Daniel Campos

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Encontrados 208 textos. Exibindo página 11 de 21.

16/01/2015 - Entre o infinito e o impossível

Um dia eu ainda mudo de nome de tantas promessas feitas a mim mesmo. Prometo nunca mais fazer isso ou aquilo e só faço o mesmo do mesmo do mesmo. É difícil cumprir o compromisso que tenho comigo, pois eu tenho pressa de querer demais. E eu quero mais e mais numa busca incessante pelo que quero ser. E assim eu prometo o infinito e me comprometo com o impossível.


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Entre o passado e o presente

Pagão

Nasci João Batista Aragão. Nasci pagão em dia santo. Dia de São João. Dia de samba. Dia forte. Nasci com as benções dos santos e com as tentações do pecado. Ainda pequeno meu registro perdeu o valor. Gostava tanto do Estácio que comecei a ser chamado de Estaciozinho quando eu tinha quatro anos de idade. Mas o nome era muito grande. Vem cá Estaciozinho. Pega a cuíca Estaciozinho. Juízo, heim, Estaciozinho. Então comecei a ser Zinho. Como já havia um monte de Zinho, virei Zinho Preto. ...
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26/03/2012 - Entre o perfume e o açúcar

Seis anos de um perfume açucarado. Seis anos nos amando e nos lambuzando nos óleos essenciais aromáticos um do outro. Seis anos comungando de olhares refinados, cristalizados, mascavos. Seis anos de alquimia. Seis anos de fervura. Seis anos de um per fumun agradável e duradouro. Seis anos colecionando aromas e doçuras mesmo quando a realidade queria que vivêssemos o avesso disso.

Seis anos vivendo através da fumaça. Seis anos de cítricos forais, extraídos de cascas de nossas frutas prediletas. Seis anos se lambuzando de flores ofertadas por ações ou pensamentos. Seis anos reconhecendo um ao outro no escuro pelo cheiro. Seis anos amadeirados. Seis anos clássicos e sofisticados. Seis anos marcantes, misteriosos e sensuais. Seis anos de frescor e delicadeza. Seis anos aromáticos. ...
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16/11/2015 - Entre o real e a ficção

E de repente, a claridade do dia ficou restrita apenas a dois olhos caribenhos. Ela, vestida como quem vai ter com o mar, recebeu-me na penumbra dos seus desejos. Velas, perfumes e liras de Caetano. E como numa lei física, atraímo-nos. E como numa equação química, reagimos. E como num verso de Pessoa, existimos. Entre beijos e abraços aproximamo-nos tanto a ponto de executarmos um perfeito eclipse. O coração bombeava eu te amos e as mãos buscavam ter certeza de que os corpos existiam para além da fantasia criada. Os lençóis eram tão virgens como o momento desfraldado. E quando os corpos se fundiram, Caetano se calou e as ondas do mar bateram forte revirando olhares de modo que as visões dali por diante ficaram fora de seus lugares. E não se soube mais o que era real e o que era ficção.


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04/04/2011 - Entre o silêncio e a escuridão

A mulher amada é tão detalhada e silenciosa quanto à noite que cobre o seu corpo. Estelar, como as revistas de ficção científica, e divina como os livros sagrados que falam em céu, a mulher amada é noite profunda, funda escuridão. É a cantiga da estrela cadente e o desejo de tê-la só e somente só o quanto mais perto e a todo e qualquer instante. E o cometa infante, apaixonado, escorrega sobre a barriga dessa mulher que tanto se quer entre o sereno e a neblina.

Mulher que sacia a fome, a sede, a angústia de viver. Mulher que cala a solidão e fala em espaço, em universo, em galáxia com a naturalidade das crianças que sonham em embarcar em foguetes. Mulher que é materialização da saudade que berra entre o astronauta e a Terra. Mulher que é santa e vaga, em feitio de vagalumes. Mulher que míngua e se renova como a lua. Mulher luminosa e grandiosa como a noite que invade a cidade com suas carruagens puxando sedutoras paisagens. ...
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03/01/2016 - Entre peixes e pássaros

Eu quero rasgar a noite que traz em seus olhos feito farol tombando ao mar só para ter certeza que a gente vai se encontrar pelo oceano de nós dois. E não há de nos faltar água doce enquanto tivermos nossas línguas. Só não corte as unhas, pois, quando sentir frio há de abrir meu peito para se aninhar e, quando sentir medo há de abrir minhas costas e soltar minhas asas que vão te levar para os ninhos dos nossos antepassados que amaram como pássaros e morreram como peixes, e vice-versa, tudo entre o céu e o mar, por escolherem viver com quem amaram.


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30/12/2010 - Entre perdas e ganhos

Entre perdas e ganhos, perdi. Perdi o passo, perdi o rumo, perdi o prumo. Perdi quem sempre me protegeu, quem sempre me valeu, quem sempre engrandeceu a minha vida. Perdi quem me amou de fato. Perdi quem me ensinou o ato da lida. Perdi quem me criou, quem me educou, quem me inspirou. Perdi o fio da meada. Perdi a estrada. Perdi a cabeça, perdi a canção, perdi o coração. Perdi o ritmo, perdi a razão, perdi para a doença.

Perdi a terra, perdi a lavoura, perdi a semeadura. Perdi a lição, perdi o causo, perdi o sol e a chuva também. Perdi o gosto, perdi o posto, perdi a vontade de voltar. Perdi o embalo, perdi o faro, perdi o verde dos olhos. Perdi a crença, perdi o heroísmo, perdi o cavalheirismo. Perdi a dança, perdi a balança, perdi a esperança. Perdi os sonhos mais puros. Perdi o porto seguro. Perdi a loucura. Perdi a força, perdi a paciência, perdi o ânimo, perdi a ternura. ...
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05/07/2015 - Entre tempos

Preocupa a minha falta de tempo. É como se houvesse um grande nó me atando entre o que sou e o que quero ser. Segundos, minutos, horas vão passando e eu vou ficando. Minha cabeça não para, mas meu corpo e minhas ações não têm o ritmo dos meus pensamentos. E eu vou ficando ao tempo. Rezo por bons ventos. Ventos que me empurrem. Ventos que me impulsem. Ventos que me levem ao que me falta. E se o vento não vier, que venha a maré alta, a quinta fase da lua, os cavaleiros do apocalipse. Que o mundo chacoalhe, que norte e sul se embaralhem e a previsão mais certeira falhe por inteira. E que assim, entre tempos, eu seja não o que eu quero ser, mas o que eu nem esperava viver.


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14/05/2016 - Entrega das asas

Só pássaros com asas voltam pro ninho. Os que perdem suas asas, seja por amor ou o que for, caminham por aí sozinhos condenados ao chão. Por isso, preste atenção, por maior sua certeza na paixão, não entregue suas asas. E se se for para entregar, mesmo sabendo de todos os riscos de nunca mais voltar para casa, bendito seja o amor, pois só ele será capaz de te guiar quando não tiver mais asas.


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08/06/2016 - Entrega de metades

E não há de haver nada mais sagrado entre os que se amam do que a entrega de uma metade a outra. A entrega pura, espontânea e sincera de seres que são dois sendo um. E que tudo seja por inteiro, parte por parte até formar o todo se preciso for. Que todas as peças do quebra-cabeça estejam dispostas a se encaixar. E que haja confiança plena naquela pessoa a qual você se jogará num voo cego. Que seja tudo pelo amor que os une, sem quaisquer ressalvas. E que o amor, já começado, nunca termine. Que não se busque o fim, mas o eterno recomeço. Pois todo dia é dia de recomeçar a amar de um jeito diferente, novo, surpreendente. História alguma está terminada quando ainda há fôlego para novos romances dentro de um mesmo romance. A vida a dois jamais envelhece, pelo contrário, rejuvenesce corpo, alma e espírito se souberem encontrar a fonte da juventude que está em algum lugar do enamoramento. E que seja tudo pela lei da conexão, que está além da vontade humana. Permita-se o conectar com o que te conecta de fato, sem perder mais tempo procurando o que não vai achar. Como dito na primeira linha, entregue-se. Entregue-se ao que não dá para fugir. Aliás, como fugir do que está dentro de você? O amor, quando funde duas metades, acaba deixando parte de uma na outra. Pode relutar, tentar se enganar, pensar em alternativas, mas a certeza é de que somente com a sua metade você será completa. E sabe-se lá quanto tempo demoraram para se reencontrar, para ter uma nova oportunidade de fusão, para poderem se oferecer uma a outra? São muitas as perguntas, mas a resposta que deve ser ouvida pelo coração é a de que não há de haver nada mais sagrado entre os que se amam do que a entrega de uma metade a outra.


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