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Encontrados 26 textos. Exibindo página 1 de 3.
24/04/2017 -
Jogo de espelhos
Fecha os olhos e abra o coração. As aparências são só uma forma de ilusão. Não se deixe levar pelo que vê, mas pelo que sente. Nem sempre o belo é o inocente. O desafio está justamente em amar o feio. Afinal, quando você ama o feio ele imediatamente se torna bonito. Muitos não entendem um casal, dizem que não combinam. Mas é porque analisam com os olhos físicos. E ao analisar, julgam. Fecha-se para o julgamento e se abra para a aceitação.
É preciso matar seus preconceitos, seus tabus, suas arbitrariedades e libertar o seu coração. Um coração preso, amordaçado, vendado, amarrado, refém do que quer que seja, não possibilita a evolução do ser que o carrega. Estamos sempre prontos a dizer que somos contra a ditadura politicamente falando, mas não fazemos nada para derrubar fileiras de quereres arbitrários que alimentam nosso cérebro com deturpações da realidade. ...
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03/02/2017 -
J’amar
Hoje só tenho o agora. Amanhã não veio. Ontem ficou. O futuro não formou. O passado me largou. E eu nasci de novo todo novo. E louvo a hora do já. Já é hora de amar. De amar agora. Vambora amar geral. Eu te amo deu no jornal. Esquece o que passou. Desapega do que não chegou. Sossega no que restou. Resta é o que presta. Nada a mais, nada a menos, entre o sereno e o veneno, a dose certa do remédio pra um amor sem tédio. O passado foi embora e o futuro te ignora, ame agora. Ame o presente, pois o que sente te devora. Bote pra fora esse amor. Vá à forra no que não fez em matéria de amor. Ame como se fosse a primeira e a última vez. Se são três pras seis ou seis e três não interessa, o amor tem pressa. O tempo não cessa. O cuco cantou eu te amo. O relógio badalou eu te amo. O celular despertou eu te amo. Os ponteiros romperam, os cavaleiros temporais nos beiram... queiram ou não, a hora é do agora, do já, do já é hora, hora de amar, já amar, j’amar... ...
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18/05/2016 -
Já não sei mais
Meu violão já não toca. Minha vitrola não gira mais. Meu coração provoca provocado pelos casais de namorados. Minha vida já não raia e meus pés já vão longe da praia. Minhas louças não saem do armário e minhas poesias enchem as gavetas. E eu desafino quando murmuro sua letra. Eu já te acho me perdendo e tudo vai correndo para longe, para longe, para longe do que sonhei. Minha cama já não geme e anda mais arrumada do que eu. E um passarinho indiano me soprou tudo é Maya, inclusive você e eu.
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01/05/2016 -
Juntada
Junta as partes que eu te dei e me terá por inteiro. Recolha os pedaços que eu deixei e me fará, novamente, para além dos estilhaços. Cola os corações rasgados que me fizeram passado-imperfeito-do-futuro e se regozija lembrando dos nossos nomes lado a lado pichados no muro. Recupere os beijos perdidos, os abraços esquecidos, os corpos aquecidos um no outro, o tempo em que não andávamos tão soltos. Relembra cada gemido, cada sussurro, cada urro, cada vez que te fiz amada e mais amada, cada vez que não dei nosso destino como lido, cada vez que fui seu herói-menino, seu caubói, seu virgulino lampião disposto a morrer por sua maria bonita no sertão de todos nós. Cate cada hora aflita, vá bordando, arrematando, dando nós que mais dia menos dia, por milagre ou magia, juntará os sós, os sóis, os sóis, os sóis...
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06/02/2016 -
Já passa das nove
Já passa das nove e eu ainda te espero. A não ser que me prove o contrário, eu sempre te quero. Já enxergo seu rosto pelas nuvens e sinto o seu gosto e até o seu silêncio me ruge. Sua pele conversa com a minha e meu coração plebeu a chama de rainha. Meus pés tropeçam nos seus rastros. E eu saio do meu mato para te buscar no asfalto. Eu rebato toda saudade com mais saudade e assim faço da minha a sua, a nossa cidade de memórias e histórias sem idade. Já passa das nove e chove em mim a felicidade de vê-la dançando, se dando, deitando no jardim das bromélias, ou seria das camélias? Não importa, quando chegar saiba que a porta estará aberta e a minha metade de tudo ainda deserta, pronta, plenamente pronta para ser preenchida e vivida por você e seus porquês.
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22/11/2015 -
Jardim vazio
Olhei pro jardim não vi flor nem capim. Assustei com tudo desflorido, desverdeado, revirado. Ai de mim, fiquei abobado. Os girassóis se foram, ficamos sós como sóis. Sóis desertos. Sóis sem fetos. Sóis nada pertos das suas luas. Jardineiras nuas. Quintais brasileiros. Canteiros sem camélias, astromélias, bromélias. Uma antiprimavera no mundo inteiro. E eu sem saber se semeava, se ressemeava ou se corria do verbo desaparecer. Eu não sabia se chorava ou se morria de dizer: Cadê? Cadê? Cadê o buquê? Cadê o ramalhete? Sumiram por quê? Das rosas não sobraram nem as prosas. Das hortênsias ficaram as inflorescências. Das papoulas não restaram nem as tolas. Das margaridas foram todas idas. As primaveras, em todas as suas eras, foram dadas como lidas. E o jardim da minha vida desbotou, mirrou, murchou, acabou... O jardineiro se despediu. O florista fugiu. O floreio faliu. E do amor-perfeito urgiu o vazio.
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03/06/2015 -
Julião e Indaiá
Lá no chapadão, cravado na pedra, está o amor entre o pássaro Julião e a ave Indaiá. O que será que isso vai dar? Julião é pássaro vivido, mas até conhecer Indaiá andava entristecido, até voava com outras pássaras, mas sempre voltava à solidão na sombra da sua fenda. Indaiá, ave prendada, que faz renda e se rende às lendas da noite enluarada. Já se apaixonou pelo sabiá que a deixou a deus dará. Já se enredou pelo curió que lhe largou num estado de fazer dó. Já se aproximou do canário que gostava mesmo de cantar lá pelas bandas do balneário. E agora Julião? O que será Indaiá? Julião voa ligeiro, é todo fagueiro, não suportaria ser trancado num viveiro e gosta de comer o que sai do formigueiro. Indaiá nasceu num pé de jatobá, adora bicar ingá, tem pontos grená e canta sempre puxando pro lá. É um casal bonito de se admirar, mas ninguém sabe o quanto isso vai durar. Indaiá não quer se machucar. Julião já cansou de chorar. Os dois são do ar, mas também são de se desencontrar. A fenda de Julião é estreita. Na fenda de Indaiá só ela se deita. E os dois ficam a se empoleirar pelas pedras, o conjunto de asas chega enverga, ficam a se bicar sem medo da queda. O amor cega e mesmo assim não sossega.
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20/04/2015 -
Jogue-se
A hora de virar o jogo é agora. Não pense duas vezes antes de colocar seu instinto pra fora. Arregace as mangas e coloque todas as cartas sobre a mesa. Aposte. Blefe. Jogue. Vá até o último suspiro. Corra todos os riscos. Sem medo. Sem receio. Sem pavor. Sua vida é a sequência de jogadas. Quanto mais adia o jogo, mais adia a vida a ser vivida. Nunca dê sua história como lida. É preciso ir além do óbvio. Invente seu jogo. Inverta o jogo. Sinta o jogo. Jogue-se nesse jogo que é a sua vida.
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14/12/2014 -
Julgando
Dizem-me absurdos. Acusam-me. Colocam o dedo na minha cara. Julgam-me. Condenam-me. O chão se abre e surgem inquisidores e mais inquisidores. Bradam contra mim. Gritam-me. Batem-me com palavras. Não acreditam no que eu sou. Lançam-me aos lobos. Trazem-me lágrimas. Devastam meu ser. Destroem meu dia. Tacam fogo no que construí. Chamam-me dos nomes mais cruéis. Tentam manchar minha história. Atiram pedras. E eu continuo de pé.
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02/09/2013 -
Joga fora
Joga fora tudo o que atrasa sua caminhada. Joga fora esse excesso de peso, material ou imaterial. Joga fora a bagagem excedente. Joga fora o que não tem utilidade. Joga fora pilhas e pilhas de projetos que não deram certo. Joga fora passagens remoídas. Joga fora o que perdeu a validade, a importância, o gosto. Joga fora o que não tem conserto. Joga fora o que está quebrado, trincado, mofado. Joga fora o que nunca prestou. Joga fora o que está há tempos deixado de lado. Joga fora o que quase deu certo. ...
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