Daniel Campos

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Encontrados 97 textos. Exibindo página 7 de 10.

18/02/2012 - Quero mais! Mais!

Como Tim, quero mais grave! Mais agudo! Mais eco! Mais retorno! Mais tudo! Como João Gilberto, quero mais silêncio! Mais barquinhos! Mais hó-bá-lá-lá-lá! Como Tom, quero mais chuva chovendo na roseira! Mais águas de março! Mais amor sem adeus! Como Vinicius, quero mais meninas de bicicleta! Mais cores de abril! Mais sonetos de fidelidade! Como Noel, quero mais conversas de botequim! Mais últimos desejos! Mais feitiços da vila!

Como Cartola, quero mais rosas falando! Mais alvoradas! Como Paulinho da Viola, quero mais dessa coisa de brigar menos com o tempo! Mais bebadosamba e mais bebadachama! Como Lupicínio, quero mais nervos de aço! Como Caetano, quero mais luas de são jorge! Mais de noite na cama! Mais alegria, alegria! Como Ataulfo, quero mais dos meus tempos de criança!...
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12/12/2011 - Quanto tempo antes?

Quanto tempo antes dos créditos subirem encerrando mais um romance de cinema? Quanto tempo antes de a chuva desmanchar o penteado da madame? Quanto tempo antes das promessas do promesseiro serem para sempre promessas? Quanto tempo antes das sapatilhas das bailarinas rasgarem? Quanto tempo antes de o fruto amadurecer? Quanto tempo antes de o inverno chegar? Quanto tempo antes de o cachorro comer o gato, de o gato comer o rato, do rato comer o queijo, de o queijo comer a fome de alguém sem nome.
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08/12/2011 - Que me enterrem na lua

Quando eu morrer que me enterrem na lua bem longe do que restou da humanidade. Não quero ser enterrado ao lado de quem banalizou o amor, de quem viveu para falar da vida alheia, tampouco de quem saiu da vida pela porta dos fundos. Se estando vivo eu já não me dou com tanta falsidade, morto então... Não quero defuntos falando de futebol ao lado da minha cova. Também não vou suportar morar pelo resto da eternidade tendo como vizinhos aqueles que nunca viveram um amor Shakespeariano, nunca leram Vinícius de Moraes, nunca ouviram Tom Jobim. ...
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03/12/2011 - Quem sou?

Quem sou eu? Sou alguém que não vale nada. Não valho seu dinheiro, seu tempo, sua atenção. Não valho sua insônia, sua fome, sua piedade. Não valho seu olhar, seu gostar, seu falar. Não valho seu corpo inteiro ou sua alma pela metade. Não valho o céu que está lá fora ou o rio que corre longe daqui. Não valho o canto dos pássaros, a luz da lua ou a dor de um parto. Não valho o suor, a seiva, o sangue de ninguém.

Não valho uma gota sequer de orvalho. Não valho um telefonema, um dilema, um poema. Não valho uma sílaba ou qualquer coisa que saia da sua boca ou da sua mão. Não valho sua chegada, tampouco sua partida. Não valho seu hoje, seu ontem e certamente não irei valer seu amanhã. Não valho seu sonho nem seu pesadelo. Não valho sua promessa ou sua reza barata. Não valho o buraco, a cachaça, o oráculo. ...
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05/11/2011 - Quantas horas o tempo esconde?

Quantas horas o relógio esconde? Quanto tempo ele nos subtrai por detrás de seus ponteiros ou de seus dígitos? O tempo cronológico, com suas 24 horas oficiais, é muto pouo para abrigar o tempo psicológico, o tempo sentimental, o tempo astral.

Quantas horas o relógio esconde? Um beijo de segundos é muito mais intenso do que 72 horas de solidão. O gosto de uma fruta madura dura uma vida inteira na boca que a tem um única vez. O tempo é coletivo, mas repleto de individualidades.
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28/10/2011 - Quantitudes

Quantos sonhos você jogou fora? Quantos caminhos você abandonou? Quantas oportunidades você mandou embora? Quantos desejos você adiou? Quantas saudades você ignora? Quantas cidades você já deixou? Quanto você ainda implora? Quantas ilusões você profetizou? Quanto de você existe agora? Quantos segredos você confessou? Quantos destinos você chora? Quantas esperanças você guardou? Quantas possibilidades você namora? Quantas apostas consigo mesmo você não ganhou? Quanto do seu coração já está pra fora? Quantas das suas canções preferidas você nunca cantou? Quanto de Deus você ainda adora? Quantos pecados você já pecou? ...
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26/10/2011 - Que nosso amor...

Que nosso amor possa vencer qualquer mal de amor. Que nosso amor possa ir para adiante e para trás sem nunca ser tarde demais. Que nosso amor possa ter sempre um ineditismo, um truque e uma carta guardada na manga. Que nosso amor saiba guardar coisas que nunca tivemos coragem de falar. Que nosso amor seja forte e concreto, mas que consiga ter leveza para voar onde pássaro algum ousou chegar.

Que nosso amor possa ir além de qualquer limite ou padrão. Que nosso amor dure tanto quanto uma canção bonita. Que nosso amor se encontre mesmo trilhando estradas opostas. Que nosso amor seja uma versão pós-moderna de um pot-pourri de contos de fada. Que nosso amor seja uma espécie de divindade cujo demônio é a saudade. Que nosso amor seja feito perfeito com garantia contra qualquer defeito. ...
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03/10/2011 - Quem é que não tem medo?

Quem é que não tem medo dos pássaros da noite que pousam nas mãos de Iyá Mi Osorongá? Quem é que não tem medo dos vendavais de Iansã? Quem é que não tem medo dos pântanos de Nanã? Quem é que não tem medo da vidência de Yewá? Quem é que não tem medo das encruzilhadas de Exu?

Quem é que não medo do firmamento, Ofurufu. Quem é que não tem medo da morte, Omulu. Quem é que não tem medo do perigossímo odu Oyeku Meji que governa a meia-noite? Quem é que não tem medo do poder de sedução de Oxum? Quem é que não tem medo das armas de Ogum? Quem é que não tem medo do poderio de Olurum? Quem é que não tem medo da arrebentação de Iemanjá? ...
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16/09/2011 - Quando eu era pequeno

Quando eu era pequeno, não me lembro. Quando eu era pequeno, sonhava em morar na lua. Quando eu era pequeno, tinha medo de crescer. Quando eu era pequeno, empinava sonhos. Quando eu era pequeno, zombava da morte. Quando eu era pequeno, acreditava que as bruxas não eram capazes de sair dos livros. Quando eu era pequeno, acendia vagalumes como quem acende abajures antes de dormir.

Quando eu era pequeno, me vestia de chuva. Quando eu era pequeno, sentia-me protegido por anjos sem rosto. Quando eu era pequeno, ficava invisível. Quando eu era pequeno, queria ser muitos em um só. Quando eu era pequeno, era parte de uma espécie de mitologia particular. Quando eu era pequeno, era íntimo dos senhores da imaginação. Quando eu era pequeno, meus silêncios tinham outro som. ...
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12/09/2011 - Quando ela, eu...

Quando acordou, eu não vi. Quando calou, eu sorri. Quando chorou, eu tava aqui. Quando falou, não ouvi. Quando passou, bem-te-vi. Quando escapou, eu caí. Quando amou, eu vivi. Quando se entregou, não fugi. Quando precisou, eu lhe assumi. Quando negou, me abati. Quando fechou, eu abri. Quando assoviou, fui prali. Quando voou, voou colibri. Quando pecou, eu encobri. Quando provocou, frenesi. Quando multiplicou, dividi. Quando secou, flori. Quando chamou, lati. Quando recuou, eu rompi. Quando foi sol, fui jaci. Quando se perfumou, patchuli. Quando avançou, peraí. Quando amaldiçoou, benzi. Quando ensinou, desaprendi. Quando beijou, mordi. Quando soprou, ardi. Quando me achou, me perdi. Quando chegou, me despedi. ...
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