Daniel Campos

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11/04/2013 - Sobre a dor

Dói o tempo que sobra para não doer. Dói essa felicidade incompleta. Dói esse medo de viver. Dói, o nó da rotina dói. Dói a sina de enterrar tantos sonhos. Dói a falta de oportunidade. Dói o que não deu certo. Dói o que não era para ser. Dói a quebra da ilusão. Dói o silêncio doido. Dói o que nos é proibido. Dói o que nos foi vencido.

Dói a guerra que não cessa. Dói o remendo do coração. Dói a sombra que ronda. Dói a fiada do destino. Dói o olhar fundo, dói. Dói o parto da fantasia. Dói a saudade incontida. Dói a estrada do desencontro. Dói o susto da realidade. Dói o pesadelo não desvendado. Dói a construção descontruída. Dói o adeus anunciado.

Dói a primavera sem flores. Dói o voo interrompido. Dói a moda que não pega. Dói a chama que não queima, dói. Dói a acidez da brincadeira. Dói a bebida não brindada. Dói o avesso do eu. Dói o sol do mundo. Dói o pecado do anjo. Dói o amor incompreendido. Dói o ciúme da solidão. Dói o sorriso censurado. Dói a dor não sentida.


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