Daniel Campos

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Encontrados 224 textos. Exibindo página 15 de 23.

Perjuras

Vida eu te quero morte
Sendo para desfalecer
Morro, não sou tão forte
A viver ao padecer
Ah! Eu quero-a
Que se chama ilusão
Ela toda bela
Pulsando meu coração.
Ela deleite e enfeite
Sensual e delicada
Vidro-a por mais que tente
E fuja desvairada.
Só ela sabe ser assim
Só ela me faz assim
Vivendo quase morto
Falecendo de amar
Andando meio torto
De tanto a olhar
Olha-la pelas ruas
Defronte as luas...
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Pernoite

Pode chegar
O endereço está na carta
A esperança está na carta
A saudade está na carta
E tudo mais está fora das cartas
Fora do jogo
Fora de naipe.

A porta está destrancada
A sua parte do guarda-roupa está vazia
A sua sobremesa está na geladeira
E eu me conjugo em todas as pessoas
Postas e depostas no verbo esperar,
Entre peões torres e bispos
O rei está em xeque
E a rainha está pra chegar.


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Perseverança

Pela décima vez
Vou tentar negociar
Um final feliz
Para o tempo
Em que eu queria
E você não quis.


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Perto

Nem tão longe assim
Em alguma memória
Refugiada

Nem tão longe assim
Em alguma história
Não terminada

Nem tão longe assim
Deve haver
Um pedaço de mim
A naufragar
Pelos seus dias mais vazios

Um pedaço de mim
A lhe causar calafrios
Nas horas mais revoltas
Do seu pensamento

Um pedaço de mim
A lhe fazer propostas
De casamento.






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Perto e vazia

Às vezes a vida se mostra perto e vazia
E em todas as outras vezes
Faz-se tanta e impossível

E não são olhos sem rumo
E não são copos vazios
E não são as bocas que se confundiram
E não são loucuras, premonições
Ou qualquer outra coisa que esteja dentro de alguém

Simplesmente, nesses momentos, faz-se noite
Independente se enxerga-se o sol
Soberano lá fora

Faz-se noite
E deve estar por perto
Mesmo que pareça tão longe...
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Pés de ramos

No contrapé
Da realidade
Deixei a cidade
Da paixão
E me lancei
Em uma sonda
Às ondas
Da maré
Onde a imaginação
Da vida
É servida
Em postas
De canapé.

As costas
De seus pés
Levam-me pelas estradas de Viena
Em vielas
Em poemas
De cabriolé
Vou indo vou vindo
De leste a oeste
Pelas tabelas
Vou pela sua tatuagem
Nas voltas de uma carruagem...
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Pêssegos de Vênus

I

Vermelho e forte grita o galo em canto
Espargindo a nudez da madrugada
E anunciando todo sorriso e pranto
Contido na manhã de lua embriagada

O sol era uma sincera promessa
Querendo romper a treva soturna
Na qual a chama lunar atravessa
Solitária, na paisagem noturna

Aves desatam suas asas ao anil
Saudando o incerto destino a nascer
Na canção da desesperança vil

A terra exala o cheiro do capim...
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Piano só

A saudade
É a maldade
De um piano só
Caído no choro da vela
Como a perna de um dó
Pendurada na partitura
Amarela
Do seu decote dominó
A saudade
Provoca tontura
E enclausura
Numa espécie de xilindró
Onde o amor curió
Canta nossa cavalgadura
Pela terra
Dos afluentes do tapajó
E da paixão de um faraó
Que berra
Em nossos ouvidos
O tom dos gemidos
Do prazer do amanhecer...
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Pião

Se a vida fosse uma brincadeira de pião
Que roda, roda, roda e se acaba no chão...

O pião seria o nosso corpo
O movimento, a vida
E o chão, a morte...

As mãos que iriam nos rodar
A gente não escolheria
E os sonhos
Durariam apenas umas voltas...

Piões de madeira, ou de plástico ou de ferro
Rodando, rodando, rodando
E se acabando
A cada volta
Que não volta
Mais...


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Pintagol

Vou lhe prender
Em uma gaiola
Para cantar baixinho
Em meus ouvidos
Ao raiar do sol

Vou lhe prender
Em um quarto
De lua cheia
Para você se fartar
De amor

Vou lhe prender
Na masmorra
Dos meus pensamentos
Só para voar
Em volta
De seus olhos de vento

Vou lhe prender
No visgo do figo
Só para dormir mais tranqüilo
Sabendo que não vai
Fugir
Ao som de um grilo.


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