Daniel Campos

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Encontrados 261 textos. Exibindo página 24 de 27.

22/03/2016 - Sonho é sonho

Sonhar é fundamental, porém é preciso ter muito cuidado com o sonho. O sonho existe para nos inspirar nas horas mais difíceis, motivar nossos passos e construções, alimentar nossas almas, pois nem só de pão vive o homem. Porém, temos, no egoísmo, na ganância, na falta de limites da nossa humanidade, a equivocada impressão de que devemos fazer de tudo para transformar um sonho em realidade. No entanto, um sonho deve ser apenas um sonho. Tentar, a qualquer custo, concretizar um sonho implica em uma série de riscos fazendo do sonho um pesadelo. Portanto, tenha consciência de que há amores, projetos, trabalhos que devem continuar existindo para sempre enquanto sonho, cumprindo esse papel em nossa trajetória de inspirar, motivar, alimentar nossas almas. Ao alterar a natureza do sonho, que foi feito para ser sonho, querendo que ele exista de outra forma e em outro meio, causamos distorções, deturpações, reconfigurações no DNA do que sonhamos, de modo que o que se vive a partir de então não é o que um dia se sonhou. E daí não adianta correr ou se arrepender, tampouco culpar o sonho, pois o sonho deixou de existir quando você o tirou da concepção de sonho, abstrato em sua concretude, para torná-lo concreto em sua mais completa abstração.


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04/06/2016 - Sonho?

Nesta noite, no meu sonho, apareceu linda. Vestia roupas delicadas e leves. Sempre disse e repito, fica muito bem de branco. O cabelo, no mesmo tom, como um sol iluminava o seu rosto. E seus olhos como folhas recém-nascidas de árvores, num verde novo. Estava serena. O sorriso abundante, mas sem exageros. E me falava com toda verdade o que eu sempre quis ouvir.

Estávamos no meio de tantas pessoas, mas era como se existisse só nós dois. Conversamos com olhares, falas, gestos e saímos de mãos dadas. Combinamos tantas coisas. Planos que já começaram a ser feitos naquele momento mesmo. Quando nos abraçamos tive a certeza de que éramos apenas um. Como você sempre falou, nossa história é bem mais antiga. ...
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06/11/2010 - Sonhos à venda

Quem quer vender um pouco de sonho quem quer vender? Estou aberto à negociação. Quanto custa seu sonho? Será que eu posso pagar? Você aceita fiado, vale refeição, um trocado? Quem quer vender um pouco de sonho quem quer vender? Estou disposto a sonhar seus sonhos, pode ser? Quer me dá-los de coração ou, parcelados no cartão ou será que preciso pechinchar para levar esses sonhos. Quem quer vender, quem quer?

Quem quer vender um sonho real ou de ficção, quem quer vender? Pode ser sonho grande ou compacto, breve ou eterno, possível ou impossível. Eu aceito sonhos de todas as medidas, todas as cores, todos os modelos. Quem quer vender um pouco de sonho quem quer vender? Vamos, façam suas ofertas. Vamos, porque eu tenho metas de levar um caminhão de sonhos pra casa até o fim do dia. Quem quer vender? Pode vender......
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06/06/2008 - Sonhos adormecidos

A caminho do trabalho, uma vontade incontrolável de soltar pipa. Estava no meio de uma cidade grande, de terno e gravata, com pasta na mão, a poucos minutos de uma reunião com investidores chineses. Do seu lado direito, com uma lata de alumínio na mão, daquelas de leite ninho, um menino de rua empinava pipa, papagaio, maranhão por entre os fios dos postes e as copas das árvores. Mais do que nunca, ele se sentia tentado. Não sabe de onde veio a inspiração, mas era algo forte e urgente. O desejo era intenso a ponto de desconcertá-lo. E olha que eram poucas as coisas que o tiravam do sério....
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Sonhos bandidos

Um céu azul, quase sem nuvens, azul de todo azul, e um sol que brilha nas piscinas. Árvores rechonchudas, flores nos jardins, cadeiras nas calçadas. Vestidos, paletós, lenços. Cabelos soltos no ar. Pássaros cantando nas janelas. Palácios. Crianças brincando nas praças. Sorrisos, muitos sorrisos. O mundo a passar com suas cantorias, zonzo de felicidade.

Vamos leitor, acorde!!! Não se deixe hipnotizar. É assim que querem que vejamos o mundo. Um filme "água com açúcar". Ops! Não se esqueça que a produção "A Vida é Bela" desbancou "Central do Brasil". Os olhos em carne viva de Fernanda Montenegro... e preferiram o sorriso palhaço. Acorde! Vamos ver por detrás das cortinas dessa vida que nos querem dar. ...
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Sonhos de padaria

Ela sumia durante a noite. Ninguém a encontrava. Nem na casa de fundo onde morava, nem nos dois celulares que levava consigo, nem na padaria onde sempre passava e tomava um café e comia um sonho, como se essa fosse a sua maior travessura. Não era de aprontar, tampouco de quebrar sua rotina. Nunca roubou, nunca mentiu, nunca blasfemou, nunca matou, nunca desonrou,..., nunca quebrou os dez mandamentos. E também não se dava ao desfrute quando se tratava de pecados capitais. Ira, inveja, luxúria ficavam fora de seu cotidiano. E aquele café com sonho na padaria não poderia ser considerado desejo, tampouco gula. Era apenas cotidiano....
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16/10/2011 - Sons da noite

Quando a noite cai, sussurros e urros chegam cegos aos nossos ouvidos. Mensagens urgentes trançam pernas no escuro, tropeçam em declarações antigas. Tudo se mistura, tudo se confunde e se funde na noite escura. São tantos sons se procriando na noite. São gemidos abraçados, versos alados, refrões casados, vozes do presente, do futuro e do passado no mesmo espaço. Sons cardíacos, viscerais, animais. Sons que atravessam paredes, corpos, dimensões.

Quando tudo se aquieta, a noite cai em sinfonia. O que a noite toca, vira música. As rezadeiras cochicham orações. Até mesmo a lua chega a cantar em vibrações que só alcançam os mais apaixonados ouvidos. São grilos, besouros, corujas, pirilampos, ratos e outras criaturas se expressando verbalmente, cada qual a sua maneira. Isso sem falar das almas penadas que ao contrário de arrastar correntes, colocam a conversa em dia. Durante a noite, as línguas se amam sonoramente. ...
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14/10/2011 - Sopro de mulher

A mulher amada é como o vento que sopra sobre a cidade. Ora acalanta ora destrói o mundo alheio, quando não até o próprio. É um vento carregado de anteontem querendo, a todo custo, alcançar o futuro nem que para isso precise passar por nós ou nos levar com ela, em seus redemoinhos. Ora traz chuva ora alimenta o fogo ora seca o orvalho. Ninguém sabe que hora vai chegar ou que hora vai partir. Ora é uma rajada fria ora um alimento quente.

A única certeza é de que ninguém a prende entre os dedos ou num quarto escuro. Ela sempre parte à solta. Cavalga por nuvens ou pelo éter do infinito. É contínua. Quando quer traz ciscos aos olhos ou os enxuga de qualquer lágrima. Carrega luas, balões, polens e poeiras em seus braços. Passa entre espinhos sem se machucar. Entra em todos os ambientes, espalha todos os segredos, semeia os mais variados perfumes e uma leva de desastres. ...
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14/07/2010 - Sopros do tempo

Muitos de meus textos nasceram ao som de um trompete, de um saxofone, de um clarinete. Foi como se a inspiração se manifestasse por meio de sopros. Lembro de passar longas horas em meu quarto ouvindo parte da coleção de discos de meu pai. Aqueles álbuns dedicados à música brasileira instrumental sempre me provocaram. Muito do que escrevi, naquelas ocasiões, foi no sentido de preencher aquela falta de voz. Saindo do meu quarto e ganhando o mundo, o vento me soprava canções de sax, a chuva caia dedilhada no braço de um violão e a estrada se alongava em feitio de um solo de piston....
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31/08/2008 - Sorrio

No silêncio dos homens, no ventre da mata fechada, no brotar de um destino, sou nascente, sou rio. E querendo descobrir novos mundos, novos caminhos, novos povos, escorro corrente nas águas da minha cabeceira. Não podendo ficar parado, corro por entre montanhas, colinas, chapadas, florestas... Sou tocado pelas folhas das árvores que caem sobre minhas costas, pela língua dos animais que me tomam para si e pelas mãos humanas que me levam para longe, para longe de mim.

Do casamento do leito com a minha vazão, vão nascendo peixes, plantas, algas... Eu que era transparente quando nasci, vou correndo azulado, esverdeado, enlameado por uma estrada sinuosa. O meu correr guarda os mistérios do boto, o canto da iara e a vitória mais régia que já existiu. As crianças vêm brincar em mim, com suas bolas e bóias coloridas. Enquanto os homens me bebem vou apreendendo os costumes de cada povoado por onde passo. Sei falar muitas línguas, sei de muitas histórias, sei de muitos amores....
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