Daniel Campos

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Encontrados 108 textos. Exibindo página 10 de 11.

Nobre

Em dias de sol,
Ela sela um cavalo
E sai pelos campos dourados
Das flores ainda em sementes
E pratica caça a raposa
Ao lado de outros nobres.

Em dias de chuva,
Ela deita em uma
Das mais de quatrocentas camas
Postas em seu palácio
E cochila e ama e deseja
Sentimentos nobres ou não.

Em dias nublados,
Ela senta em seu trono
Pesado e com braços longos
E ordena aos cavaleiros
Que lhe tragam a cabeça ...
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Noite alta

Ainda procuro meu último sono que
Partiu, quando chegara
Numa noite
Em que de repente
Deixou de ser de repente.
Chegara
Sem palavras ou canções
Chegara
Como quem chega do nada
Com a sensação de que avisou
Tempos atrás
Ou adiante
Tanto faz.

Não acredito em passado
Ou premonições
Acredito no que se é
E nesse momento
Como nos demais
Depois de você
Não tenho mais certeza.
Vivo da lua que não se despede...
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Noite caída

Quando a noite descer
Dos andores
E escorrer
Sem pudores
Nas trincas
Do quarto
Que desfaz
A tinta
Numa poça de remorsos
Ela ira chegar.

Sem música
Sem cerimônia
Sem apresentação
Ela irá se sentar
Junto à lua
Num canto da cama
E sem dizer boa-noite
Ou qualquer palavra
Irá levar as mãos ao rosto
Tentando segurar o pranto
Guardado
Remoído
Aguardado....
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Noite chilena

Por favor, tentemos outra vez
Quem sabe agora se
Não falássemos nada além
De mais alguns porquês.
Quem sabe
O final seria noutros versos
Quem sabe, de repente,
Esqueçamos o drama
E os guardados dispersos
No fundo das nossas costelas
E quem sabe da nossa cama
Nasçam favelas
Aquarelas
E lhamas.


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Noite fosca

Quando noite
Não verei estrelas...
Embora irei sabê-las
Talvez não leia
Sequer a lua quase cheia.

Hei de esquecê-la enquanto noite
Fingir que não apareceu
E escondê-la no escuro
E por um instante achar seguro
O sol que nunca anoiteceu.

A lua que flutua
No vazio em vão
De um sonho inacabado
É o mesmo retrato falado
Traços e perdão.

Ninguém sabe
Que a distância
Deixa rastos
Mesmos na aliança...
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Noite sem marilene

Ai, a noite fria
O cheiro da chama
De quem vela
A parte vazia
De um dos lados da cama

Vela de joelhos ao chão
Vela no mais simples refrão
De uma ladainha
Onde o amor é a linha
E o céu é um maranhão
Em forma de lua
Que quanto mais se cultua
Mais foges da mão

Ai, velo a tua ausência
Velo-te na penitência
De amar-te mais do que pude
Ah! Quero beber tua essência
Embebedar-me em teu corpo ...
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Nomenclatura

Nome de poema,
Nome que toma quem o diz,
Nome do lema
De quem já foi feliz...

Nome de uma santa,
Nome do que sempre se quis,
Nome de um mantra
Que pede bis...

Nome que sabe dançar,
Nome que nunca termina,
Nome do bem-estar
Que ninguém domina...

Nome que eu declamo
Nome para se marcar
Nome que eu chamo
E fico a esperar...


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Normalidade

A minha boca
Tatuada
De desejo
E solidão.

O meu coração
Com aquela fisgada
De lhe ver tão perto
E tão pouca.

Os meus braços
Feito carrossel
Girando e voltando
Por um triz.

Os meus passos
Jogados
Num chão de papel
Jornal.

E vem o tempo e me diz
Que tudo está normal
Folia e tristeza
É carnaval...


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Nós

Eu
Ela
Nós
Corpos
Focos
A sós
Favela
E breu.

Manhã
Noite
Madrugada
Sentimentos
Ao relento
O açoite
E a amada
De Iansã.

Lavas
Tempestades
Tufões
Poemas
E temas
Sem perdões
Sem saudades
Sem palavras.


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Nós de marinheiro

Ai, o tempo atroz
Me enrola
E desenrola
Nas volta do retrós
Que tece
A saudade feroz
Que cresce
Nas casas
Das agulhas
Da minha agrura
Feito a envergadura
Das asas de um albatroz.

Ai, o tempo atroz
E os seus nós
De marinheiro.

Ai, o tempo atroz
Caindo no cós
Do seu espinhadeiro.

Ai, o tempo atroz
Nascente e foz
De um amor altaneiro.


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