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Encontrados 148 textos. Exibindo página 6 de 15.
Démodé
Se a moda for sair às ruas com sorrisos quase contínuos
Em abraços que se multiplicam a cada esquina
Em juramentos que se desfazem na menor porção de tempo
Não seria démodé fazer o caminho inverso
Ficar junto aos braços da solidão
Com a sensação de que tudo, por mais alegre, é triste
Quando esse caminho tende ao outro
Que não se encontra
No começo, no meio ou no final
De sua ponta.

04/06/2014 -
Depois da chuva
Corpo
Molhado
Espírito
Encharcado
Pele úmida
Vertendo
Chuvas
E ventanias
Pelas curvas
Dos olhos
Caudalosos
Paixão
Turva
Frio e
Friagem
Movendo
Tempos dolosos
Coração
Sem aragem
Chovendo
Saudade
Ah!
Vem me secar
Me esquentar
Me incendiar
Com suas mãos
Que me cobrem
Com sua língua
Que me sorve
Com suas pernas...
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Depois de amanhã
Depois de amanhã
Traga seu leque de queixas
Depois de amanhã
Venha com ares de gueixas
Depois de amanhã
Reescreva as palavras já lidas
Depois de amanhã
Não vamos falar das nossas vidas
Depois de amanhã
Trarei o seu mundo sem conhecê-lo
Depois de amanhã
Quero o mesmo drinque sem gelo
Depois de amanhã
Os segredos serão confessáveis
Depois de amanhã
Quem sabe, seremos amáveis
Depois de amanhã
Que nos relógios não haja atrasos...
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22/03/2014 -
Des-pedida
Despedida
Como o nome diz
É o avesso da pedida
É o que não se pede
É o que não se quer
É o que se perde
Sem perder
É nó cego no ser feliz
É dor anunciada
É faca amolada
É o brilho vazio
Refletido numa colher
É o desvario
Que chora
Verbalmente
Ou silenciosamente
Por acenos de mãos
Beijos lançados ao ar
Desenhos de corações
Amor jurados a deus dará
Pedidos de não esquecer...
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Desabafo
Tento
Mas nessa ânsia
De viver
Não posso entender
Essa distância
Toda. Tudo mudou
Mas eu sou
A mesma criatura
Carne e sentimento
Essa coisa pura
Que você achou
Da primeira
À última vez...
Ah! Talvez
Seja loucura
Mas ainda converso
Com nossas conversas
E me relato
Às estrelas
Que eu não sei se vê.
Vê? Grito
Provoco
Sufoco
E desabafo
No colo da saudade...
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Desabrocha
Antes de colocar biquíni
E se deitar com o sol
Em uma esteira de vime
Vá
Para dentro de você
E quebre as últimas castanhas
Do inverno.

Desalmada
Arda
Calada
O teu amor
Que logo
A tua busca
Vou
Eu sou teu nada
És meu tudo
Sou a estrada
Do teu mundo
És minha ladra
Sou teu criado-mudo.
A estrela
Já raiou no horizonte
Da tua boca
E a minha alma
Já a quer
Desalmada
E sem roupa.

12/01/2015 -
Descabida
Você me desgoverna
Escapole pelas mãos
Entorta minhas pernas
Faz-me bambear lá e cá
Enquanto voa feito sabiá
Sobre meus olhos sãos
Perto de ti o mundo gira
Falta chão, sobra loucura
E ainda me pede uma lira
Numa provação sem cura
Sem medida e descabida .

Descalça
Os pés descalços
Abandonados
Sobre a flor da terra
Os pés que se queimam
Na terra quente
Os pés que se tingem
No vermelho
Os pés que repousam
Sobre tanta solidão
Os pés com medo
De tantos segredos
Que são arquitetados
Pelo silêncio do vento.
A terra trincada
Na seca tão áspera
Tão cálida
É a mesma terra
Que afoga os pés
Na água que brota
Que cai
Que escorre...
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Descoberta
Antes que o amanhã cresça
Vou sair em busca de caminhos ainda não traçados
E vasculhar cada centímetro quadrado, redondo, triangular
Até encontrar uma falha geográfica
Que se estenda feito uma rua
Uma rua sem letreiros nem turistas
Uma rua que de tão tímida se esconde de si própria
E se faz estreita e torta
Tamanha a vergonha de se mostrar
Uma rua sem calçadas e sem asfalto
Uma rua feita de restos de pedra
Que o vento leste carregou ao longo da vida...
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