Daniel Campos

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19/01/2014 - Voar-me-ia

Se fora da minha realidade poética asas eu realmente tivesse, voaria para um mundo distante. O mundo dos pássaros que morrem no inverno e renascem no verão. O mundo dos que se entregaram à lua. O mundo dos amores sobre-humanos. Voar para longe dos limites do tempo e de suas leis. Voar sem se preocupar com fôlego. Voar pela chuva e por sobre as nuvens. Um voo sem volta. Um voo sem avisos. Um voo com destino, mas sem trajeto definido. Voar para uma estrela. Voar para um conto. Voar para a origem de tudo. Voaria sobre as árvores que nos cobriram. Voaria sobre o chão batido que nos faltou. Voaria sobre as porteiras que deixamos entreabertas. Um voo impossível, mas possível. Um voo afoito. Um voo à flor da pele. Voaria sem escala. Voaria sem bagagem. Voaria de peito aberto. Um voo mais poético do que atlético. Um voo puramente magnético. Um voo químico. Voaria pela vermelhidão pintada no fundo dos céus. Voaria numa trilha sonora com aroma. Voaria para os olhos que nunca saíram dos meus.


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