Daniel Campos

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Encontrados 261 textos. Exibindo página 22 de 27.

11/04/2013 - Sobre a dor

Dói o tempo que sobra para não doer. Dói essa felicidade incompleta. Dói esse medo de viver. Dói, o nó da rotina dói. Dói a sina de enterrar tantos sonhos. Dói a falta de oportunidade. Dói o que não deu certo. Dói o que não era para ser. Dói a quebra da ilusão. Dói o silêncio doido. Dói o que nos é proibido. Dói o que nos foi vencido.

Dói a guerra que não cessa. Dói o remendo do coração. Dói a sombra que ronda. Dói a fiada do destino. Dói o olhar fundo, dói. Dói o parto da fantasia. Dói a saudade incontida. Dói a estrada do desencontro. Dói o susto da realidade. Dói o pesadelo não desvendado. Dói a construção descontruída. Dói o adeus anunciado....
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24/09/2011 - Sobre a saudade

Há momentos na vida em que todo mundo precisa de uma saudade. Não qualquer saudade. Uma saudade boa, capaz de dar textura ou engrossar o tempo presente. Porque muitas vezes o presente não dá ponto de jeito algum. Uma saudade que não interfira no paladar essencial e atual da vida, mas que realce o sabor vivido. Até um tempo atrás, a saudade era sinônimo de sofrimento, de tristeza, de insegurança. Agora, a saudade é como aquele toque do chef. Chega para acrescentar positivamente falando, para tornar mágico o prato do cotidiano. ...
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14/06/2012 - Sobre o arrependimento

A vida é curta demais para ficarmos nos arrependendo. De nada contribui para a nossa felicidade nos prendermos a uma lista de arrependimentos. Remoer acontecimentos ou sentimentos não nos leva a lugar algum. O arrependimento, por si só, é tóxico, faz mal ao nosso corpo físico e ao nosso espírito. Precisamos tocar a vida como o boiadeiro toca sua boiada, sempre em frente. Devemos ter a sabedoria de deixar nossos erros cometidos por atos ou omissões pelo caminho. Precisamos nos desprender das nossas falhas, das nossas faltas, das nossas imperfeições para que possamos nos entregar, por completo, à felicidade. O arrependimento nos subtrai, nos desgarra, nos aborta de nós mesmos. Não há nada mais inútil do que tentar mudar o passado....
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19/10/2008 - Sobressalto sem pára-quedas

O avião se preparava para correr asfalto. O trem de pouso se esticava na lentidão dos braços e pernas daquela mulher, que dormiu durante mais de três horas de vôo. Conheceria uma cidade nova, uma gente nova, um clima novo, mas só pensava mesmo no velho amigo que morava por ali. Será que ele já chegou? Será que ele vem mesmo me buscar? Será que ele vai gostar de mim? Mais de dez anos sem se ver e, quiçá, se falar, aquele possível encontro havia sido mais do que provocado. Não imaginou outra coisa nas últimas semanas. E como essas semanas demoraram a passar......
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03/03/2011 - Sobrevivendo

De mãos amarradas e boca amordaçada. De palavras silenciadas e sonhos amputados. De olhos vendados e digitais apagadas. De identidades violadas e pensamentos negados. De desejos esquecidos e olhares banidos.

É assim que vou pela estrada afora, tropeçando em ideais e fugindo da autodestruição. Vou perseguido, caçado, procurado. Vou molestado, acuado, açoitado. Vou ferido, banido, entristecido. Vou mesmo em pé caído.

Já perdi a conta de quantos golpes sofri, de quantas maneiras sofri, de quantas vidas não vivi. Já perdi a noção das torturas, das repressões, dos calabocas que ganhei. Já perdi a voz, a força, o ânimo. Já perdi a oportunidade de perder. ...
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21/11/2008 - Sofrendo enfarte ou fazendo arte

Amo amar-te e adorar-te, seja em Sartre ou em Marte, sofrendo enfarte ou fazendo arte. Amo amar e deixar esse sentimento azul me levar ao vento sul, como que querendo chegar a algum lugar, a algum altar, a algum patamar do coração onde ninguém insista no não, tampouco exista solidão. Amo amar de me querer ao teu lado por todo instante, sem pressa, sem promessa, sem flecha, mas com Eça e Di Cavalcanti. Cante, espante e siga avante neste amor a Vinícius de Moraes, que ora é amor ora é amor demais. ...
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02/04/2015 - Sofrimento transcendental

Semana Santa não tem como não ter aquela levada de tristeza. O que o vento da Sagrada Paixão toca vira dor. O tempo ganha um silêncio natural. O céu fica encoberto, mesmo em dias ensolarados. A cor da vida sai de cena um pouco, deixando tudo mais desbotado. A cidade se aquieta. O peito fica cheio de nós. A beleza nasce doída da angústia. Até os animais mudam de comportamento, ficando cabisbaixos. Mais de dois mil anos depois as feridas ainda sangram, os pontos arrebentam e uma sensação de culpa cobre a nós todos. A dor é latente quarta, quinta, sexta-feira... E vem uma ausência, uma falta de não se sabe o quê, uma saudade indefinida. Há soldados romanos marchando por todos os lados, fora e dentro de nós. Há traições e negações de onde menos se espera. Todas as estradas da Semana Santa parecem levar ao Calvário. As nuvens chegam a chorar uma chuva fina. É como se os senhores das trevas andassem sem medo algum pelo mundo de meu Deus. Uma semana que demora a passar. Vamos queimando como velas. Provações à parte, cabe a nós, filhos do tempo, manipularmos todo esse sofrimento transcendental transformando-o num amor incondicional. ...
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29/05/2012 - Sol azul

Arrebentou um novo tempo. Raiou o sol azul. Um sol que canta e se agiganta. Um sol que não vai embora, nem mesmo diante da lua escarlate. Um sol que morde, um sol que beija, um sol que late. Um sol submerso em solidão. Um sol sem medo, que não é tarde nem cedo. Um sol lírico, sinfônico, harmônico. Um sol cego e que cega de desejo. O sol azul não tem direção, ilumina lá e cá sem distinção. O sol azul não é um astro, mas um pássaro. Tem asas, mas gosta de viver empoleirado nos olhos de quem o fita. O sol azul, debaixo das suas penugens de fogo, palpita....
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02/06/2011 - Sol de outono

O sol de outono desce numa mistura de luz e sombra, de calor e frio, de seca e chuva. Um sol mesclado como aquela casquinha mista de chocolate e baunilha. Um sol de saudade, de ausência, de um tempo que ficou. Um sol de desejo, que provoca um ardor de dentro pra fora. Um sol que, tão velho quanto o mundo, permanece soberano e invejado por muitos astros e estrelas. Isso porque ele se alimenta do fogo das paixões humanas. E no outono, essas paixões, entre o calor e inverno, vivem um tempo de transição de formas e frequências. Por isso o sol de outono oscila, chegando a piscar como um vagalume. ...
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30/08/2008 - Sol negro

As crianças, diante de uma caixa com lápis-de-cor sortida, pintam o sol de amarelo, de vermelho, de laranja. No entanto, um menino, não muito distante daqui, só colore o astro-rei com o lápis preto. Ao lado de casinhas com telhados avermelhados, de árvores verdes, de céus azuis, o sol é negro. E isso vale para todos seus desenhos. Sem exceção! Mas por quê? Será que ele não enxerga direto? Será que ele tinha algum tipo de daltonismo? Será que ele não regulava bem da cachola?

Acreditava-se que ele tinha guardado nos porões do seu inconsciente a imagem de um eclipse solar. E os pais acreditavam que o alinhamento entre terra, lua e sol era o responsável por aquele sol da escuridão. Se bem que a avó, cega de religião, não gostava nada daqueles desenhos e vivia a dizer que o menino era das trevas. Afinal, onde já se viu pintar o sol de preto. Um símbolo de luz não poderia ser tomado pela escuridão. Sem se conformar com a situação, a velha já havia dado uns bons beliscões no neto por causa disso. ...
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