços do mundo. Hoje, Maria já sente as dores do parto. Nove meses depois da vinda do anjo anunciador, a jovem já se prepara para levar esse novo tempo no colo. Hoje é o dia em que as sombras do reinado de Herodes e a estrela de Belém se entreolham, preparando o confronto entre a luz e a escuridão.

É véspera de o ventre de Maria dar à luz um deus humano. É véspera de toda humanidade ter um deus que chora, que mama, que dorme. É véspera da peregrinação de um deus feito de carne. É véspera dos anjos cantarem no céu. É véspera dos pastores se ajoelharem ao menino. É véspera de um novo tempo nascer em uma manjedoura. É véspera dos magos do Oriente partirem em jornada. É véspera de um tempo de ouro, incenso e mirra. ...
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