Daniel Campos

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08/06/2016 - Entrega de metades

E não há de haver nada mais sagrado entre os que se amam do que a entrega de uma metade a outra. A entrega pura, espontânea e sincera de seres que são dois sendo um. E que tudo seja por inteiro, parte por parte até formar o todo se preciso for. Que todas as peças do quebra-cabeça estejam dispostas a se encaixar. E que haja confiança plena naquela pessoa a qual você se jogará num voo cego. Que seja tudo pelo amor que os une, sem quaisquer ressalvas. E que o amor, já começado, nunca termine. Que não se busque o fim, mas o eterno recomeço. Pois todo dia é dia de recomeçar a amar de um jeito diferente, novo, surpreendente. História alguma está terminada quando ainda há fôlego para novos romances dentro de um mesmo romance. A vida a dois jamais envelhece, pelo contrário, rejuvenesce corpo, alma e espírito se souberem encontrar a fonte da juventude que está em algum lugar do enamoramento. E que seja tudo pela lei da conexão, que está além da vontade humana. Permita-se o conectar com o que te conecta de fato, sem perder mais tempo procurando o que não vai achar. Como dito na primeira linha, entregue-se. Entregue-se ao que não dá para fugir. Aliás, como fugir do que está dentro de você? O amor, quando funde duas metades, acaba deixando parte de uma na outra. Pode relutar, tentar se enganar, pensar em alternativas, mas a certeza é de que somente com a sua metade você será completa. E sabe-se lá quanto tempo demoraram para se reencontrar, para ter uma nova oportunidade de fusão, para poderem se oferecer uma a outra? São muitas as perguntas, mas a resposta que deve ser ouvida pelo coração é a de que não há de haver nada mais sagrado entre os que se amam do que a entrega de uma metade a outra.


Comentários

08/06/2016, por Patrícia:

Seus textos tem sido os meus companheiros de madrugada. Me emociono sozinha. Você tem uma força nas palavras que toca o coração na hora.


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