Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 238 de 248.

Talvez

Eu sou o ontem
E o que pretendia ser
Num amanhã.
Hoje, não existo
Acredite, não minto
Não sou nada além
De alguns sonhos
Algumas lembranças.
Eu sou aquele velho
Encostado a um muro
Alimentado de histórias
Conversando com o passado
Aconselhando-se em próprios conselhos.
E ao mesmo tempo
Se é que existe tempo
Sou aquela criança
Que brinca por prazer
Que vive por seus desejos:
Sonhos impossíveis...
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Tango

Tango
Que de triste
Se esqueceu
Da rosa
Que de sozinha
Não lembrou
A letra
Que de calada
Não desenhou
As pernas
Que de traídas
Se divorciaram
Da bailarina
Que de triste
Que de sozinha
Que de calada
Que de traída
Não tinha nada
Só as pernas
De uma letra
Que de rosa
Era vermelha
De tango


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Tão logo acabe a noite

Tão logo acabe a noite,
Vou voltar
E quero lhe encontrar
Do jeito que acostumei
A lhe sonhar:
Enfeitada de sorrisos
Enamorada de pensamentos
Que se vão tão longe
Tão longe quanto eu.

Tão logo acabe a noite
Que não tem fim
E ama clama chama
Uma última estrela
Ainda perdida,
Vou voltar.

Tão logo acabe a noite
Que um arlequim
Confuso de ciúme
Chorou tomou manchou
De carnaval,...
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Tão logo breve

A tarde cai
A noite arde
A primeira estrela surge fria
Aos choros
O parto me sufoca
Nenhuma certeza aporta no cais
No entanto e tanto
A espera senta-se ao meu lado
Palpita em mim
Entre soluções e suspiros
E entra num casulo
Dias e dias a fio
E desperta esperança
Esperança de revê-la
Tão logo breve.


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Tão negros de café

Olha os negros escravos de tão negros
Capinando o verde
Colhendo o vermelho
Secando o negro
Café tão negro
Café pendurado no pé
Café carregado no lombo
Café esticado no terreiro
Café socado no pilão
Da sinhá negra
Que cuida da chaleira
Que vai apitando negra
Pelo coador de pano
Que vai ficando negro
Como a noite da mulher
Que sufoca a lua
E perfuma a rua
Com a negridão do café. ...
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Taquicardia

Demora
A chegar a nossa hora
Podia ser agora
Mas demora
Um implora
Outro ora
E demora
Cora
Descora
E devora
E gora
E chora
Porque demora
Pra chegar a nossa hora
Podia ser agora
Mas a hora vai embora
E ignora
A senhora
Da demora
Demora
Pra chegar a nossa hora
Demora
E se penhora
Aqui e lá fora
A hora do nosso agora
Demora
Demora e chora.


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Tardiamente cedo

O amor nunca é tardio
Há sempre alguém esperando por esse amor
Tardia é a espera
A espera que nunca se finda
Ver dias entardecidos
Passando de forma lenta
Como se nunca acabassem
Dias que entardecem
Na sombra de um corpo
Que vê outra sombra
E não outro corpo.
Tardio é o sorriso cheio de promessas
Promessas que são juradas
Pela própria boca
Tardia é a felicidade
O sonho e a saudade
Amantes tardios...
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Tarô

Jogue os búzios sobre a mesa
Como se deitasse ali
E fala para as linhas da sua mão
Dizerem-me baixinho
Um pouco da tua bruxaria.
Deixa eu lhe ver
Na bola de cristal ou na borra de café
Fala-me seu signo e suas ascendências
Conta-me seu último sonho
E sua primeira vontade
Só não vale me roubar nas cartas.


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Tear

Um vestido barrado
Num degrade azul
Mancha-a de abstrata
São alças cruas
São costas nuas
Num mesmo batom
Guardando o meu corpo
Suado no seu tom
Sobre-tom.

Sem amarras
Em minhas barras
Sua mão
Faminta
Com fome
Me borda
Me pinta
E roça o tecido
Nos teares
Dos meus olhares.


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Telhado

Os lápis que pintaram seus olhos no último inverno
Adormecem aos pés dos espelhos que você escondeu
Lá no fundo de um armário embutido
Lá onde um poema escrito a próprio punho
Se enrosca nas alças de um vestido
Que subiu no mais alto telhado
Só para se deitar
Na penteadeira de uma lua tão crescente
Quão penitente...
Lá a brisa não era de mar
Mas de um lago
Que naquela noite de cobertas
Não precisou de botos, sereias ou vitórias-régias...
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