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Encontrados 112 textos. Exibindo página 9 de 12.
11/07/2015 -
Viva você
É preciso deixar de fazer tantas coisas inúteis. Deixar de doar o melhor do seu tempo a essas pessoas fúteis. Dar um basta na produção para viver o teor do seu canto de sublimação. E o meu canto é o encanto da imaginação. Imagina uma nova realidade. Imagina a cidade sem a cidade. Imagina que possa voar e voa. Permita-se estar à toa. É preciso viver fora da ordem. Não deixa que eles lhe podem. Busque você em você. Olhe pra dentro. O que é que você vê? Crê em sentimento? Se não crê passe a crer e a viver de dentro pra fora. Tira o melhor do seu tudo e dá ao mundo. Ria. Chora. Pia. Cora. Do jeito mais profundo sem ajeito mas no feito que vai fundo. Deixa de ser rente. Larga de ser gente. Faça a semente que é você vir a furo. Seja você no seu teor mais puro. Não faça ou desfaça sua vida pelos seus vizinhos. Cada um que siga os seus caminhos.
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31/01/2014 -
Viva-me
Viva os meus olhos. Viva a minha temperatura. Viva o meu nome, a minha nomenclatura, em todos meus signos, significantes e significados. Viva a minha boca, do beijo ao sorriso e vice-versa. Viva as minhas luzes e as minhas penumbras. Viva o meu perfume, o meu cheiro, a minha fragrância. Viva a minha loucura. Viva o meu caminho. Viva a minha crença, dos humanos aos deuses. Viva o meu corpo. Viva a minha cabeça. Viva a minha sina. Viva a minha coloração. Viva o meu sentido e a minha direção. Viva minhas entradas e saídas. Viva meu cenário particular. Viva a minha roupa. Viva a minha pele. Viva a minha sorte. Viva o meu avesso. Viva a minha missão. Viva o meu continente e os meus arquipélagos. Viva o meu entardecer. Viva o meu propósito. Viva os meus planos, as minhas expectativas, as minhas ideias. Viva a minha cama. Viva a minha postura. Viva a minha trilha sonora. Viva os meus saltos, voos e mergulhos. Viva o meu código natural. Viva a minha lei. Viva a minha falta de medida, de limite, de medo. Viva a minha prosa. Viva o meu quadro artístico, clínico... Viva o meu tempo. Viva a minha emoção. Viva-me.
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12/04/2011 -
Viveiro da tristeza
Pare! Pare de pensar, de ler, de jogar, de cantar, de querer e de tudo o mais que faça ou possa vir a fazer neste e nos próximos instantes e atente-se para a tristeza da mulher que floresce tão linda e desesperada como flor no inverno. Seu olhar luminoso e triste, como uma gema de opala, nasce entre o espanto e o encanto com uma desenvoltura capaz de acabar de pronto com a pequenez do cotidiano. Diante dos olhos tristes da mulher que não existe além da própria insensatez a cidade se alvoroça e tudo se coça e se roça. ...
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16/03/2014 -
Viver com gosto
O gosto pela vida, talvez essa seja o maior legado de meu avô, que há quatro anos foi em busca de outras vidas. Uma pessoa que fazia tudo com um prazer imenso. Seu serviço, por mais pesado que fosse, o fazia leve. Nada era capaz de lhe arrancar o otimismo, a certeza de que tudo mais dia menos dia daria certo. Era só questão de esperar. Mas ele nunca foi de cruzar os braços, sempre buscou o que quis com garra e com paixão. Sim, meu avô era a tradução mais próxima do lutador e era um apaixonado convicto. ...
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28/07/2016 -
Viver com você
Viver com você é conhecer o êxtase a cada segundo. Seja o êxtase da paz ou da ebulição, pois você me leva aos dois extremos e, muitas vezes, essas viagens se dão ao mesmo instante. Viver com você é viajar pelo mundo, pelo espaço, pelo infinito sem sair do lugar, pois seus olhos têm um mistério de teletransporte difícil de explicar, mas tão fácil de se entregar. Não há como não se encantar, como não se deliciar, como não quer mais e mais viver com você.
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14/10/2009 -
Viver em cidade grande
Viver em cidade grande é ser tragado por um mar de gente. A toda momento você quer encontrar e fugir de pessoas. O telefone que chama é o mesmo que dá ocupado e que não quer lhe atender. Há sempre uma espera e uma vontade de correr. De correr mundo. Por todo lugar há um exército de pessoas com rostos diferentes, mas com a mesma falta de nome, de identidade, de sentimento formando um imenso rolo compressor. Na primeira desatenção, tal rolo esmaga os seus sonhos. E esmagados, os sonhos não são nada mais do que piche. ...
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Comentários (6)
08/12/2012 -
Vivo Oxóssi
Eu sigo os passos de Oxóssi pelas matas. Eu vivo o verde. Eu me dou, eu sou, eu tenho sedo do verde, do verde de Oxóssi. Vou pelas suas flechas que são como fragatas riscando o horizonte. Salve Oxóssi e suas princesas das cascatas. Salve seus caboclos que pintam de verde a lua de prata. Salve Oxóssi dos pretos velhos dos sorrisos brancos como nata. Salve o senhor das mesas fartas. Salve o senhor das minhas cartas. Salve Oxóssi, o senhor das minhas marcas.
Eu sigo os passos de Oxóssi pelas capoeiras. Eu sigo cavaleiros da lança verde. Eu sigo os guias verdes das cachoeiras. Eu sou das fileiras de Oxóssi, com muito gosto e axé. Sou a flecha e o arco na mesma madeira, sou Oxóssi de quinta a quinta feira. Sou do reino verde, do reino das aves, das naves, dos rios, dos pios, dos cantos, dos encantos, dos frutos, dos muitos, das chuvas, das curvas, dos fortes, de Oxóssi......
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30/05/2016 -
Vivo para saber
Eu não sei como você vai aparecer. Não sei como vai reagir. Não sei o que vai vestir, o que vai dizer. Se vai sorrir, se vai correr. Não sei como vai me receber. Não sei se virá para mim ou de mim. Não sei o que vai pensar, imaginar, sonhar quando me ver. Não sei com que cor vai me tingir, com que textura vai me tocar, se vai dizer que é hora de pousar ou de partir. Não sei como tudo vai se encaminhar. Não sei se o roteiro vai ser cumprido da forma como pensei, imaginei, sonhei. Não sei se vai me provocar ou nem vai se importar com a minha presença. Não sei qual vai ser a sua sentença. Não sei se vai se abrir ou se fechar, rugir ou silenciar, cair ou levitar. Não sei se vai ter coração ou solidão, se vai ter contentamento ou lamento, se vai me chamar ou me expulsar. Não sei se vai se entregar ou se despetalar se deixando levar pelo vento lacaio findando maio.
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15/02/2014 -
Voa pro ninho
A mulher amada é como pássaro tão frágil quão forte num equilíbrio que permite estar e não estar no chão ao mesmo tempo. O movimento de suas asas interfere diretamente nos fluxos de pensamento e sentimento num campo a perder de vista. Ela chega cantando mesmo com a boca fechada, pois seu corpo canta por si só. Canta uma felicidade incomum. Canta uma esperança que não se prende. Canta uma paixão que, de fato, existe.
Mesmo que ao meio de tantas outras mulheres, numa arrevoada imensa, a mulher amada se vai ou chega única, reinando absoluta nos olhos de quem acompanha o seu voo. É como se estivesse sempre em busca da alegria do verão sem deixar de aproveitar a necessidade de calor a ser trocado no inverno. E, com olhos de outono, é primavera do amor entre suas tantas cores e perfumes. Diante da mulher amada, sou ninho. Simplesmente ninho, nada mais.
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19/01/2014 -
Voar-me-ia
Se fora da minha realidade poética asas eu realmente tivesse, voaria para um mundo distante. O mundo dos pássaros que morrem no inverno e renascem no verão. O mundo dos que se entregaram à lua. O mundo dos amores sobre-humanos. Voar para longe dos limites do tempo e de suas leis. Voar sem se preocupar com fôlego. Voar pela chuva e por sobre as nuvens. Um voo sem volta. Um voo sem avisos. Um voo com destino, mas sem trajeto definido. Voar para uma estrela. Voar para um conto. Voar para a origem de tudo. Voaria sobre as árvores que nos cobriram. Voaria sobre o chão batido que nos faltou. Voaria sobre as porteiras que deixamos entreabertas. Um voo impossível, mas possível. Um voo afoito. Um voo à flor da pele. Voaria sem escala. Voaria sem bagagem. Voaria de peito aberto. Um voo mais poético do que atlético. Um voo puramente magnético. Um voo químico. Voaria pela vermelhidão pintada no fundo dos céus. Voaria numa trilha sonora com aroma. Voaria para os olhos que nunca saíram dos meus.
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