Daniel Campos

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Encontrados 208 textos. Exibindo página 10 de 21.

17/07/2011 - Engraçadinha

É de verdade ou de mentira essa mulher que me vira à cabeça? Será que ela vem do chão ou do céu? Será que nasce da sequidão ou da chuva? Será que se movimenta como um girassol ou um pirilampo? Será que vem do vento ou do relâmpago? Será resultado de uma experiência secreta ou de uma barriga indiscreta? Será um fruto solene ou uma licença poética? Será que veio de longe ou simplesmente acordou em mim?

Será que essa mulher se refugia nas curvas da minha alma, por detrás das minhas pálpebras fechadas se sono? Será que é o peso que me prende ao chão ou a leveza que me leva a conversar ao pé do ouvido das estrelas? Será que é sólida como pedra ou líquida como as palavras que esvaem das minhas mãos. Será conciliadora ou inconciliável como a humanidade?...
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21/10/2014 - Engravidado

Faço amor com a solidão e engravido de saudade. Faço amor com o tempo e engravido de amanhãs. Faço amor com a lua e engravido de mistérios. Faço amor com o silêncio e engravido de soluços. Faço amor com o chão e engravido de estradas. Faço amor com o mar e engravido de ondas. Faço amor com o céu e engravido de estrelas. Faço amor com o verde e engravido de olhares. Faço amor com o horizonte e engravido de promessas. Faço amor com o sonho e engravido do impossível. Faço amor com a música e engravido de inspiração. Faço amor com o fogo e engravido de vagalumes.


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05/04/2011 - Enlace

Quando ele chega ao fim do dia trazendo consigo a saudade, dores e um cesto cheio de caipirices ela se avia e agradece rezando baixinho uma ave maria. Ele tem o corpo cansado, o rosto suado e um monte de coisas para contar. Enquanto ele vai para o chuveiro ela lava sua marmita, passa um café e tira um bolo do forno e pensa coisas de mulher. Ela põe sua toalha na janela e ele canta como que espantando seus males, como que voltando para seus lugares, como que velejando por mares sem fim.
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04/12/2008 - Enlatados

"Hoje, é um novo dia, de um novo tempo que começou. Nesses novos dias, as alegrias serão de todos é só querer. Todos nossos sonhos serão verdade"... Pára, pára, pára, como dizia minha professora de sociologia. Eu não lembro o nome dela, mas recordo-me dessa sucessão de gritos que ela encenava durante as aulas. Coitada, devia sofrer de algum tipo de fobia. Por falar nesse assunto, essa trilha da tv globo traz à tona a natalfobia. E atenção, natalfobíacos, a tal vinheta já começou...

Começou a época de fazer um balanço do que aconteceu e do que não aconteceu durante o ano. Época de fazer contas, compras e rever aqueles parentes indesejados. Época de ouvir discursos demagogos sobre solidariedade. Época dos inimigos secretos. Época de encontrar papais-noéis em cada esquina, tão felizes quão doidos para tirar aquela fantasia. Época das crianças esperarem que seus sonhos desçam por chaminés ou sejam deixados em meias. Época de mastigar aquela carne seca de peito de peru e engolir tantos sapos. Época de testemunhar os mesmos velhos especiais da televisão e sentir o gosto amargo da ilusão borbulhando no espumante. ...
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19/12/2013 - Ensina-me

Amor, ensina-me a compreender o tempo, o tempo do amor. Amor, ensina-me o verdadeiro significado desta caminhada. Amor, ensina-me a vencer a tristeza. Amor, ensina-me cada uma das variações e conjugações do verbo amar. Amor, ensina-me a ser maior que as amarras. Amor, ensina-me ultrapassar todo e qualquer limite. Amor, ensina-me a ser inteiro, completo, perfeito. Amor, ensina-me a ser assim como você, infinita e intensa.

Amor, ensina-me o valor de tudo isso. Amor, ensina-me a ser menos desesperado. Amor, ensina-me a esquecer o medo. Amor, ensina-me como se faz para não perder o que se quer. Amor, ensina-me a buscar sonho por sonho. Amor, ensina-me a voar. Amor, ensina-me a ser possível mesmo quando tudo diz que é impossível. Amor, ensina-me a habitar seu mundo. Amor, ensina-me a direção para o vale onde habitam as poesias de carne e fantasia. ...
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05/01/2014 - Ensinamentos do interior

Um velho bruxo do interior me ensinou a ler a lua e prever chuvas e estiagem. Tempo de plantio, de colheita, de espera. Tempo de amor no canto do passaredo. Tempestade e saudade. Invernada e geada no rastro dos insetos. Fartura e loucura nas cores da paisagem. Mostrou-me como é viver de relento e com todo alento. Ensinou-me a prever quantos vagões tem o próximo trem mesmo quando os trilhos estão vazios. Encantou-me com a magia do verde e me soprou como fazer quem é do branco ou do rosa amar o verde. Levou-me a alimentar o fogo sem ser preciso colocar mais palha ou lenha na fogueira. Falou-me sobre os sinais de mudança e de esperança na dança das cores das folhas. Ensinou-me a entender a língua do vento, das estrelas e da terra, seja ela de lama ou pó, a ponto de saber o que vai nascer, morrer e renascer mais cedo ou mais tarde.


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07/12/2008 - Entre a lembrança e o esquecimento

Os sinos da catedral ainda tossiam o pigarro das dezoito badaladas quando ele lembrou que havia esquecido o aniversário de sua namorada. Estava na praça central da cidade e o mundo parecia girar contra suas vontades. Pegou o telefone para ligar para ela, que já devia estar num profundo mau-humor. Mas o nervosismo o fez esquecer o número do celular, do trabalho, da casa dela. Foi então que achou essa amnésia súbita um achado do destino, que lhe pedia algo a mais do que uma simplória ligação.
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15/11/2014 - Entre eu e você

Entre a cruz e a espada. Entre a escada e o elevador. Entre a praia e a montanha. Entre a gordura e o light. Entre o sexo e o amor. Entre o verão e o inverno. Entre a casa e o botão. Entre o espinho e a pétala. Entre o riso e o choro. Entre o sim e não. Entre a valsa e o samba. Entre a luz e a escuridão. Entre o tédio e o pecado. Entre o primeiro e o último. Entre o doce e o salgado. Entre o passado e o futuro. Entre o prazer e a vergonha. Entre o sol e a lua. Entre o verso e a prosa. Entre o beijo e o abraço. Entre o grito e o silêncio. Entre a nuvem e a chuva. Entre a beleza e o mistério. Entre a fotografia e o movimento. Entre o mar e o lago. Entre o tinto e o branco. Entre o início e o fim.


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04/09/2013 - Entre isso e aquilo

Entre mortos e feridos, não se esqueça de sobreviver. Entre chegadas e partidas, não se esqueça de acontecer. Entre quês e porquês, não se esqueça de confessar. Entre perdidos e achados, não se esqueça de se entregar. Entre deus e o diabo, não se esqueça de acreditar. Entre águas e vinhos, não se esqueça de passar. Entre dores e amores, não se esqueça de tentar. Entre culpas e culpados, não se esqueça de perdoar. Entre erros e acertos, não se esqueça de se permitir. Entre céus e terras, não se esqueça de voar....
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24/11/2009 - Entre o céu e o fel

Mãe, mãe de todo amor, quebra o protocolo e nos leva pela mão rumo à civilização adormecida em teu colo. Nesses mais de dois mil anos que nos separam algo aconteceu e o mundo se perdeu do caminho que a senhora apontou. Mãe, mãe, por favor, restaura o elo que une terra e céu, fazendo com que o amor (o amor que criou), viva fora dos livros de papel. Mãe me mostra, ao longo dessas entranhas, onde vivem teus ensinamentos. Mãe me diga, nessa terra estranha, onde estão os sentimentos que foram espalhados pelos ventos. Sentimentos que lhe fizeram chegar tão perto de Deus. Mãe habita esses tantos corações ateus, ateus de tanto amor. ...
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